domingo, 27 de janeiro de 2013

HOMILIA NA CELEBRAÇÃO JUBILAR de 50 ANOS DE CANONIZAÇÃO DE SÃO VICENTE PALLOTTI - Dom Júlio Endi Akamine

Meu caro amigo, minha cara amiga. Partilho com você a homilia por ocasião da celebração jubilar. (Peço que imagine a oração feita na véspera da ordenação. Não foi exatamente esta a que fiz na véspera da minha ordenação, mas como, para Deus, as preces sempre são atuais, creio que a que faço hoje sirva também para aquele dia de tremor e temor). “Pai de bondade, vosso servo Vicente Pallotti recomendava aos seminaristas que não tivessem pressa em se ordenar e que era necessário se esforçar em adquirir o espírito eclesiástico antes da ordenação porque depois era quase impossível. Foi pensando nessa exortação de Pallotti e na ordenação de amanhã que me dirijo a Vós: eu Vos louvo e bendigo por terdes querido me preparar para o sacerdócio e Vos suplico o genuíno espírito do sacerdócio de Vosso Filho. Amanhã ouvirei da Igreja: “Queira se aproximar o que vai ser ordenado presbítero”. Não fui eu que vos escolhi, mas vós a mim. A essa escolha responderei: “presente”, aqui estou! Responderei dessa forma porque a vossa escolha é fruto dos vossos imperscrutáveis caminhos de amor e de misericórdia. Vós escolheis o fraco para o sobre-humano, o pequeno para o elevado, o pobre para o sublime, o nada para o tudo a fim de que ninguém possa se vangloriar. Fazei, Senhor, que eu me lembre da promessa de vosso Filho: “meu jugo é suave e meu peso, leve”. Que o aniquilador peso da cruz de Cristo se torne, para mim, um ditoso peso de Deus. Em seguida o bispo perguntará: “Ele é digno desse ministério?”. Meu Deus, quem será digno de Vós? Quem é digno diante de Vós? A baixeza pode ser digna ante a Vossa grandeza? Pode a pecaminosidade se sustentar diante do Três vezes Santo? Eis que me verei obrigado a rezar com Isaías: “Ai de mim, estou perdido, pois sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros”. Sois Vós que me fazeis digno, Senhor, porque vosso chamado e vossa graça constituem minha dignidade. Por isso, quero, depois da eleição do bispo, responder com todos os presentes: “Graças a Deus”! Graças a Vós, ousarei dizer sim. Depois ouvirei a homilia do Bispo. Já sei mais ou menos o que ele dirá, pois li a alocução sugerida para a ordenação. Senti-me confortado pelo modo como ele se dirige a mim, chamando-me de filho querido, de irmão em Cristo. Senti-me tocado por algumas exortações feitas em maneira delicada, mas não menos firmes: “Transmite a todos a Palavra de Deus, que recebeste com alegria. Procura crer no que lês, ensinar o que crês, praticar o que ensinas. Seja a tua pregação alimento para o povo de Deus, seja tua vida estímulo para os fiéis. Toma consciência do que fazes e põe em prática o que celebras. Lembra-te, filho querido, que foste escolhido dentre os homens e colocado a serviço deles nas coisas de Deus. Procura não o que é teu, mas o que é de Cristo. Tem sempre diante dos olhos o exemplo do Bom Pastor que não veio para ser servido, mas para servir, para buscar o que estava perdido”. Como resposta a essas exortações, irei, diante da comunidade, fazer minhas promessas. De joelhos, colocarei minhas mãos nas do bispo exprimindo que coloco minhas mãos nas vossas mãos. Nas vossas mãos de Pai, colocarei minhas mãos, não para serem seguradas, mas para que se abram. Nesse gesto me sentirei entregue a Vós para poder me entregar a todas as pessoas, especialmente aos mais pobres e necessitados. Com minhas mãos nas do bispo, prometerei obediência e fidelidade à Igreja. Com tremor prometerei a obediência de vosso Filho: obediência dura e fiel, obediência na qual ele se esqueceu de sua própria vida, mergulhado no cumprimento de vossa vontade; obediência na qual vosso Filho se perdeu para ganhar a vida do mundo. Eis que coloco as minhas mãos nas vossas. Tomai-me as mãos e conduzi-me através das alegrias e provações, das honras e das humilhações, dos trabalhos e sofrimentos. Conduzi-me hoje e sempre; conduzi-me para o vosso Reino. Em seguida, virá a prostração. Deitado, com o rosto virado para o chão, desejo me entregar todo a Vós, consciente da minha impotência e fraqueza. Prostrado, tomarei consciência que serei ordenado não porque mereço, mas porque Vós me chamastes. Lançado por terra, me unirei aos habitantes do Céu, enquanto a assembléia canta a Ladainha. O bispo então me imporá as mãos em silêncio. E nesse silêncio – como na noite de natal ou da páscoa – vossa palavra poderosa e o fogo do vosso Espírito me recriarão como sacerdote de vosso Filho. O que é decisivo acontece no silêncio. Nenhuma palavra é proferida, nenhum canto, melodia alguma acompanha a imposição das mãos. No silêncio, vosso Espírito, dom divino da vossa graça, que não é espírito de hesitação, mas espírito de força, de amor e de discernimento, virá sobre mim. Vosso Espírito é o espírito que faz sacerdotes, santificadores e testemunhas da vossa Palavra. Vosso Espírito é o espírito que me arranca de mim mesmo e me coloca dentro do sacrifício de Cristo, para que possa oferecer a minha vida com a oblação salvadora do vosso Filho. Ficarei assombrado ao me recordar que as palavras de Isaías valerão também para mim: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor me consagrou pela unção; ele me enviou para levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, aos prisioneiros a liberdade e para proclamar um ano de graça da parte do Senhor”. E com não menos espanto poderei repetir com vosso Filho: “hoje se cumpriu esta palavra da Escritura”. O bispo imporá as mãos sobre mim e serei integrado nas fileiras de vossos servos que, há mais de dois milênios, atravessam os tempos e as terras para levar vosso nome diante de povos e reis. Serei acolhido na corrente ininterrupta dos sacerdotes cuja expressão visível se materializa nos padres presentes, que também imporão as mãos sobre mim. Sei que cada um deles, em silêncio, rezará por mim. Cada um deles se lembrará da própria ordenação e como tem vivido depois dela. Eles sabem por experiência pessoal o que é preciso para o exercício fiel do ofício presbiteral; conhecem quais os riscos que devem ser enfrentados; reconhecem quanto é preciso se esforçar para chegar a ser um bom padre. Com a imposição das mãos deles pertenceremos ao presbitério, repousará sobre nós a responsabilidade. Que a nós, Senhor, nunca falte o Espírito dos Apóstolos e dos mártires, o Espírito fiel, forte, desinteressado, crente e empreendedor. O bispo e os sacerdotes imporão as mãos e as retirarão de minha cabeça. Mas as vossas mãos, ó Pai, permanecerão sobre mim. Vossas mãos ficarão sobre mim. Mãos do Todo-poderoso, mais brandas do que as mãos da mãe. Mãos que criaram tudo e tudo conservam. Mãos capazes de pesar duramente sobre o homem. Mãos que muitas vezes hão de pesar esmagadoramente sobre minha vida sacerdotal. Mãos que ferem e curam. Mãos do Deus vivo nas quais é terrível cair. Mãos nas quais entregarei meu espírito na hora da morte. Depois desse poderoso e ponderoso silêncio da imposição das mãos, o bispo rezará a oração de ordenação. Essa oração recordará o que está na Primeira Carta a Timóteo, na qual é dito que o encarregado do ministério deve manter o bem que lhe foi confiado, deve passar adiante fielmente o tesouro que recebeu de Cristo. Irei me unir ao bispo em sua oração e pedirei, através dele, que minha vida seja coerente com o serviço que recebo. Depois disso o bispo me entregará os paramentos sacerdotais. À veste cândida do batismo será acrescentada a veste sacerdotal. Suplico-vos, ó Pai, a graça de mantê-las, ambas, imaculadas até vosso tribunal. Sozinho diante de vós, estou nu, pois quem, ante os olhos de vossa justiça incorruptível, é algo mais do que nada e pecado? Sois vós que me revestis com a túnica da justiça e da modéstia. Sois vós que me recobris, a mim, filho pródigo, com a túnica da graça. Além dela, vos peço a armadura da luz (cf. Rm 13,12), a cintura da verdade, a couraça da justiça, o calçado do zelo pela pregação do evangelho da paz, o escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito (cf. Ef 6,14-17). Assim revestido de vosso Filho, irei celebrar a eucaristia. Ser revestido de Cristo não consiste em vestir uma bela indumentária e com isso me diferenciar das outras pessoas, mas em crescer dentro dessa veste. Vestir os paramentos deve me lembrar que, no lava-pés, vosso Filho se despiu do manto, a roupa da glória, para vestir a roupa do escravo. Quando me encaminhar para a missa, vestirei a luminosa indumentária da ressurreição, mas depois da celebração me despojarei dela para sentir fisicamente, como Jesus, que devo servir as pessoas e lavar-lhes os pés. Assim revestido, o bispo me ungirá as mãos. Mãos que devem abençoar. Mãos que devem dispensar aos pecadores a paz de Deus. Mãos que devem se estender em prece pelo santo Povo de Deus. Mãos que devem sustentar o Corpo e o Sangue de Cristo. Enchei, ó Deus, minhas mãos com vossas bênçãos! Fazei que nunca estejam vazias e sejam sempre mãos santificadas! Que sejam ágeis em vosso serviço e amarradas para o mal! Que a cruz, sinal do vosso amor, arda em minhas mãos como as chagas do Crucificado! Que eu traga sempre os estigmas de Cristo em minhas mãos e em meu corpo. Que minhas mãos sejam sempre afetuosas, que toquem as pessoas para aproximá-las fisicamente de Vós! Que o vosso Espírito Santo distribua vossas graças através de minhas mãos vazias. Tenho consciência de que minhas mãos não conseguem oferecer nada. Fazei que o reconhecimento de minha impotência e pobreza me lembre que nunca tenho a posse do que devo dar, que sempre de novo deverei receber o que devo comunicar aos outros. A seguir o bispo confiará, pela primeira vez, a patena e o cálice às minhas mãos ungidas. Segurarei a patena destinada a carregar o Corpo de Cristo. Pegarei no cálice que contém o resgate pelos pecados do mundo. Serei vosso sacerdote e celebrarei a primeira missa na manhã do domingo e todos os dias de minha vida. Com minha vida serei atraído para dentro da vossa morte. Fazei, ó Pai, que imite o que é feito na celebração. Esteja eu sempre pronto a me tornar pão que nutre as pessoas. O bispo me dará então o abraço da paz. Essa saudação afetuosa expressará a minha aceitação na comunidade dos padres, o presbitério. Expressará concretamente o desejo de que me sinta emocionalmente aceito no círculo dos padres, de que me sinta em casa com eles. Caminharei de um sacerdote para outro e receberei de cada um a saudação alegre e afetuosa. Certamente cada um deles acrescentará alguma palavra que quero acolher com atenção. Desejo que essa demonstração de amor e de afeto fique marcada na minha memória e estenda sua força benéfica e curadora pelo resto da vida. Tendo sido assim por vós chamado, elevado, ungido, serei vosso sacerdote. Tudo o que se seguir há de ser apenas o efeito, o gastar-se desse chamado definitivo, mera execução desse único e definitivo mandato que há de dominar minha vida para sempre. Que eu seja encontrado vigilante e fiel no dia em que vireis me buscar. Ó Pai misericordioso, desejo por fim, no dia de minha ordenação, que a oração da manhã da minha vida sacerdotal seja a oração de vosso santo e nosso Fundador, Vicente Pallotti. Seja destruída toda minha vida e a vida de Jesus Cristo, Senhor meu, seja minha vida. Que a vida do Pai e do Espírito Santo seja minha Vida. Seja destruído tudo o que há em mim, e esteja em mim tudo o que há no Pai, no Filho e no Espírito Santo (OOCC X,423). AMÉM!”

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

MEU OLHAR, ENTRE OS OLHARES DO OLHAR, DE SÃO VICENTE PALLOTTI


MEU OLHAR, ENTRE OS OLHARES DO OLHAR, DE SÃO VICENTE PALLOTTI

São Vicente Pallotti desenvolveu um olhar carismático na Igreja de seu tempo, que é também um olhar de nosso tempo e do futuro da Igreja. Seu olhar ecoou pela terra e do céu, há 50 anos, inspira homens e mulheres a assumir o Batismo crescendo na Fé, na Esperança e na Caridade, sendo Apóstolos do Pai no testemunho do amor que dá a vida pela humanidade. Na misericórdia de Deus, Pallotti encontra força para superação da miséria da humanidade e pelo pecado reparado torna-se alegria no perdão e, missão na ação apostólica sob a proteção de Maria, Rainha dos Apóstolos.

Meu olhar é pequeno na diversidade de olhares sobre esse carisma Palotino, porém expressa fundamentos que em 1963, meus Pais participantes de uma paróquia palotina plantaram pelas mãos do Pe. Emílio Becker - SAC, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, hoje Santuário N. Sra. Aparecida – Presidente Prudente, em 28 de abril no meu batizado. Começa aqui uma trajetória de compromisso, crescimento na Fé Cristã Católica marcada pelo Carisma da Sociedade do Apostolado Católico, entre percalços minha história de vida foi crescendo à luz desse carisma chegando a ser membro da Sociedade do Apostolado Católico e nela assumi o ministério sacerdotal, porém  deixei o ministério [...] Hoje e em todos os tempos o carisma palotino foi o alicerce e construção constante de minhas ações e sonhos.
Passo agora a destacar recortes desse homem e Santo, Vivente Pallotti que me faz acreditar que horizontes sempre novos são possíveis para que a Igreja de Cristo o testemunhe e, o torne conhecido e amado a fim de que Deus seja Glorificado.

Nos cinquenta anos de vida, que tenho, aprendi do Carisma Palotino a coerência, para Pallotti  “O QUE DIGO AOS OUTROS, DEVO FAZER EU MESMO, EM PRIMEIRO LUGAR”.

A ação humana é primordial para sua essência, por isso Pallotti diz: “QUALQUER DOS MEUS ATOS, MESMO O MENOR DELES, QUERO CONSIDERAR COMO MUITO IMPORTANTE E DESEJARIA RALIZÁ-LO COM INFINITA PERFEIÇÃO”. Pallotti não é um perfeccionista, mas propõe uma ação perfeita na dimensão do ato da criação divina “e Deus viu que era bom”. Assim devemos viver e fazer o que fazemos. Não se trata de um ativismo qualquer, mas de busca de perfeição para se obter a santidade. Assim, a ação humana torna-se instrumento, caminho para que possamos chegar ao conhecimento de Deus. Para Pallotti a “VERDADEIRA PERFEIÇÃO NÃO CONSISTE EM GRANDES IDEIAS E SANTAS ASPIRAÇÕES, MAS NO EXERCÍCIO CONSTANTE DE UMA VIDA SANTA”. Esse exercício a que se refere Pallotti é exatamente o desafio de deixar Cristo ser em nós “ANTES DE INICIAR QUALQUER TRABALHO, MAS TAMBÉM DURANTE QUALQUER ATIVIDADE, BEM COMO NAS DIVERSAS SITUAÇÕES DE CADA DIA, DEVEMOS REFLETIR SOBRE COMO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO PENSARIA, FALARIA OU AGIRIA”.

A ação Palotina passa pela necessidade constante da oração, o Palotino é como seu fundador e faz da oração seu sustento: “SUPLICO A DEUS QUE EM TODAS AS MINHAS AÇÕES BRILHE UMA ELEVADA PERFEIÇÃO E SANTIDADE”.
Não há caminhos a seguir, mas todos os caminhos são oportunidades para fazer o bem, o carisma Palotino acontece na história e em qualquer história, diria ser relativamente fácil viver esse carisma dentro da Igreja, entretanto é no coração da Igreja, o mundo, que o carisma deve ser vivido. Vicente Pallotti em sua frase “QUERO APROVEITAR TODAS AS POSSIBILIDADES, MESMO AS MÍNIMAS, PARA FAZER O BEM”, testemunha que mesmo no pecado e no reconhecimento que somos nada temos o caminho para a realização do bem.

Princípios e valores é o sustento das escolhas e ações humanas, para Vicente Pallotti “NINGUÉM É CAPAZ DE AVALIAR ALGO PRECIOSO SE NÃO CONHECER O SEU VALOR E NÃO SOUBER APROVEITÁ-LO PARA SI E PARA OS OUTROS”. Nossas escolhas tem como fim último a promoção pessoal e social.

“EMPENHA-TE SINCERAMENTE EM CONDUZIR-TE COM TODOS COM HUMILDADE, MANSIDÃO E AFABILIDADE, A FIM DE TE TORNARES SEMELHANTE A JESUS CRISTO” eis o grande desejo de Pallotti, que tenhamos uma vida na sinceridade, com humildade, mansidão e afabilidade. Para ele “POR AMOR A JESUS CRISTO, PRECISAMOS ESFORÇAR-NOS DIARIAMENTE PARA CRESCER NA SANTIDADE E NA PERFEIÇÃO”. Isto, não por nosso mérito e esforço, mas porque “TU, MEU DEUS, QUE ME AMASTE E ME ATRAÍSTE A TI, CONDUZE-ME EM CADA UM DOS MEUS PENSAMENTOS, PALAVRAS E OBRAS”.

O legado de Pallotti, independentemente de sexo e gênero, de ser clérigo ou leigo, ser religioso ou diocesano, ser desse ou daquele movimento pastoral compromete-nos com a busca da perfeição: “COM TUA VIDA SANTÍSSIMA QUISESTE MOSTRAR-ME QUE TIPO DE VIDA TAMBÉM EU DEVO LEVAR, A FIM DE ME APERFEIÇOAR”.

Portanto, o Carisma Palotino que nasce na Família Pallotti em 21 de abril de 1795, configura-se com a inspiração, do Pe. Vicente em 09/01/1835 na fundação da União do Apostolado Católico (UAC) e, apesar da sombria experiência vivida com sua morte, em 22/01/1850, a UAC mantém-se no seguimento de Jesus e é ratificada com a benção da Beatificação de seu criador em 22/01/1950. Para jubilo na terra e glória de Deus, em 20/01/1963, o Pe. Vicente - como era chamado, é CANONIZADO.


Hoje, janeiro de 2013, dia 26, nossa Família Palotina se encontra no Santuário Nacional de Aparecida – SP; para aos pés da Mãe Maria, Rainha dos Apóstolos e Nossa Senhora Aparecida elevar pela Eucaristia, sacrifício único, nossos louvores a Deus por tão pequeno homem, Vicente Pallotti, ser no Céu e na Terra TÃO GRANDE E SANTO inspirador, que nos dá o propósito de “reavivar a fé e reacender a caridade em todos os membros do Povo de Deus e propagá-las em todo o mundo, a fim de que haja o quanto antes um só rebanho e um só pastor”. (http://www.sac.info/pt/finalidade-da-sociedade.html - acesso 04/01/13)

José Antonio Galiani
Filósofo – Teólogo - Pedagogo

domingo, 13 de janeiro de 2013

Cinquentenário da Canonização de São VICENTE PALLOTTI

O mês de janeiro é um mês de festa todos os anos para a Igreja e para a família Palotina. Quatro datas marcam a história da Sociedade do Apostolado Católico - Irmãs, padres e irmãos Palotinos.

Dia 09/01/1835 - Vicente Pallotti sente-se inspirado e funda a UAC (União do Apostolado Católico)
Dia 22/01/1850 - Morre Vicente Pallotti.
Dia 22/01/ 1950 - Vicente Pallotti é beatificado.
Dia 20/01/1963 - Vicente Pallotti é canonizado.

" O que digo aos outros,
devo fazer eu mesmo, 
em primeiro lugar" 
(São Vicente Pallotti)

FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER 20 de janeiro 2013


“Fazei o que ele vos disser” - Evangelho de João 2, 1-11

O cenário é uma festa de casamento. Há muita alegria, comida, bebida, dança, cores, sorrisos e gargalhadas. Um encontro fraterno, não tão diferente das nossas festas de casamento em que há os sóbrios que se divertem e fazem a alegria dos outros, onde há o ébrio que perturba a si e aos demais com sua bebedeira. Lá num canto estavam Jesus e os seus, sua mãe estava lá.
De um fato comum da vida, uma festa de casamento, uma grande lição. Jesus está atendo às necessidades dos outros e preocupado com seus problemas: falta o vinho.
Nesse episódio temos uma presença fundamental, o coração materno de Deus, que em Maria se manifesta: “filhos, eles não tem mais vinho”.
Assim como cremos que Jesus está atento a todas as nossas necessidades, o texto de João apresenta um coração intercessor, o coração de Maria. Ela intercede e Ele atende.
Não se trata de ter em Maria a Salvação, mas de ter em Maria um caminho para se chegar ao Salvador. Não que isso seja regra, mas é predileção de todos os que creem que ela nos trouxe o Salvador. Só por este motivo ela já é digna de nosso louvor, de nossa admiração, de nossos cuidados, de nosso amor. Somos felizes e gratos ao Deus, nosso Criador, por nos ter dado por Maria, o Salvador e, por ter deixado Maria como mediadora.
Não tenhamos vergonha de proclamá-la bem-aventurada, de torná-la conhecida e amada, não tenhamos vergonha de a ela recorrer, caso nosso humano coração de Jesus se afastar, se em nós estiver faltando vinho, vida, alma, alegria, coragem e força peçamos à mãe ela dará o jeitinho que toda mãe dá. Mas não esqueça, a intercessão de Maria está atrelada ao seu pedido: “FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER”.

Abreijos,
Galiani

domingo, 6 de janeiro de 2013

O BATISMO DE JESUS


“TAMBÉM JESUS O FOI”
Evangelho de Lucas 3, 15-16.21-22

O calendário litúrgico católico é rico na sequencia dos mistérios de nossa fé. No dia 13 de janeiro, celebramos o BATISMO DE JESUS.  A leitura do evangelho de Lucas 3,15-16.21-22 apresenta João batizando no Rio Jordão e na fila uma multidão desejando receber o batismo, porém com os corações angustiados com a dúvida “seria ele, João o Cristo?”. Na fila para ser batizado estava também Jesus, ele orava. João mais que rápido acalenta os corações afirmando que não, que ele não é o Cristo; mas que o Cristo virá e os batizara no fogo e no Espírito Santo. Como resposta aos corações angustiados e à oração de Jesus, uma voz do céu proclama “Tu és o meu filho bem-amado; em ti ponho minha afeição” (v22).
Esse evangelho dentro da liturgia, sobretudo com os textos de Isaías 42, 1-4.6-7 e Ato dos Apóstolos 10, 34-38 completam o sentido do batismo de Jesus, dizem de sua missão, de seu desígnio e nos remete para os compromissos que assumimos ao sermos em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo batizados.

No texto de Isaías é clara a missão social de todo batizado; “Eu, o Senhor, chamei-te realmente, eu te segurei pela mão, eu te formei e designei para ser aliança com os povos, a luz das nações; para abrir os olhos aos cegos, parar tirar do cárcere os prisioneiros e da prisão aqueles que vivem nas trevas” (v7); no texto dos Ato dos Apóstolos na voz de Pedro o grande desafio para os cristãos: “Deus não faz distinção de pessoas” e Jesus passa por entre todos fazendo o bem e curando a todos, porque Deus estava com ele.
Você é batizado? Vive o Batismo? Entra no teu coração vê se o Batismo te fez em missão; se te faz viver a verdadeira religião; se te sente chamado por Deus; se estás seguro pelas mãos de Deus. Se sim, então és luz para as nações; é instrumento de libertação para os prisioneiros; é do Senhor teu Deus. E do céu, na terra e em todos os cantos a voz proclama: “Tu és meu Filho, em ti ponho minha afeição”.

Que tenhamos a coragem de viver nosso batismo, hoje e sempre!

Abreijos,
Galiani

sábado, 5 de janeiro de 2013

Viemos adorá-lo!


DA ESTRELA À LUZ! - Evangelho de Mateus 2, 1-12
O brilho das estrelas nos encanta e nos lança no mistério profundo da natureza, assim como os Magos que seguindo uma “estrela do Oriente” estão encantados à procura do Rei que nasceu. Em contraposição aos seguidores da estrela, Herodes delega a terceiros sobre o nascimento de tal rei e ouve dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas a profecia de Miquéias 5,1: “[...] Belém [...] de ti sairá o que governará Israel meu povo”.
Mergulhados na escuridão do coração Herodes e toda Jerusalém ficam amedrontados, afinal ilustres Reis de longe vieram para adorar o Rei dos Judeus, que acaba de nascer. 
Esse evangelho nos desafia, e muito! Somos Herodes ou, os Reis Magos? Por que Herodes e toda Jerusalém não sabiam que o menino havia nascido? Por que os Magos sabiam e vieram adorá-lo?
Diria que HERODES protagoniza todo homem e mulher, toda estrutura social e comunitária SEGURA. Segura de si, de seus costumes, de suas tradições, de suas convicções, de suas regras morais, de seus valores e, sobretudo do PODER que exerce sobre os outros. Já os Reis Magos, vindos do Oriente caminham, buscam, perguntam, procuram, estão abertos ao brilho da estrela que os conduz ao brilho do Rei que nasceu.
Que esta Palavra nos desinstale e nos coloque a procura do Rei que nasceu. Que nossos olhos possam vê-LO no que está ao nosso lado. Que nossa boca O proclame como Rei. Que nossas mãos encaminhem os outros para Ele. Que nossos passos caminhem na direção d´Ele. Que todo o nosso ser O reconheça em cada homem e mulher, em cada criança e jovem, em cada idoso e em toda natureza. Renovemos nossa fé em Jesus Menino, Rei e O reconheçamos em nossa comunidade e particularmente em sua Palavra, em seu Corpo e Sangue que diariamente celebramos em todos os cantos e recantos do planeta. Assim como os Magos ofereçamos a quem de nós se aproxima, eles são o Jesus Menino - Rei, nossos presentes. Ofereçamos com alegria nosso tempo, com generosidade nosso ouvido para a verdade que carrega em seu coração.
Abreijos e alegre Epifania!

06/01/2013

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O único da casa que enxerga o vento é o cachorro...


O único da casa que enxerga o 
vento é o cachorro.
Detém-se à porta da cozinha,
rosnando para o pátio ventado,
cheio de latas inquietas e papéis
decididamente malucos.
E nos seus olhos fixos e 
rancorosos vê-se o desvario do 
vento, a incurabilidade do vento,
os seus cabelos em corrupio,
os seus braços que parecem mil,
os seus trapos flutuantes
de espantalho, toda aquela
agitação sem causa que
é ainda menos instável,
no entretanto, que a 
terrível desordem da sua
cabeça: pois o vento nunca
pode assentar as ideias...
Mario Quintana

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Feliz Natal e Ano Novo!


RÉVEILLON, A GRANDE FESTA DO INÍCIO DE UM ANO NOVO!
De alguma forma em todos os cantos e recantos de nosso planeta fogos anunciam que o ano está acabando  e um novo ano se aproxima, festas movimentam famílias e amigos nos votos de um FELIZ NATAL e ANO NOVO!
Como ser feliz numa sociedade em que ser feliz é fazer o que se quer? O que será do ser humano no novo ano que se anuncia, sendo a experiência humana vivida de forma inumana?
 Sei que não é momento de negativa dos sonhos, dos desejos de felicidade, da vontade de ganhar na loteria, da vontade de ter saúde, de ter dinheiro e tudo de bom. Hoje é momento de réveillon! E, por este motivo quero te convidar a iniciar o ano lendo o Evangelho de Lucas 2, 16-21, onde pastores foram correndo até José e Maria, e viram na manjedoura o MENINO. Aqui está o verdadeiro RÉVEILLON, a celebração de um NOVO ANO, n´Ele podemos confiar e depositar nossa certeza. “Ir às pressas” foi a atitude dos pastores, características do humano no século XXI, não uma atitude de quem procura o que não sabe o que quer, mas uma atitude de alguém que não sabe o que quer, porém corre na direção certa e encontra não qualquer coisa, mas a “manjedoura” e nela a glorificação e louvor d´Aquele que concretiza para nós a felicidade. Quanto comércio, quanto consumo, quantos presentes, quanta comida, quanta bebida, quantos sorrisos, quantos abraços, quantos beijos, quantos votos de Feliz Natal e Feliz Ano Novo. Quantas e tantas coisas que não revelam segredo algum e muito menos indicam o “que fora dito”. Chega de comer, chega de beber, chega de presentes, chega de hipocrisia, chega de confraternizações movidas por falsas alegrias, por bebedeiras, por palavrões e piadas que diminuem a riqueza que somos e que d`Ele recebemos.
Festejemos sim, não pelo que temos, mas por aquilo que é duradouro, por aquilo que é rocha firme, que é paz fruto da justiça, por aquilo que nos faz solidários, por aquilo que é caminho, verdade e vida. Façamos de 2013 um ano de muito trabalho, de muita sinceridade, de muita verdade, de muita caridade e, sobretudo de perdão! Tudo isso tem um nome e este nome é JESUS.
Desejo a você um ANO NOVO CHEIO DE JESUS!
Compartilho esta foto de um BEM-TE-VI EM MINHAS MÃOS, tirada em Pres. Prudente na casa de minha mãe, quando num amanhecer ele cantava pedindo ajuda, depois de uns minutos como que morto em minhas mãos voou. Que 2013 seja um ano de voos infinitos!
Abreijos,