sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Je ne suis pas Charlie Hebdo

Je ne suis pas Charlie Hebdo. Je suis un chrétien. Je suis pour la vie. Don de Dieu!

Esta semana estamos bombardeados pela morte de cartunistas franceses. E no Brasil, como em todo o mundo manifestamos nosso repúdio ao terrorismo e a toda ação que fragiliza a vida e a destrói.

“O livro "Balas não matam ideias" foi lançado em 2013, por conta dos festejos dos 40 anos do Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Queiroz o produziu em coautoria com a acadêmica do Curso de Publicidade, Leticia Ciasi. A produção mostra cartuns premiados nas principais edições com análises de jornalistas brasileiros.

Sugestivo título tem o livro. 100% de concordância, afinal na experiência cristã os mártires fecundam com seu sangue a terra de missão e luta. Assim foi com Estevão, com Chico Mendes, com Irmã Dorothy Mae Stang entre tantos que foram mortos em defesa do que acreditavam.
Não conheço o livro e seu propósito, senão o que acima destaquei, mas me aproprio do título para refletir e fazer provocações:
11. É preciso repudiarmos todo e qualquer tipo de terror.
2.     Liberdade de expressão não tem o direito de destruir valores e princípios.
3.     Atos terroristas estão fundados em princípios, mesmo que absurdos.
4.     Uma mídia que não respeita e incita a desconstrução de crenças também é terrorista e destrói vidas.
5.     Em nome da liberdade assumimos posturas radicais e como terroristas matamos fisicamente por discordarmos do que se diz e faz, matamos com ideias os valores e princípios que são essenciais aos que neles crêem.
6.     A morte não é só física, a morte se dá também quando livres discordamos do que o outro vive, crê e faz e, pior, fazemos para destruir o que vive o que crê e o que faz.
7.     Não só balas matam. Ideias como o humor gráfico também matam!
Je suis ....
1.       Que não haja o terrorismo, que não haja uma mídia terrorista!
2.       Que a liberdade religiosa não seja instrumento de conflito e intolerância!
3.       Que a mídia livre não seja um instrumento de manipulação e destruição de culturas e de vidas!
4.       Como católico é inadmissível ver um cartunista colocar no lugar da hóstia uma camisinha! E, como membro de uma sociedade com liberdade de expressão digo: que cartunista estúpido!
5.       Por que não é permitido matar quem mata princípios, valores e ideias? Na lógica social atual é preciso fazer justiça, ou seja, vingar. Assim mostra a mídia ao se referir à investida da Polícia francesa na tentativa de prender os suspeitos: “caçada”. Assim mostra a sociedade ao estampar nas camisetas a foto do ente querido que por algum motivo sua vida foi tolhida pela violência: “queremos justiça”.

Je ne suis pas Charlie Hebdo. Je suis un chrétien. Je suis pour la vie. Don de Dieu!


Em nome de minha fé digo: chega de mídia destruidora, sensacionalista, vendedora de sonhos capitalistas e princípios vazios que tem gerado uma sociedade sem história, sem cultura, isso não é liberdade de expressão. Chega de religiões destruidoras, sensacionalistas, vendedoras de sonhos “toma lá da cá” que manipulam os crentes e fazem uma igreja e sociedade alienada e manipulável. Chega de crenças que radicalizam seus dogmas e matam vidas!