quarta-feira, 31 de maio de 2023

RENÊ ROLDAN: homem de 24 quilates!

 

RENÊ ROLDAN: homem de 24 quilates

“Homem de quilate sem medida cuja presença na terra só engrandeceu o ser humano”, com esta frase, dita pelo amigo Rene Roldan, no texto que escreveu sobre Padre Pio, no livro UM HOMEM E UM SANTO, p. 163, inicio meu tributo.

Não há dúvidas que és um homem de 24 quilates, quem o conheceu que o diga! Conheci Renê Roldan quando cheguei em São Paulo, nos idos anos de 1991, na Paróquia São João Batista onde ele era grande líder.

Quando vi Renê pelas ruas com um carro falante recolhendo alimentos, roupas e doações inspirado e movido pelo Herbert de Souza, o Betinho, na Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida me encantei!

Na Paróquia São João Batista foi catequista e Coordenador de Catequese da Primeira Comunhão, que retidão de Fé, de compromisso e educação na Fé de muitas crianças. Não uma Fé que vê anjos por cima do altar e por todos os lados, mas uma Fé encarnada, assim como o Verbo Divino que se faz homem e habitou entre nós.

Um Ministro Extraordinário da Eucaristia, não conheço um ministro que tenha a dimensão de serviço que ele teve. Não tinha no seu ministério a pretensão de reduzir o Padre e muito menos ser o Padre, como muitos o fazem. Homem apaixonado pela Eucaristia, devoto do Corpo e Sangue de Cristo no homem e na mulher sofredores pelas mazelas governamentais.

Um líder cristão católico que compreendeu seu papel Leigo na Igreja e no Mundo, mas que não foi compreendido, ou foi e por isso na Comunidade paroquial seu espaço ficou pequeno.

Atuante em vários movimentos e pastorais em nossa Região Episcopal Belém da Arquidiocese de São Paulo.

Um homem de 24 quilates, com uma capacidade leitora exemplar; suas inquietações eram sempre com os mais necessitados, com o Planeta e com sua Igreja, entregue ao pentecostalismo e desencarnada da realidade do Povo de Deus.

Seus sonhos eram da cor do seu sangue, como eram suas escolhas políticas. Inconformado, uma de suas características, não se conformava diante das adversidades e muito menos se submetia facilmente ao que se impunha como verdade, porém, desrespeitando o Leigo, o Líder e o Povo de Deus e todos os cidadãos. Um revolucionário de si mesmo, buscando se reinventar a cada tempo, mas sempre no tempo das necessidades sociais, políticas e econômicas que assolam o povo.

Renê Roldan, um homem de 24 quilates, na sua amizade eu me inspirava, no seu acolhimento eu me sentia filho, irmão, pai, amigo e sonhador! Vivemos juntos a UTOPIA do Reino de Deus, hoje você já saboreia dessa alegria e o que é muito bom, junto com Pedro Casaldáliga, Ir. Dorothy Stang, Chico Mendes, Pe. Josimo, Padre Ezequiel Ramin, Dom Luciano, Flávio Castro, Padre Pio, Irmã Nadir e tantos e tantas que sonhamos juntos um mundo centrado no homem e não no lucro, centrado na pessoa e não no consumo, centrado na Terra e não em sua exploração.

Já está fazendo falta e sempre fará, mas na Fé da Comunhão dos Santos alimentamos nossa certeza de que do Céu olha por nós. Meu amigo e irmão, meu mestre, já que fostes primeiro que eu, sua tarefa é árdua, prepare por aí meu lugar e, eu aqui ainda, preparo minha ida para juntos vivermos a alegria de nossa Fé no Ressuscitado. Até breve!


José Antonio Galiani

08/08/2022

sábado, 20 de maio de 2023

 Ser Pedagogo ultrapassa a dimensão do ato de ensinar. 

Quando jovem vivemos o SER PEDAGOGO como o ATO DE PROFESSORAR, como o ATO DE GESTAR uma Instituição de Ensino.

Com o TEMPO aprendemos que o SER PEDAGOGO é um ATO que não está no professorar e muito menos em ser tutor nos processos de aprendizagem de crianças e jovens. O TEMPO  e a VIDA  ensinam que o PEDAGOGO não dá aulas, que o PEDAGOGO não é coordenador de Instituição de Ensino, que o PEDAGOGO não é gestor/ceo. Ser Pedagogo é imprimir no corpo e na alma o ato de aprender o que ensina, esta experiência de aprendizagem não se limita a formação acadêmica, vai além, ultrapassa os muros escolares, inclusive os muros virtuais de uma educação on-line e se dá no exercício do existir. O PEDAGOGO, antes de tudo, é HUMANO, condição sem a qual não será Pedagogo! Para definir o Pedagogo, sempre gostei da analogia do adulto que corre ao lado da criança que está aprendendo a andar de bicicleta. Corre ao lado para dar segurança, até que domine o equilíbrio e, então, deixa a criança correr só! Hoje, sem menosprezar esta belíssima analogia, digo que SER PEDAGOGO é aprender a "andar de bicicleta", assim como a criança aprende. Com o TEMPO aprendemos que SER PEDAGOGO é olhar para o mercado de trabalho e dizer sou PEDAGOGO, olhar para as Universidades e bradar sou PEDAGOGO, olhar para si mesmo e APRENDER que ser PEDAGOGO não é ser um ensinante, mas um aprendente, sempre! Parabéns aos PEDAGOGOS, aos humanos aprendentes. Que nós PEDAGOGOS saibamos pelo ATO DE ENSINAR, a APRENDER, nisto consistirá nossa ALEGRIA!