quarta-feira, 16 de junho de 2010

aprofundar a Leitura Orante da Bíblia, que, aproximando-nos da Palavra de Deus, encontremos os caminhos da vida dos cristãos hoje, neste início de milênio, que, diante da atual mudança de época, respondamos com uma vida nova, haurida nas escrituras sagradas, que nos comunicam a Palavra eterna, o Verbo eterno, Jesus Cristo, nosso Senhor!

A lectio divina


A “Lectio Divina” é uma expressão latina já presente e consagrada no vocabulário católico, que pode ser traduzida como “leitura divina”, “leitura espiritual”, ou ainda como ocorre hoje em nosso país e em vários escritos atuais, como “leitura orante da Bíblia”. Ela é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir deste exercício, conscientes do plano de Deus e a Sua vontade, pode-se produzir os frutos espirituais necessários para a salvação. A Lectio Divina é deixar-se envolver pelo plano da Salvação de Deus. Os princípios da Lectio Divina foram expressos por volta do ano 220 e praticados por monges católicos, especialmente as regras monásticas dos santos: Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento. O tempo diário dedicado à lectio divina sempre foi grande e no melhor momento do dia. A espiritualidade monástica sempre foi bíblica e litúrgica. A sistematização do método da lectio divina nós encontramos nos escritos de Guigo, o Cartucho, por volta do século XII.

A Lectio Divina tradicionalmente é uma oração individual, porém, pode-se fazê-la em grupo. O importante é rezar com a Palavra de Deus, lembrando o que dizem os bispos no Concílio Vaticano II, relembrando a mais antiga tradição católica – que conhecer a Sagrada Escritura é conhecer o próprio Cristo. Monges diziam que a Lectio Divina é a escada espiritual dos monges, mas é também de todo o cristão. O Papa Bento XVI fez a seguinte observação num discurso de 2005: “Eu gostaria, em especial, recordar e recomendar a antiga tradição da Lectio Divina, a leitura assídua da Sagrada Escritura, acompanhada da oração que traz um diálogo íntimo em que na leitura, se escuta Deus que fala e, rezando, responde-lhe com confiança a abertura do coração”.

O Concílio Vaticano II, em seu decreto Dei Verbum 25, ratificou e promoveu, com todo o peso de sua autoridade, a restauração da Lectio Divina, retomando essa antiquíssima tradição da Igreja Católica. O Concílio exorta igualmente, com ardor e insistência, a todos os fiéis cristãos, especialmente aos religiosos, que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, alcancem esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (Fl 3,8). Porquanto, “ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo” (São Jerônimo, Comm. In Is., prol).

O método mais antigo e que inspirou outros mais recentes, é que, seja pessoalmente, em comunidade ou no círculo bíblico nós comecemos a reflexão com a Palavra de Deus e que, depois da invocação do Espírito Santo, segue os passos tradicionais: 1- Lectio (Leitura); 2- Meditatio (Meditação); 3- Oratio (Oração) e 4- Contemplatio (Contemplação). Existem outros métodos que, inspirados aqui, procuram ajudar o cristão a acolher em sua vida a Palavra de Deus e a colocar em prática no seu dia a dia. Em nossa 48ª Assembleia dos Bispos do Brasil, celebrada em Brasília de 3 a 13 de maio último, além de tratar como tema central a “Palavra de Deus”, proporcionou aos Bispos, na manhã do domingo, dia 9, um tempo para lerem, meditarem e rezarem com esse método. A mensagem que foi publicada sobre o tema central está baseada justamente nesse clima. Chegou o momento de passarmos a colocar em nossos grupos de reflexão, círculos bíblicos e outros grupos a Palavra de Deus como fonte de reflexão e inspiração para iluminar a nossa realidade concreta.

O método tradicional é simples: são quatro degraus – “a leitura procura a doçura da vida bem-aventurada; a meditação a encontra; a oração a pede, e a contemplação a experimenta. A leitura, de certo modo, leva à boca o alimento sólido, a meditação o mastiga e tritura, a oração consegue o sabor, a contemplação é a própria doçura que regala e refaz. A leitura está na casca, a meditação na substância, a oração na petição do desejo, a contemplação no gozo da doçura obtida.” (Guigo, o Cartucho, Scala Claustralium).

Portanto, quanto à leitura, leia, com calma e atenção, um pequeno trecho da Sagrada Escritura (aconselha-se que nas primeiras vezes utilizem-se os textos dos Evangelhos). Leia o texto quantas vezes e versões forem necessárias. Procure identificar as coisas importantes desta perícope: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. É importante identificar tudo com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com aplicação de espírito.

Quanto à Meditatio, começa, então, diligente meditação. Ela não se detém no exterior, não pára na superfície, apóia o pé mais profundamente, penetra no interior, perscruta cada aspecto. Considera atenta sobre o que esta Palavra está iluminando minha vida e a realidade em que vivo hoje. Quais são as circunstâncias que ela me questiona e me incentiva? Depois de ter refletido sobre esses pontos e outros semelhantes no que toca à própria vida, a meditação começa a pensar no prêmio: Como seria glorioso e deleitável ver a face desejada do Senhor, mais bela do que a de todos os homens (Sl 45,3), não mais tendo a aparência como que o revestiu sua mão, mas envergando a estola da imortalidade, e coroado com o diadema que seu Pai lhe deu no dia da ressurreição e de glória, o dia que o Senhor fez (Sl 118,24).

Quanto à Oratio, toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai ao coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade. Vendo, pois, a pessoa que não pode por si mesma atingir a desejada doçura de conhecimento e da experiência, e que quanto mais se aproxima do fundo do coração (Sl 64,7), tanto mais distante é Deus (cf. Sl 64,8), ela se humilha e se refugia na oração. E diz: Senhor, que não és contemplado senão pelos corações puros, eu procuro, pela leitura e pela meditação, qual é, e como poder ser adquirida a verdadeira doçura do coração, a fim de por ela conhecer-te, ao menos um pouco.

Quanto ao último passo, a Contemplatio: desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzirá à contemplação, louvado seja Deus! Se ele lhe dará apenas a tranquilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você será um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus! Mas em todas as circunstâncias será uma maneira de ver Deus presente na história e em nossa vida! “Ele recria a alma fatigada, nutre a quem tem fome, sacia sua aridez, lhe faz esquecer tudo o que não é terrestre, vivifica-a, mortificando-a por um admirável esquecimento de si mesma, e embriagando-a sóbria a torna” (Guido, o Cartucho).

Há uma preocupação grande com a vida prática, com a conversão, de modo que muitas vezes se costuma acrescentar a “actio”, ou seja, ação junto com a contemplação. Os temores de uma vida “alienada” podem ser sempre apresentados em todas as circunstâncias, mas quando se aprofunda realmente na Palavra de Deus e se crê que ela é como uma espada de dois gumes que penetra no mais profundo de nosso ser e que também ilumina nossa vida e nosso caminho, teremos certeza de que ela ilumina a nossa estrada e nos conduz com a graça de Deus por uma vida nova.

Portanto, diante deste patrimônio da nossa Igreja que é este método da Lectio Divina, desejo a todos que inspirados na mensagem que os Bispos enviaram acerca do tema central da 48º Assembleia, possamos todos nós aprofundar a Leitura Orante da Bíblia, que, aproximando-nos da Palavra de Deus, encontremos os caminhos da vida dos cristãos hoje, neste início de milênio, que, diante da atual mudança de época, respondamos com uma vida nova, haurida nas escrituras sagradas, que nos comunicam a Palavra eterna, o Verbo eterno, Jesus Cristo, nosso Senhor!



Dom Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro




http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_Canal=82&cod_noticia=15046

O caráter do muçulmano ... os pilares do Islam e os princípios morais

O caráter do muçulmano


Os pilares do Islam e os princípios morais:

O profeta Mohamad (S.A.A.W) definiu como um dos primeiros objetivos do seu envio como mensageiro de Deus, ao dizer " Pois eu fui enviado para completar o bom caráter ".

A devoção a Deus não significa aprimorar determinados movimentos sem sentidos ou cultos enigmáticos, mas na verdade são exercícios que prepararam o indivíduo para viver com retidão e boa moral e persistir em se apegar a tal moral por mais que mudem as circunstâncias. A oração (Salat): "Observa a oração, porque a oração preserva contra a obscenidade e os ilícitos …" Alcorão 29:45

O versículo alcorânico descreve a finalidade da oração (Salat), que é afastar o homem das obscenidades e do mau comportamento, no que se refere a falas e atitudes. Disse o profeta Mohamad (S.A.A.W) : " Disse Deus "pois aceito a oração do indivíduo quando nela demonstre humildade diante a minha grandeza, quando não aflija minhas criaturas, quando não insista em desobedecer-me, quando passe o dia mencionando-me, e quando tem piedade do pobre , do necessitado, das viúvas e dos acidentados". O dito anterior indica a relação existente entre a oração e os aspectos sócio-moral e ambiental. AZ-Zacat: Muitos acham que a o pagamento do Az-zacat restitui um imposto sobre os bens, mas, na verdade, Az-zacat é uma das formas de implantar os sentimentos de afeto e carinho entre as diversas camadas sociais e fortalecer o mútuo conhecimento e o bom convívio entre as pessoas.

Disse Deus, o Altíssimo: "Recebe, de seus bens, uma caridade, que os purifica e os engrandeçe" Alcorão 9 :103 O profeta Mohamad ( S.A.A.W ) definiu com mais amplitude o sentido da caridade ao dizer: "Sorrir para seu irmão é uma caridade, ordenar a prática do bem e proibir a prática do mal é uma caridade, orientar uma pessoa perdida no caminho é uma caridade, tirar a sujeira, ossos e espinhos do caminho das pessoas é uma caridade, colocar água no recipiente do seu irmão é uma caridade, guiar um cego no caminho é uma caridade."

O dito anterior demonstra as diversas formas de se fazer caridade, além de evidenciar suas implicações sócio-econômicas, morais e ambientais . O Jejum (Siám): O ato do jejum não é apenas abster-se do consumo de alimentos sólidos e líquidos durante um determinado intervalo. Pelo contrário, o jejum é um largo passo para que tenhamos um controle permanente sobre nossos impulsos e a nossa voracidade. Disse o profeta Mohamad ( S.A.A.W ): " Quem não abandonar o falso testemunho, a mentira e as práticas decorrentes deles, Deus não precisa que tal indivíduo deixe de comer e beber. " E disse também: "O jejum não é apenas deixar de comer e de beber, pois o jejum é abandonar as palavras inadequadas e a prática do sexo ilícito e se alguém fizer uma ignorância contra ti ou insultar-te , diga então : Eu estou em jejum. " Disse Deus, o Altíssimo:" Foi prescrito para vós, como foi prescrito aos vossos antepassados, a fim de alcançardes a temência a Deus" Alcorão 2 : 183 O versículo anterior explica que a finalidade do jejum é aprimorar o comportamento do indivíduo através da observância às ordens de Deus.

A peregrinação (Hajj): Aluuns acreditam que a prática de Hajj não deixa de ser uma visita a lugares sagrados, como se faz em determinadas religiões. O Alcorão assim determina a finalidade de tal prática: Disse Deus, o Altíssimo: "A peregrinação se realiza em determinados meses. Quem a empreender deverá abster-se das relações sexuais, da perversidade e da polêmica. Tudo que fizerdes de bom, Deus o saberá. Equipai-vos das provisões, mas sabei que a melhor provisão é a temência a Deus. Temei-Me, pois, ó sensatos." Alcorão 2:197

Conclusão: Todas as formas de devoção mencionadas acima, apesar de serem diferentes na sua forma, encontram a sua finalidade no que foi esclarecida pelo Profeta Mohamad ( S.A.A.W ) quando disse : "Pois eu fui enviado para completar o bom caráter ".

Se o indivíduo muçulmano não tirar proveito dessas práticas a ponto de se purificar e não conseguir através desses atos aprender como aperfeiçoar seu relacionamento com Deus e com as pessoa, tal sujeito certamente estará muito arruinado. Disse Deus, o Altíssimo: "E quem comparecer como pecador, ante seu Senhor merecerá o inferno, onde nem poderá morrer nem viver. E aqueles que comparecerem ante Ele sendo fiéis e tendo praticado o bem, obterão as mais elevadas dignidades; Jardins de Éden, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente. Tal será a retribuição de quem se purifica."Alcorão 20:73-76 A fragilidade do caráter indica a fragilidade da fé Disse Deus, o Altíssimo: "Ó fiéis, temei a Deus e permanecei com os verazes!". Alcorão 9:119 Os versículos têm vários chamamentos; um deles é dirigido aos crentes (fiéis) e sempre quando há um chamamento desse tipo há uma ordem em seguida, como se vê no versículo anterior. Isso nos leva a entender que a crença e a moralidade não se separam na doutrina islâmica. Disse o profeta Mohamad (S.A.A.W) : "Ter vergonha e ter crença são sinônimos inseparáveis; quando se ausenta uma, ausenta-se a outra.". O ser que maltrata seus vizinhos é condenado severamente pela religião, conforme o dito do profeta : "Por Deus, não tem crença, por Deus, não tem crença , por Deus, não tem crença. Os companheiros do profeta perguntaram: Quem será o mensageiro de Deus? Ele respondeu : o sujeito que seu vizinho não tem sossego por sua causa." . Em outro dito disse o profeta ( S.A.A.W ): "Quem acredita em Deus e no Dia do Juízo, que fale bem ou que se cale.". Há outro dito em que o profeta foi perguntado sobre uma mulher que era mencionada por muito jejum, muitas orações e muita caridade que praticava, mas maltratava seus vizinhos. O profeta disse: ela irá para o inferno. Perguntaram sobre outra mulher que era conhecida pelo pouco jejum, poucas orações e dava caridade com pedacinhos de queijo, mas, tratava bem a seus vizinhos. O profeta disse: ela irá para o paraíso.

Os ditos demonstram que a oração, o jejum e a caridade, se não impedirem o sujeito de ser mau caráter, não vão lhe adiantar de nada no Dia de Juízo. Além de demonstrarem a forte ligação entre a prática das devoções e o bom caráter.

Portanto, a crença, a retidão e o bom caráter são elementos ligados e inseparáveis.

Disse o profeta Mohamad (S.A.A.W) : " Por acaso sabem quem é o falido? Responderam os companheiros: o falido entre nós é aquele que não possui bens nem dinheiro. Disse o profeta: o verdadeiro falido é aquele que se apresenta a Deus no dia dia do Juízo Final com muitas orações, muito jejum e muita caridade, mas, também insultou fulano, falou mal de fulano, apropriou-se indevidamente dos bens do fulano, derramou o sangue do fulano e agrediu fulano. Então, tomar-se-á dos seus méritos e serão adicionados aos de todas as pessoas por ele atingidas, até acabarem seus méritos. Em seguida, serão tomados os deméritos dos outros e adicionados a ele e no final será arrastado e jogado no inferno."

Disse também o profeta Mohamad (S.A.A.W) : "Três características, quem as tem será hipócrita, mesmo que jejue, reze, tenha feito a peregrinação e se declarado muçulmano, são : quando fala mente, quando promete não cumpre e quando lhe é confiado algo trai. "

E Que a paz de Deus esteja com o profeta Mohamad.


* Sheikh Abdelbagi Sidahmed Osman, natural do sudão, nacionalidade brasileira, Imam da comunidade Muçulmana do RJ de 1993 e atual presidente desde 2000 representante da Liga Islâmica Mundial e da Organização Islâmica para América Latina no Brasil.

site: www.sbmrj.org.br

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_Canal=54&cod_noticia=7017

Crescer para ser feliz

Ninguém é feliz todos os dias. Há dias nos quais levantamos, mas parece que tudo em nós gostaria de ter ficado na cama. Há dias nos quais nossos corações parecem estar nublados, somente nuvem, chuva e frio.


Sentimo-nos desanimados, achando-nos o pior de todos os mortais. Dias de fastio da alma, uma certa náusea da vida, um enjôo da existência. Tudo fica muito rotineiro, o novo tornar-se velho, o belo, comum, a alegria se despedaça em pequenos fragmentos de tristeza, parece que a felicidade escorreu pelo ralo da nossa vida.

Se este é um dos seus dias, você saberá exatamente do que estou falando. É sempre assim, somos mais capazes de compreender a dor ou a alegria quando passamos por elas. Contudo, esteja como estiver o seu dia hoje, é bom lembramos algumas verdades.

Existe dentro de nós uma imensa sede de felicidade e bem-estar. Tudo quanto fazemos na vida, desde o mínimo detalhe, até a coisa mais complicada, é em busca desta felicidade. Daí nossa dificuldade de lidar com esses dias nos quais a felicidade parece ter desaparecido.

Infelizmente, o alvo consciente ou inconsciente da nossa vida tem sido a felicidade. Mas este não é o alvo de Deus para sua vida. Neste dia, quem sabe infeliz para você, Deus quer que você olhe para um outro alvo da vida. O alvo de Deus para você é o crescimento. Isto não significa que Deus não queira sua felicidade, apenas quer alertar para o fato de que a felicidade é uma conseqüência do seu crescimento.

Crescer, desenvolver nossa maturidade, desenvolver nosso potencial, este é o alvo primeiro de Deus para mim e para você. Sem crescimento não haverá felicidade. Se não crescermos, viveremos como crianças desfrutando das pequenas alegrias que os nossos brinquedos nos dá, mas jamais experimentaremos a real felicidade que vem dele.

Todo crescimento passa pela dor. A dor é o sinal de uma nova vida, é o prenúncio de uma nova experiência, é o grito de um novo ser nascendo em nós. Sem dor não haverá crescimento, sem crescimento, novamente, não haverá felicidade.

Neste dia quem sabe de dores, você pode não estar se sentindo feliz, mas você pode estar crescendo. Saiba que apesar das dores de hoje, o crescimento virá e com ele a felicidade que você tanta almeja.




EDUARDO ROSA PEDREIRA é pastor da Comunidade Presbiteriana da Barra da Tijuca e professor da Fundação Getúlio Vargas.

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_Canal=51&cod_noticia=7588

A face ocultada do futebol

Está no ar o maior espetáculo de televisão. Em audiência nada bate a Copa do Mundo. Na Alemanha, em 2006, os 64 jogos foram vistos por 26 bilhões de telespectadores, número que neste ano pode alcançar os 30 bilhões.


São 60 bilhões de olhos vendidos pela FIFA para as emissoras de TV comercializarem com os seus anunciantes. As cifras envolvidas em dinheiro são estratosféricas. Ganham a Federação internacional, as empresas de televisão e os anunciantes reforçando marcas e alavancando a venda de produtos e serviços.

Um ciclo perfeito, onde nada pode ser criticado. Normalmente, a TV no Brasil não critica os jogos transmitidos já que, dentro da lógica empresarial, seria um contrasenso mostrar defeitos do próprio produto. E o futebol, para a TV, nada mais é do que um dos seus produtos, assim como as novelas e os programas de auditório.

Dessa forma se todos ganham e não há criticas, o grande espetáculo do futebol, em sua dimensão máxima que é a Copa do Mundo, chegaria as raias da perfeição. Pelo menos é que mostra a TV.

Mas, e ainda bem que há um mas nessa história, a TV Brasil e a TV Câmara mostraram no programa VerTV alguns aspectos da face do futebol que é ocultada pela TV comercial. Sócrates, o capitão da seleção brasileira de 1982 e o jornalista José Cruz, levantaram algumas pontas do véu que cobre, não apenas o futebol, mas grande parte de toda a estrutura esportiva existente no Brasil.

Para começar não é verdade que todos ganham. Há quem perda, e são muitos. Por exemplo, os jovens que por força da TV associam desde cedo o sucesso esportivo com o consumo de cerveja. Ou desprezam o estudo, uma vez que seus ídolos não precisaram dele para alcançar a glória e a fama.

No programa, Sócrates foi enfático: “A TV vende o sonho do consumo. Vende atitude, aparência, comportamento, moda. Mas, é incapaz de vender educação. E vender esporte sem educação é um crime. Mostram ídolos do futebol que não estudam e são um péssimo exemplo para a sociedade. E não por culpa deles apenas. O sistema estimula que saiam da escola”.

Afirmação que desperta uma curiosidade. A mídia revela diariamente minúcias da vida dos jogadores. Onde vivem, que carros possuem, como são suas casas e suas famílias. Só não dizem até que ano estudaram, em quais escolas, como eram enquanto alunos. Por que será? Sócrates responde: “a ignorância dos jogadores é estimulada pelo sistema. A ele não interessam profissionais com possibilidade de critica”.

O jornalista José Cruz mostra outras perdas. De toda a sociedade. Por exemplo, com a irresponsabilidade dos dirigentes esportivos nos clubes, federações e confederações. Embora privadas, essas entidades recebem dinheiro público e, por isso, deveriam prestar contas publicamente. “As loterias esportivas repassam dinheiro para o futebol. A Timemania está hoje tapando o buraco das dívidas fiscais dos clubes produzidas por dirigentes irresponsáveis”.

E mostra outras perdas sociais. A do dinheiro público desperdiçado, por exemplo, nos Jogos Panamericanos do Rio, em 2007. Dá dois exemplos retirados do relatório do Tribunal de Contas da União: “a compra de 5 mil tochas para serem acesas no evento, das quais só chegaram 500 e, ainda assim apenas 380 foram aproveitadas e a descoberta, depois dos Jogos, pelos auditores do TCU, de 880 caixas contendo aparelhos de ar condicionado que sequer foram abertas. E tudo issosegue impune”.


Tanto Sócrates, como José Cruz, alertam para o fato da seleção nacional e dos seus jogos serem eventos públicos que, no entanto, estão totalmente privatizados. “A seleção brasileira – que usa as cores, o hino e a bandeira do nosso pais – deveria ter parte de suas receitas revertidas para o futebol brasileiro, muito pobre em várias regiões do Brasil”, diz o jornalista.

Sócrates lamenta o volume de recursos jogados fora pela falta de uma política esportiva de Estado. Para ele “o esporte deveria ser um braço da saúde e da educação. Se não ele fica solto” e aponta a deficiência dos cursos de Educação Física: “não há um que trate o esporte com viés comunitário. É tudo individualista”.

E há mais. Quem quiser saber basta entrar no site da TV Câmara, clicar em “conhecer os programas” e depois no VerTV. Lá revela-se um pouco do que a TV comercial teima em ocultar.

Fonte: Laurindo Lalo Leal Filho

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=15218&cod_canal=42