domingo, 19 de setembro de 2010

Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

Cinco mil pessoas fazem caminhada no Rio para defender liberdade religiosa


Isabela Vieira

Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro

Cerca de 5 mil pessoas participam hoje (19) da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio, segundo estimativa da Polícia Militar. Representantes de várias religiões, como católicos, judeus, ciganos, seguidores do candomblé e umbandistas querem chamar a atenção para o “proselitismo” religioso.

De acordo com o interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (Ccir) - organizadora do evento -, Ivanir dos Santos, na tentativa de converter novos fiéis, algumas religiões têm ultrapassado o limite da liberdade de expressão, “perseguindo” e atacando determinados grupos religiosos.

“O limite é o proselitismo. Você expressar uma opinião é uma coisa. Fazer um proselitismo diário, estigmatizando e perseguindo um determinado segmento, não é liberdade de expressão”, afirmou Ivanir, destacando que as religiões de matriz africana têm sido o principal alvo de grupos neopentecostais.

Praticantes de Wicca (religião neopagã influenciada por crenças pré-cristãs) também denunciam a intolerância, durante a manifestação. De acordo com a veterinária Shirley Ribeiro, de 32 anos, o preconceito contra as bruxas ainda é flagrante. “Não podemos dizer que somos bruxas. Muitas pessoas, especialmente os cristãos, olham para a gente achando que fazemos coisas ruins”, afirmou.

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa pretende procurar a diretoria do Flamengo, nos próximos dias, para conversar sobre as declarações do atacante Val Baiano, consideradas desrespeitosas. Na semana passada, ao comentar o jejum de gols do time, o jogador pediu ajuda das religiões, com exceção das de matriz africana: “Se macumba fosse do bem, seria boacumba”, declarou à época.

“Estamos esperando acabar a caminhada para tentar que o Flamengo tenha uma atitude (...)”, afirmou o babalaô. “Vamos conversar com o Flamengo, buscamos sempre o diálogo. Se não tiver, o Ministério Público existe e está aí para cumprir o seu papel”, declarou o babalaô, lembrando que a intolerância religiosa é crime no país, tipificada pela Lei Caó.

A assessoria de imprensa do clube não foi localizada.

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/09/19/cinco-mil-pessoas-fazem-caminhada-no-rio-para-defender-liberdade-religiosa.jhtm

Quociente eleitoral favorece "fenômeno Tiririca";

Quociente eleitoral favorece "fenômeno Tiririca"; entenda como funciona 19/09/2010 - 07h00

do UOL Eleições

Diego Salmen - Em São Paulo

POR DENTRO DAS ELEIÇÕES

Com o slogan "pior que tá não fica", o palhaço Tiririca é a aposta do PR para as eleições parlamentares deste ano no Estado de São Paulo. Apesar da polêmica - e dos risos - que seus bordões vêm despertando no horário eleitoral, a presença do humorista na campanha obedece a uma lógica simples: conquistar o maior número de votos possíveis para que eleger a si mesmo e a outros candidatos por meio do quociente eleitoral.

O cientista Rubens Figueiredo, da USP (Universidade de São Paulo), explica como funciona:

"O Estado de São Paulo tem 70 deputados federais. Vamos supor que São Paulo tenha 700 mil votos. Dividindo 700 mil por 70, o quoeficiente seria de 10 mil. O partido vai ter 30 candidatos: soma a votação de todos mais os votos na legenda. Vamos supor que deu 22 mil. Agora divida 22 mil por 10 mil - vai dar 2,2. O partido vai eleger dois deputados", detalha.

Num dos casos mais curiosos, a vaga de Clodovil Hernandes (PTC-SP) na Câmara Federal foi ocupada por Paes de Lira (PTC), coronel da reserva da Polícia Militar, assumidamente conservador e contrário à união homossexual ("a Constituição é clara ao dizer que casamento é entre homem e mulher", afirmou).

Homossexual assumido, o estilista Clodovil, que faleceu no início de 2009, foi eleito com quase 500 mil votos nas eleições de 2006, abrindo as portas para que Lira chegasse a sua suplência após ter recebido cerca de 7 mil votos. "Você tem essa possibilidade de a locomotiva se eleger arrastando o restante", afirma o cientista político David Fleischer, da UnB (Universidade de Brasília).

"O Tiririca [humorista, candidato a deputado federal em São Paulo] é do PR, que era o PL do Valdemar Costa Neto", diz Figueiredo. Dependendo da votação do humorista, Costa Neto, que renunciou em 2006 para escapar de cassação por envolvimento no escândalo do "mensalão", pode ser eleito a tiracolo.

Em outro caso emblemático, o cardiologista Éneas Carneiro elegeu-se deputado federal pelo Prona de São Paulo em 2002. Recorrendo ao bordão "Meu nome é Enéas", obteve votos suficientes para eleger outros cinco candidatos, todos com votações inexpressivas.

O especialista da UnB explica que a "sobra" dos votos só vai para um único partido se ele não estiver coligado com nenhuma outra agremiação - caso do Prona em 2002. "O pessoal fala no PR do Tiririca, mas os votos nele também vão beneficiar o PT", afirma o especialista. Os dois partidos estão coligados no Estado de São Paulo. "Por isso as pessoas se frustram nas eleições: votam em um candidato e acabam contribuindo para eleger alguém que não conhecem", diz.

Vantagens da fama

Na maioria das vezes, há um elemento determinante para que a candidatura das personalidades seja aceita por um partido: a notoriedade.

"No governo militar, Arena e MDB fizeram o maior assédio para o Pelé ser candidato em São Paulo, mas ele recusou", relembra Fleischer. "Na Roma antiga, era proibido ser ator e politico. É muito fácil transferir seu prestigio de um ramo para o outro", conta Luciano Dias, do IBEP (Instituto Brasileiro de Ciências Políticas).

O fenômeno, garantem os analistas, não se restringe as nossas fronteiras.

"Não é tipicamente brasileiro. A participação de celebridades é comum. Ronald Reagan [ex-presidente dos Estados Unidos] era ator, Arnold Schwarzzeneger, ator, é governador da Califórnia, Carlos Reutemann [ex-piloto argentino] foi presidente de província na Argentina, Cicciolina [ex-atriz pornô] se elegeu na Itália", afirma Figueiredo. "É um fenômeno da sociedade moderna", avalia.
http://noticias.bol.uol.com.br/eleicoes/2010/09/19/quociente-eleitoral-favorece-fenomeno-tiririca-entenda-como-funciona.jhtm

descompasso no coração

Solidão - Alceu Valença

A solidão é fera, a solidão devora.

É amiga das horas prima irmã do tempo,

E faz nossos relógios caminharem lentos,

Causando um descompasso no meu coração.

A solidão é fera, a solidão devora.

É amiga das horas prima irmã do tempo,

E faz nossos relógios caminharem lentos,

Causando um descompasso no meu coração.

A solidão é fera,

É amiga das horas,

É prima-irmã do tempo,

E faz nossos relógios caminharem lentos

Causando um descompasso no meu coração.

A solidão dos astros;

A solidão da lua;

A solidão da noite;

A solidão da rua.

A solidão é fera, a solidão devora.

É amiga das horas prima irmã do tempo,

E faz nossos relógios caminharem lentos,

Causando um descompasso no meu coração.

A solidão é fera,

É amiga das horas,

É prima-irmã do tempo,

E faz nossos relógios caminharem lentos

Causando um descompasso no meu coração.

A solidão dos astros;

A solidão da lua;

A solidão da noite;

A solidão da rua.