segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ricos têm renda 39 vezes maior que a dos mais pobres




Um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria de guardar tudo o que ganha durante três anos e três meses para chegar à renda mensal de um integrante do grupo mais rico. Embora as pesquisas apontem quedas sucessivas na desigualdade de renda no País, dados do Censo 2010 divulgados ontem pelo IBGE mostram que os 10% mais ricos têm renda média mensal 39 vezes maior do que os 10% mais pobres. Os dados valem para a população de 101,8 milhões de habitantes com 10 anos ou mais que têm algum tipo de rendimento.

A renda média desses moradores é de R$ 1.202 mensais. Os 10% mais pobres recebem em média R$ 137,06. Os mais ricos, R$ 5.345,22. A parcela do 1% mais rico chega a R$ 16.560, 92 mensais, em média.

Levando em conta os habitantes de todas as idades, o IBGE calculou a renda média mensal de R$ 668 mensais. Metade da população, no entanto, recebia até R$ 375 mensais, no período em que o salário mínimo era de R$ 510 (a data de referência do Censo é julho de 2010).

A renda na população feminina é equivalente a 70% da média mensal masculina. Na população de 10 anos ou mais que tem algum tipo de renda, a média das mulheres é de R$ 983,36 mensais e dos homens, R$ 1.293,69.

A distância entre as raças é ainda maior. Os negros têm renda mensal equivalente a 54% da média dos brancos. A população de origem asiática, classificada no Censo como amarela, é a que tem a renda média mais alta, de R$ 1.572,08 mensais.

Entre os negros, a renda média mensal era, em 2010, de R$ 833,21 e a dos brancos chegava a R$ 1.535,94. A parcela dos 10% mais pobres entre os negros tem renda mensal de apenas R$ 120,05, mais de 57 vezes menor que os 10% mais ricos entre os brancos, que têm renda de R$ 6.919,46. Ou seja, o negro mais pobre teria de guardar toda a renda por quatro anos e nove meses para chegar a um mês de rendimento do branco.

"Houve um movimento de redução da desigualdade nos últimos anos, mas daí a indicar um cenário mais róseo para o futuro há uma longa distância. Durante muito tempo se pensou que o mero desenvolvimento econômico faria a desigualdade desaparecer. Não aconteceu. Agora se pensa que as políticas como o Bolsa Família vão acabar com a desigualdade. Não vão. O que vai diminuir são políticas de promoção da igualdade racial, a ação afirmativa no acesso às universidades, ao mercado de trabalho", diz o pesquisador Marcelo Paixão, da UFRJ, estudioso das desigualdades raciais.

Redução

As pesquisas por amostras de domicílio vêm mostrando ano a ano a redução do índice de Gini, que mede a desigualdade. Os números mais recentes, no entanto, evidenciam a distância entre os Brasis: o mais rico, alfabetizado, com acesso a serviços básicos, concentrados em grandes centros urbanos e de maioria branca e o mais pobre, com baixa escolaridade, domicílios precários, especialmente na área rural e de população negra ou parda.

Na população de 10 anos ou mais de idade com renda, o índice de Gini ficou em 0,526 (quando mais perto de zero, menor a concentração de renda e quanto mais próximo de um, maior a desigualdade). O Distrito Federal tem a maior desigualdade entre os Estados, com índice de 0,591.

A renda média da população é de R$ 2.461 mensais. Os 50% mais pobres, porém, detêm apenas 12,3% do total de rendimentos. Os índices de analfabetismo são um dos indicadores com as diferenças mais gritantes entre ricos e pobres, apesar dos bons resultados da redução dos índices nacionais.

Autor: Luciana Nunes Leal e Felipe Werneck

Fonte: Unisinos

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=19754&cod_canal=42

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Professor descompromissado

por Marcus De Mario*

É fato: muitos professores "não estão nem aí" para a educação, para a escola e para os alunos. Seu dia a dia é burocrático, desgastante, estressante ou sem compromisso: quem quiser passar de ano que estude! É fácil constatar isso, basta conviver com os professores, basta visitar uma escola e conversar com professores, alunos e coordenadores para constatar a falta de compromisso com a educação por parte de grande maioria dos professores.

Se a escola é pública a falta de compromisso é devida á burocracia centralizada do estado, aos dissabores com a direção escolar, aos perigos da profissão em comunidades carentes. Se a escola é particular o descompromisso é porque quem sabe obedecer garante o emprego, o salário é baixo, as questões de indisciplina e outras são de competência de outros profissionais.

A verdade é que, independente das motivações, a falta de compromisso é um fator lesa-educação, e professor que "não está nem aí" arca com sérias responsabilidades pela sociedade que temos, pois ele deveria ser o formador de consciências, de cidadãos, mas na medida em que apenas dá aula como mero repassador de conteúdos, sendo até mesmo mau exemplo para os alunos, com suas viciações de caráter estampadas, joga no viver social jovens despreparados, fazendo da escola uma instituição longe do seu grande objetivo de educar.

"Ah, mas a culpa é dos cursos de formação para o magistério, que estão muito fracos e não preparam para a realidade escolar". Seja, isso é em parte verdadeiro, mas quantos alunos, futuros professores, fazem esses cursos com má vontade, sem real aplicação, achando que não vale a pena maior esforço, pois, afinal, nada vai mudar na educação? Querem apenas ter uma profissão, e de preferência longe dos bancos escolares da educação básica, pois melhor é fazer carreira no ensino superior e, se possível, em áreas de pesquisa, pois magistério ...

Fácil é culpar a educação, a criança, o adolescente, a escola, o governo, a família, a sociedade e, se possível fosse, o cachorro e o papagaio, entretanto, parte da culpa pelos fracassos em educação está na falta de compromisso dos professores. Está na hora dos profissionais da educação olharem, primeiro, para si mesmos, pelo bem da própria educação.

http://www.educacaomoral.org.br/reconstruir/atualidade_edicao_74_professor_descompromissado.htm

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Os filhos únicos não são mais os mesmos

Por motivos diversos, muitas famílias têm optado por um único filho. E para lidar com essas crianças sem irmãos é preciso deixar o preconceito e os estereótipos de lado e lembrar que um dos papéis do professor é promover a socialização  Por Mariana de Viveiros Ilustrações: Shutterstock
Objetivos:

★Promover a socialização dos alunos

★Ensinar as crianças a dividir

★Mostrar que cada pessoa pode ter um tipo diferente de família, mas que todas são importantes

Se ao saber que uma criança é filha única você logo pensa “xiii, deve ser mimada, egoísta, mandona” ou, pior, acredita na música filho Único, de Cazuza, que diz que “os filhos únicos são seres infelizes”, é hora de rever seus conceitos. Foi-se o tempo em que aquele que não tinha irmãos era visto como o “dono da bola”. Conversamos com uma psicanalista, uma psicopedagoga e duas pedagogas que afirmam que esse estereótipo é mito. “Não podemos generalizar, vai depender da educação que a criança receber dos pais”, diz a psicanalista Andreneide Dantas, da Clínica Escuta Analítica, em São Paulo (SP). Andressa Ruiz, orientadora pedagógica do Colégio Fransciscano Nossa Senhora do Carmo (Franscarmo), de São Paulo (SP), acrescenta: “Não podemos esquecer que uma família pode ter três filhos e mimar um mais do que os outros”. Para Patrícia Bissetti, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e do 1º ano do Colégio Franciscano Pio XII, também da capital paulista, ser filho único não é um problema: “Egocêntricas todas as crianças pequenas são”, afirma. Já a psicopedagoga Maria Irene Maluf destaca dois motivos que fizeram com que o estereótipo do filho único caísse por terra:

1. As crianças estão indo cada vez mais cedo para a escola, o que significa que começam a se socializar mais cedo

2. Hoje, as mães geralmente trabalham e não têm tempo para mimar demais os filhos.

E por falar em socialização, todas as especialistas consultadas para esta reportagem concordam que a escola é o lugar ideal para os alunos aprenderem a dividir, a conviver com as diferenças, a trabalhar em equipe, a respeitar o próximo, a seguir regras sociais e a fazer amigos.

Dica esperta!

★ Não tenha preconceitos, pois isso dificulta o convívio

★ Conheça o histórico de cada aluno e tenha um olhar individualizado sobre cada um

★ Respeite as características de cada criança

★ Aproveite a experiência familiar de cada aluno - filho único, filho caçula, filho do meio, filho mais velho, filho temporão - nas atividades realizadas em classe

Lugar de socializar

A escola há muito tempo deixou de ser apenas o lugar de transmissão de conhecimentos formais. Hoje, é fundamental que ela promova a socialização.

Na escola, a criança terá que...

— ... aprender a ouvir os coleguinhas e a esperar a sua vez de falar

— ... compartilhar os brinquedos com os outros alunos

— ... dividir a atenção do professor

“No primeiro momento, a criança não vai gostar de dividir [os brinquedos, o lanche, o professor], mas ela precisa aprender que existem limites e que não dá para se ter tudo”, aponta a psicanalista Andreneide. Ela diz ainda que o professor não pode se intimidar com o choro, a recusa e a agressividade da criança.

“O educador não pode ter medo de exercer o seu papel, que é o de ensinar a dividir, colocar limites e promover a socialização.” Patrícia Bissetti destaca que no começo é comum a criança não querer ir para a escola porque, enquanto em casa ela tem tudo só para ela, na escola essa regra não vale. “Temos que conquistar essa criança, mostrando a ela que é gostoso ir à escola e que é importante ter amigos. A escola tem que ter significado para ela, daí a importância dos projetos, jogos e brincadeiras”, explica a coordenadora do Pio XII.

Para promover a socialização, a escola pode...

— ... promover lanches coletivos

— ... realizar rodas de conversa

— ... propor brincadeiras e jogos em grupo

Os filhos únicos não são mais os mesmos

Por motivos diversos, muitas famílias têm optado por um único filho. E para lidar com essas crianças sem irmãos é preciso deixar o preconceito e os estereótipos de lado e lembrar que um dos papéis do professor é promover a socialização

Por Mariana de Viveiros Ilustrações: Shutterstock

Parceria entre pais e escola

filhos únicos tendem a conviver muito com adultos, por isso pode acontecer de a criança preferir a companhia do professor à dos coleguinhas. Patrícia Bissetti, do Colégio Pio XII, conta que quando os professores percebem esse tipo de comportamento, chamam os pais e os incentivam a frequentar parques (público, de diversão, do prédio), festinhas da escola e aniversários dos coleguinhas para estimular o convívio do filho com outras crianças.

Família: cada um tem a sua

No Pio XII, no final do ano letivo, professores e coordenadores reúnem-se para analisar o histórico dos alunos e, assim, montar turmas mistas, ou seja, com alunos que são filhos únicos, que têm vários irmãos, que tem irmão adotivo, que vão ganhar um irmãozinho em breve porque a mãe está grávida etc. “Essa integração contribui para que a criança saiba que o modelo de família dela não é o único e que existem vários outros tipos (mãe, pai e um filho; mãe, pai e vários filhos; mãe e filho; pai e filho; mãe, ‘amiga’ e filho; pai, ‘amigo’ e filho; avó, avô e neto que é criado como filho etc.)”, observa Patrícia. Nos primeiros dias de aula, as crianças são estimuladas a levar para a escola fotos de sua família para mostrar aos colegas em uma roda de conversa. “A criança tem necessidade de conviver com as diferenças para poder aceitá-las. Dessa forma, o diferente passa a ser normal”, afirma a coordenadora do Pio XII.

A questão da família é tão importante no Pio XII que em vez de se comemorar o Dia das Mães e o Dia dos Pais separadamente (no segundo domingo de maio e no segundo domingo de agosto respectivamente), celebrase o Dia Internacional da Família, em 15 de maio. “Como tem criança que não tem mãe, criança que não tem pai e criança que é criada pelos avós, optamos por fazer uma festa no Dia da Família”, justifica Patrícia.

filho único tem melhor desempenho na escola?

A psicóloga educacional americana Toni Falbo analisou os resultados de testes padronizados que foram aplicados durante anos a alunos com e sem irmãos com o intuito de avaliar suas habilidades matemáticas e de expressão verbal. A conclusão foi que os filhos únicos tinham melhor rendimento escolar. A tese foi comprovada por um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 2004.

Maria Irene Maluf – que é filha única – diz que o resultado do estudo faz todo o sentido, pois como a criança que não tem irmãos convive muito com adultos, ela é estimulada precocemente, o que faz com que se desenvolva mais, principalmente em relação à linguagem e à psicomotricidade, além de se tornar mais crítica e exigente consigo mesma. “Quando a criança escuta desde cedo os adultos conversarem entre eles com linguagem adulta, e esses adultos conversam com ela sem usar linguagem infantil e a corrigem quando ela fala errado, o amadurecimento neurológico ocorre mais cedo, pois a formação de sinapses (responsáveis pelo aprendizado) é estimulada. Assim, a criança vai para a escola mais aberta e com mais facilidade para aprender”, explica. Além disso, segundo a psicopedagoga, enganase quem pensa que filho único é paparicado o tempo todo. “O nível de exigência também é grande, porque como os pais só têm um filho para criar, fica mais fácil cobrar, e isso é estimulante”, afirma.

Patrícia Bissetti e Andressa Ruiz levantam outro ponto: para os pais de filho único é financeiramente mais fácil estimular a criança, levando-a ao teatro, ao cinema, a museus, comprando livros, matriculando-a em uma boa escola e em cursos extracurriculares. “Esses estímulos podem sem um fator para que a criança tenha melhor desempenho escolar”, acredita Patrícia.

http://revistaguiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/104/artigo240107-2.asp 16/11/11

domingo, 30 de outubro de 2011

TV o programado é você!

"A programação existe pra manter você na frente


Na frente da TV, que é pra te entreter

Que é pra você não ver que o programado é você!"

Gabriel Pensador

Campanha da Fraternidade 2012 - palestras

Prezados,

coloco a disposição
palestras sobre a Campanha da Fraternidade 2012.

Os interessados em ter em sua escola, comunidade a apresentação do TEXTO BASE da Campanha da Fraternidade 2012 favor solicitar informações pelo e-mail jantgal@bol.com.br .

Abraços

Feira de Troca de Livros e Gibis

A Feira de Troca de Livros e Gibis é um projeto da Secretaria Municipal de Cultura que procura transformar os parques em verdadeiras bibliotecas ao ar livre. Nela, estandes temáticos são disponibilizados e divididos nas categorias literatura, literatura infanto-juvenil, gibis e troca com a mesa. Neste último, o visitante poderá trocar um título que esteja na mesa e deixar outro no lugar. O intuito é que as mesas funcionem como pontos de encontro para os leitores de determinado gênero.


A iniciativa é coordenada pelo Sistema Municipal de Bibliotecas e teve seu projeto piloto realizado em 2007, quando passou por três parques municipais reunindo cerca de 10 mil trocas. Em 2008 o projeto foi ampliado e desde então cerca de 25 mil pessoas já participaram do projeto e mais de 57 mil trocas de livros foram feitas. Só em 2010, quase 18 mil trocas foram realizadas.
Para participar, a única recomendação é que os livros não sejam didáticos e que estejam em bom estado. Para os gibis não há restrição, serão bem-vindos exemplares de qualquer época. As feiras têm indicação livre, são gratuitas e funcionam sempre das 10h às 15h.

Feira de Troca de Livros e Gibis 2011

Telefone para informações ao público: 3862-3581

Entrada Franca
Horário: 10h às 15h
www.bibliotecas.sp.gov.br

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Fim do 13º já foi aprovado na Câmara - falta o Senado

Enquanto a gente se distrai com Olimpíadas e Copa do Mundo, o
Congresso continua votando outros assuntos de nosso

interesse e a gente nem percebe.....vejam essa:

Fim do 13º já foi aprovado na Câmara

(PFL, PMDB, PPB, PPS, PSDB )

Para conhecimento,

O fim do 13º salário já foi aprovado na Câmara para

alteração do art. 618 da CLT.



Já foi aprovado na Câmara e encaminhado para o Senado.



Provavelmente será votado após as eleições, é claro....



A maioria dos deputados federais que estão neste momento tentando aprovar no Senado o Fim do 13º salário, inclusive da Licença de Férias (pagas em 10 vezes) são do PFL e PSDB.

As próprias mordomias e as vergonhosas ajudas de custo

de todo tipo que recebem, eles não cortam.



Conheça a cara dos safados que votaram a favor

deste Projeto em todo Brasil. Por favor, repassem para o maior

número de pessoas possíveis, afinal eles são candidatos

fortes nas próximas eleições:



01- INOCÊNCIO OLIVEIRA - PFL

02- JOEL DE HOLLANDA - PFL

03- JOSÉ MENDONÇA BEZERRA - PFL

04- OSVALDO COELHO - PFL

05- ARMANDO MONTEIRO - PMDB

06- SALATIEL CARVALHO - PMDB

07- PEDRO CORRÊA - PPB

08- RICARDO FIÚZA - PPB

09- SEVERINO CAVALCANTE - PPB

10- CLEMENTINO COELHO - PPS

11- CARLOS BATATA - PSDB

12- JOÃO COLAÇO - PSDB

13- JOSÉ MÚCIO MONTEIRO - PSDB



DIVULGUEM!!!

Agora, enquanto isso, eles distraem a gente com referendos ridículos!!!! !

E, nas votações que realmente importam, não nos cabe participar?? ??

Cadê os caras pintadas???? Povo que derruba presidente?? ????

Gente é hora de acordar antes que seja tarde d+!!!!!!!!!!



NINGUÉM É TÃO FORTE

QUANTO TODOS NÓS JUNTOS!!!!!! !!



Divulguem!!! E não fique só reclamando do nosso país!!!

domingo, 23 de outubro de 2011

Círio de Nazaré: um dos maiores rituais do mundo.

Círio de Nazaré: um dos maiores rituais do mundo. Entrevista especial com Silvio José de Lima Figueiredo


A 219° Festa do Círio de Nazaré, considerada o Natal dos paraenses, realizada no último domingo, dia 9, contou com cerca de 2,3 milhões de romeiros, que percorreram as principais ruas de Belém do Pará, em homenagem à mãe de Jesus. A capital paraense, a cada segundo domingo de outubro, homenageia Nossa Senhora de Nazaré ou a “Rainha da Amazônia”, na maior procissão católica da América Latina.

“O Círio expressa o aspecto religioso, mas também as expressões culturais que se atrelaram a ele durante sua existência”, afirma o professor e pesquisador Silvio José de Lima Figueiredo, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line. Para ele, a ritualização de todos os períodos do Círio faz com que os participantes do ritual busquem estar presentes em todos esses momentos: “desde os mais sacros, como a ‘descida’ da imagem de Nossa Senhora de seu altar na igreja para um local mais próximo aos fiéis, até os muitos cortejos que saem às ruas: o boi-bumbá pavulagem, o auto do círio, entre outros”.

Também o “almoço do círio” exprime essa condição, já que a maioria busca participar de um almoço desse tipo no domingo do círio. “Além disso, a fabricação e venda de brinquedos de Miriti (uma palmeira), o passeio ao arraial, etc. Mas, apesar de todas essas expressões pouco a pouco ganharem importância, elas não deixam de ser realizadas em função do símbolo do sagrado: Nossa Senhora de Nazaré é a razão da festa”.

Um dos símbolos mais importantes do Círio de Nazaré, depois da imagem da santa, é a corda. E Figueiredo explica o porquê: ela representa a "ligação entre o homem e o sagrado, sem muita mediação: é o corpo oferecido em sacrifício em busca do êxtase”.

Silvio José de Lima Figueiredo é professor e pesquisador do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará – UFPA. É bacharel em Turismo pela Universidade Federal do Pará, gradua dodo em Administração pela Universidade da Amazônia – Unama, mestre em Planejamento do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Pará e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Pará. Elaborou o documentário "Naza" e é autor do livro "Círio de Nazaré – Festa e Paixão".

Confira a entrevista.

IHU On-Line – A que atribui a grandiosidade da festa do Círio de Nazaré?

Silvio José de Lima Figueiredo – Existem várias razões para essa grandiosidade. A quantidade de romeiros é uma delas, pois essa festa congrega os habitantes de Belém, mas também os peregrinos provindos das cidades interioranas do estado do Pará e de outros estados da Amazônia. Além disso, Nossa Senhora de Nazaré é uma santa de grandes milagres: a casa própria, o vestibular, a cura de doenças. A fé é intensa e os acordos e trocas com o sagrado são muitos e de diversas formas, pois se manifestam na ação de “pagar a promessa” ou de “agradecimento”, e ultrapassa o catolicismo puro. Pouco a pouco a festa vai tomando a forma atual, com uma série de eventos culturais atratores de turistas regionais e também é quando se permite o uso dos espaços públicos indistintamente pela população, a ocupação das ruas e a sociabilidade. Tudo isso, em forma de espetáculo midiático, faz do Círio um dos maiores rituais mundiais.

IHU On-Line – O que explica, nos dias de hoje, a comoção em torno do Círio de Nazaré?

Silvio José de Lima Figueiredo – Exatamente sua grandiosidade e sua capacidade de aglutinar diversos tipos de pessoas, dos mais crédulos aos menos religiosos. A força da divindade, Nossa Senhora de Nazaré, e a possibilidade de comunhão com o sagrado e de comunhão social.

IHU On-Line – O que os símbolos representam para os fiéis? Depois da imagem de Nossa Senhora, a corda é o elemento mais importante para os romeiros? Por quê?

Silvio José de Lima Figueiredo – Símbolos são importantes em nossa vida o tempo inteiro, e é esse processo que torna o homem um ser cultural. Os símbolos religiosos são atalhos simbólicos para o alcance do sagrado: as imagens dos santos, os rosários, os ex-votos (que representam o pagamento da promessa), entre outros. A corda é o mais importante depois da santa, pois representa a ligação entre o homem e o sagrado, sem muita mediação: é o corpo oferecido em sacrifício em busca do êxtase.

IHU On-Line – Como compreender o mistério que há na corda?

Silvio José de Lima Figueiredo – Talvez somente participando do Círio e “indo” na corda durante a procissão. E assim é possível entender um corpo coletivo, sacrificado, em privação, exatamente no limiar do êxtase, da fadiga corporal, impondo-se no ritual como sendo sua centralidade, e sendo oferecido a Nossa Senhora de Nazaré em pagamento e agradecimento.

IHU On-Line – Com a realização do Círio, não é paradoxal que as pessoas continuem buscando o sagrado tão concretamente, em símbolos como a corda, em um mundo em que os indivíduos estão cada vez mais ligados à tecnologia e aos meios virtuais? O que justifica esse sacrifício todo?

Silvio José de Lima Figueiredo – A busca do sagrado me parece uma característica do ser humano em todos seus momentos históricos e em vários tipos de cultura. Isso não mudará com a chegada de novas tecnologias, pois as religiões se utilizarão dessa tecnologia para continuar funcionado, e a virtualização, ou seja, o potencial não ainda realizado, é bem propício ao campo da crença. Mas é sempre bom fazer a distinção entre religião e sagrado, pois rituais coletivos podem servir ao alcance do sagrado sem serem necessariamente religiosos.

IHU On-Line – Qual a influência que o Círio de Nazaré exerce na vida social da Amazônia?

Silvio José de Lima Figueiredo – O Círio é exemplo de como o catolicismo conseguiu se impor na Amazônia (e também no Brasil e América do Sul). É o resultado de negociações entre varias crenças e dos conflitos vivenciados nesse processo. Suas centralidade e atratividade fazem dele o principal evento cultural e religioso da região. Com menos ou mais influências em outros estados como o Amazonas e o Amapá, indica um marco temporal no calendário e uma propagação das expressões culturais a ele atreladas, como música e gastronomia, além, é claro, de ser central nas resoluções das igrejas católicas da região.

IHU On-Line – O que significa, em sua opinião, a devoção dos fiéis ao Círio de Nazaré?

Silvio José de Lima Figueiredo – Na verdade, a devoção é à Santa, a Nossa Senhora de Nazaré, e significa a força do símbolo em favorecer a relação das pessoas com o sagrado.

IHU On-Line – Por que o Círio de Nazaré pode ser considerado uma manifestação cultural?

Silvio José de Lima Figueiredo – O Círio expressa o aspecto religioso, mas também as expressões culturais que se atrelaram a ele durante sua existência. A ritualização de todos os seus momentos faz com que os participantes do ritual busquem estar presentes em todos esses momentos: desde os mais sacros, como a “descida” da imagem de Nossa Senhora de seu altar na igreja para um local mais próximo aos fiéis, até os muitos cortejos que saem às ruas: o boi-bumbá pavulagem, o auto do círio, entre outros. Também o “almoço do círio” exprime essa condição, já que a maioria busca participar de um almoço desse tipo no domingo do círio. Além disso, a fabricação e venda de brinquedos de Miriti (uma palmeira), o passeio ao arraial, etc. Mas, apesar de todas essas expressões pouco a pouco ganharem importância, elas não deixam de ser realizadas em função do símbolo do sagrado: Nossa Senhora de Nazaré é a razão da festa.

IHU On-Line – Acredita que o Círio está cada ano mais globalizado ou midiatizado? Por quê?

Silvio José de Lima Figueiredo – Parece que tudo hoje em dia está midiatizado, uma ascensão dos faits divers do cotidiano se transformando em atração televisiva e da internet. É claro que rituais tão grandes e complexos como o Círio também passam por esse processo.

IHU On-Line – Qual o papel das comidas típicas durante todo o Círio?

Silvio José de Lima Figueiredo – A atmosfera festiva se dá também ao andar nas ruas de Belém alguns dias antes do círio. A cidade está impregnada dos cheiros da maniçoba e do pato no tucupi. O almoço no domingo é para o fiel que acompanhou o Círio e retorna para sua casa com suas forças esgotadas. E é nesse momento que, com a família reunida, comunga o encontro, a reunião familiar e mais uma etapa do ritual. A reposição das forças, mas também a reunião com a família, amigos, parentes que moram longe e que invariavelmente retornam à cidade para o Círio.

IHU On-Line – A que atribui a emoção dos fiéis durante as procissões?

Silvio José de Lima Figueiredo – A imagem sagrada, em meio a dois milhões de pessoas, é impactante; as graças alcançadas são muitas, e é o momento de pedir, agradecer, pagar, ou simplesmente entrar no corpo coletivo.
Fonte: Unisinos http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=19478&cod_canal=41

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

Dom Júlio Endi Akamine SAC - Bispo da Região Episcopal Lapa - Arquidiocese de São Paulo.

HOMILIA de D. Julio Endi Akemine – Bispo da Região Episcopal Lapa – Arquidiocese de São Paulo, 08/10/11, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Vila Carrão. SP.




Em preparação para a Festa da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, D. Júlio presidiu a Celebração Eucarística na referida comunidade acima e, em sua pregação falou da necessidade de estarmos vestidos adequadamente para a Festa que por Deus somos convidados.



A SALVAÇÃO É DOM, mas requer uma resposta humana.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A escola, a sala de aula e o professor

A escola, a sala de aula e o professor


O sistema educacional passa por um período de inércia. Verificam-se repetições de um padrão que, num tempo não muito distante do atual, foi eficaz. Professores continuam executando o mesmo planejamento de décadas passadas, reutilizando estratégias de ensino, avaliações e metodologias, sem considerar que os tempos são outros, esquecendo que hoje a quantidade de informações e a velocidade como são transmitidas são muito maiores. O novo tem sido uma reedição do velho nas escolas.

O que se observa é que essa mera reprodução de velhos ritos escolares tem se voltado contra a própria escola. Os alunos têm se tornado cada vez menos motivados para as atividades propostas.

Sabe-se que as escolas são verdadeiras usinas de múltiplas inteligências, mas atualmente elas têm sido um local de repetição de padrões ultrapassados, sem que apresentem preocupações para mudar esse panorama - sem inovar!

É necessário acompanhar as mudanças e sair da zona de conforto. Os professores precisam se conscientizar de que as aulas precisam despertar o interesse dos alunos, procurar despertar neles a vontade de aprender, incentivar a participação individual no processo de ensino-aprendizagem, promover atividades que permitam que os alunos questionem, participem e opinem. O ensino não pode mais ser uma via de mão única. Quando se sentirem seguros e valorizados em suas opiniões, os alunos sairão das aulas com desejo de voltar, com sede de saber e muito mais preparados.

A escola que se diz transformadora (e que realmente desejar ser) deve transpor a barreira do conservadorismo, abandonar o paradigma de designar como indisciplina ou desrespeito as manifestações de “vida” e de opinião dos alunos.

Avaliando o papel da escola, conclui-se que ela deve ser o espaço para reflexão, para discussões entre a geração dos mais velhos com as gerações dos mais novos, e não dos que sabem mais com os que sabem menos. Onde não ocorrem discussões, não se pode chamar de sala de aula. Os professores que resistem em abandonar o velho padrão, que exige que a sala de aula seja um ambiente harmônico e disciplinado, muito pouco têm a ensinar.

O professor da era da informação deve estar preparado para promover discussões sobre os acertos e erros da humanidade, sobre valores, além de ser realmente capaz de ajudar a formar uma geração melhor do que a anterior.

Já não se pode mais admitir a presença do professor “PowerPoint”, que apenas repete o que está escrito. O professor "PowerPoint" se assemelha ao sistema de ensino apostilado, onde só se registra o mínimo necessário e fragmentando o conteúdo, sem correlacioná-los com outros assuntos e sem contextualizar e transpor para a realidade dos alunos.

Não se pode mais aceitar também que seja ensinado o básico. Urge formar cidadãos de valor e com qualidade. É preciso que o ensino seja abordado de maneira que prime pelo significado. A quantidade não garante a qualidade. A sala de aula tem que ser o lugar de exigência máxima e não mínima.

O professor deve estar atento e preocupado com o desenvolvimento pleno de seus alunos, com as suas presenças e ausências, sua saúde, com as exposições a situações de preconceitos, discriminação e violência. Deve ainda buscar atualizar-se constantemente, trocar experiências com demais professores da escola ou de outras instituições de ensino, ter disposição, paciência, calma para conversar, ouvir os alunos e famílias, estabelecendo com elas uma relação de atenção, proximidade e confiança.

Um bom professor deve ainda promover a compreensão do "porquê" e "para que" aprender sempre.

Carlos W. Dorlass é consultor educacional em empresas e instituições de ensino.

Dê sua opinião!O que pensa sobre este texto? Mande um e-mail para editorial@humanaeditorial.com.br ou mande uma mensagem nos nossos twitters, @ProfissaoMestre ou @gestao_edu.

http://twitter.com/ProfissaoMestre
http://twitter.com/gestao_edu 



domingo, 28 de agosto de 2011

Revista Eletrônica FANTÁSTICO. Globo 28 de agosto de 2011.

ASSITI NA TV GLOBO, NO FANTÁSTICO, UMA REPORTAGEM SOBRE A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS, ORA ENTRE ALUNOS, ORA ENTRE PAIS, ORA ENTRE PAIS E PROFESSORES, ORA ENTRE ALUNOS E DIREÇÃO........ e a reportagem centrou os recortes informados na pergunta:

qual é a melhor maneira de trazer a paz de volta à sala de aula?

VOU REDUZIR a reflexão em uma resposta CURTA E GROSSA:

DEVOLVER AOS FILHOS OS PAIS! Dar aos pais o que lhes falta: EDUCAÇÃO; para que não tenham os filhos como bibelôs de cristaleira.

domingo, 21 de agosto de 2011

Missões no Piauí.

Quero nesse dia frio que faz em São Paulo lembrar os dias quentes de inverno que passei em S. João do Piauí e para isso partilho algumas fotos de lá.





Em busca de novas competências

Olá gestores e educadores,


A aprendizagem do aluno é, acima de tudo, o principal objetivo de uma escola e de seus professores. Para alcançá-la, é necessária uma série de competências e habilidades, que torne o processo significativo para o estudante. Com base em autores como David Ausubel e Joseph Novak, a professora Sulivam Pereira Brito apresenta a importância da prática reflexiva do docente e da necessidade de desenvolver a aprendizagem significativa, neste artigo exclusivo para o Jornal Virtual.  Boa leitura!

Em busca de novas competências

Vivemos numa sociedade em constante processo de mudança, o qual só é efetivado quando a educação assume seu real papel na sociedade.

O mundo atual pede investimento em novos compromissos para renovar a educação, exigindo a presença de um novo modelo de ensino-aprendizagem que proponha a mudança de mentalidade do profissional, pela atualização, aperfeiçoamento e pelo desenvolvimento da capacidade reflexiva da sua prática educativa. O professor deve incorporar na sua prática educativa as expressões: “aprender a aprender” e “ensinar a aprender”.

O produto da aprendizagem depende da forma como o professor apresenta o conteúdo e da maneira como os estudantes vão processar este conteúdo. Vejamos os pontos mais relevantes:

- A aprendizagem ocorre quando o aluno se centra no assunto e busca o envolvimento da compreensão e domínio do proposto pela escolha de estratégias de estudo e pesquisa reconstruindo os conceitos que foram trabalhados com os conhecimentos anteriores;

- A atividade construtiva do aluno está ligada ao contexto social e interpessoal sempre que ele realiza a assimilação das novas informações na apropriação dos conteúdos e na atribuição das significações.

O primeiro passo é buscar informações a respeito do seu público-alvo: Qual o seu perfil? Quais as suas necessidades? Você já planejou o que fazer, como fazer, quando deve ser feito e em que condições?

O produto da aprendizagem depende do projeto político-pedagógico, do planejamento, dos objetivos de aprendizagem, dos conteúdos e de como os alunos vão processar este conteúdo. Vamos relembrar algumas teorias que orientam um projeto político-pedagógico.

O cognitivismo tem como foco os processos mentais de aquisição de conhecimento, habilidades e atitudes em interação com o meio ambiente provocando uma mudança de comportamento.

O construtivismo indica que a aprendizagem é um processo ativo e reflexivo que envolve o processo de descoberta, pelas experiências vividas pelo indivíduo e pela sua interação com o meio ambiente onde ocorre a construção do conhecimento.

Como representante temos: David Ausubel e a teoria da aprendizagem significativa, que propõe uma aprendizagem como um processo de ensino que faça sentido para o aluno. A fundamentação teórica dos mapas conceituais está baseada no modelo de aprendizagem significativa que tem como preocupação identificar estruturas mentais de memória e raciocínio. Aprendizagem significativa tenta dar sentido entre as novas informações, (acredito que não deve haver essa vírgula porque ela está comparando dos dois) e os conhecimentos já existentes no aluno. A aprendizagem significativa é inclusiva, pois o material a ser trabalhado deve ser potencialmente significativo.

O material é potencialmente significativo quando a aprendizagem implica em modificações na estrutura cognitiva. A mudança que irá ocorrer se fará por meio de novos significados e não pelo acúmulo de conceitos sem conexões com os conhecimentos anteriores.

Ausubel salienta que os conceitos-chave vão constituir a base para a aprendizagem posterior e que devemos usar âncoras que são os organizadores prévios. São mensagens que mobilizam os alunos para os assuntos que serão aprendidos. A finalidade é servir de ponte cognitiva entre o que o aluno já sabe e o que virá a saber.

A técnica de construção e a teoria a respeito dos mapas conceituais foram desenvolvidas pelo pesquisador Joseph Novak que define mapa conceitual como uma ferramenta para organizar e representar o conhecimento.

Os mapas conceituais são úteis na área educacional tanto como ferramenta de trabalho, pois os mapas exigem um planejamento pedagógico agregando vantagens à educação, quanto como recurso que enriquece o espaço pedagógico.

O professor, ao promover a aprendizagem significativa, passa a desconstruir algumas atitudes e estimular outras, como apoiar o aluno a fazer perguntas no lugar de apenas dar respostas. A aprendizagem envolve o processo de conhecimento na construção da pessoa dentro e fora da escola, elevando a autoestima do aluno e permitindo que ele veja a si mesmo e as situações nas quais está envolvido.

Sulivam Pereira Brito é Socióloga, mestre em Linguística e Semiótica, designer educacional e professora universitária.

Dê sua opinião! O que pensa sobre este texto? Mande um e-mail para editorial@humanaeditorial.com.br ou mande uma mensagem nos nossos twitters, @ProfissaoMestre ou @gestao_edu.

http://twitter.com/ProfissaoMestre
http://twitter.com/gestao_edu

http://www.humanaeditorial.com.br/

sábado, 20 de agosto de 2011

Ganhar mais e viver melhor: o desafio atual do brasileiro


Provavelmente você que está lendo este artigo deve estar entre os 20 milhões de pessoas pertencentes às classes A e B no Brasil. E este número só cresce: em 2014 haverá 30 milhões de ricos em nossa nação.

Entre 2003 a 2009, 30 milhões de brasileiros saíram da pobreza, mas há um número também expressivo de sete milhões de pessoas que romperam a fronteira da alta renda. O Brasil é hoje uma das economias que mais crescem no cenário econômico global, mas fica a pergunta: ganhar mais tem feito você viver menos? O quanto crescer a sua renda significou também desenvolver-se como ser humano, em termos de Qualidade de Vida?

Nas economias emergentes, como é o caso do Brasil, é cada vez mais propagada a promessa de que é possível “chegar lá”. Esta mensagem é encontrada em campanhas publicitárias, publicações de negócios e comportamentos, e até mesmo em programas televisivos. E realmente muitos brasileiros têm conquistado este crescimento financeiro, mas a que custo psicológico? Antigamente era mais aceitável a noção de que somente poucas pessoas podiam aspirar à riqueza, cabendo à outra grande maioria a resignação à exploração. Vivemos hoje um momento histórico de nossa sociedade, em que a promessa de realização financeira é democratizada a todos, independentemente de credo, gênero ou cor.

Em uma sociedade que nos julga cada vez mais pelo ter do que pelo ser, ascender socialmente é quase um passe para a dignidade, e lutar contra este paradigma é uma missão praticamente impossível. Desta forma, buscamos cada vez mais status, até porque é mais difícil gostar de si mesmo caso o outro não demonstre mostrar que nos valoriza. Desta forma nos apegamos a sinais de enriquecimento para que nos sintamos aceitáveis, perante o outro e nós mesmos. E assim, acompanhando o aumento do PIB nacional, também vemos o aumento paralelo de casos de depressão e ansiedade, os quais geralmente são pouco associados na grande mídia a este fenômeno de crescimento (e não desenvolvimento) de nossa economia.

A hipótese sugerida é que, como próximo patamar de evolução da sociedade brasileira, urge a busca individual e coletiva por um estado de desenvolvimento do bem-estar, em um “caminho do meio” criativo e equilibrado, no qual se enriquece, mas também se vive melhor, em termos de satisfação de Vida em geral. Há casos de países que perceberam a importância de não apenas crescer, mas também se desenvolver. O Butão, um pequeno e fechado reino encravado entre a China e a Índia, considera tão importante quanto o Produto Interno Bruno (PIB) a Felicidade Interna Bruta (FIB). O modelo da FIB baseia-se no princípio de que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade humana se dá quando o desenvolvimento espiritual e material acontecem lado a lado, complementando e reforçando um ao outro.

Como podemos constatar, o desafio atual do brasileiro será conciliar seu crescimento financeiro com seu desenvolvimento humano. Continuar aumentando a poupança e a quantidade de carros na garagem, à custa de noites mal dormidas e relacionamentos falidos, parece não ser uma estratégia inteligente e sustentável no longo prazo. E você, acredita que é possível ganhar mais e viver melhor? A palavra é equilíbrio!

Autor: André Dameto

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=18794&cod_canal=42

domingo, 14 de agosto de 2011

como educar os que nasceram a partir de 1993

O dilema do professor frente à geração Z
Como concorrer com ferramentas como o celular, o computador e a Internet e suas inúmeras formas atrativas que encantam os jovens da geração Z (nascidos a partir de 1993)? Como captar a atenção desses jovens que nasceram e cresceram na era digital? Qual o desafio do professor em atrair essa geração acostumada com e-mail, Twitter, Facebook, Orkut, blogs, Google, informações e comunicações instantâneas?

Há uma reclamação recorrente por parte dos professores com relação ao uso do notebook em sala de aula, uma vez que os alunos se distraem e não prestam atenção à aula. Ora, mas essa geração é a geração da pluralidade, que consegue desenvolver várias tarefas ao mesmo tempo. É comum, durante as aulas, o aluno fazer uma pesquisa, tuitar, atualizar o mural do Facebook, isso tudo ao mesmo tempo, enquanto assiste às aulas. Mas quanto do conteúdo que é dado em sala pelo professor é realmente assimilado?

A grande vantagem da internet é o acesso fácil e a qualquer momento à informação. Com isso, os alunos acabam preterindo a fala do professor, ou melhor, a aula, pois sabem que podem, num piscar de olhos, fazer uma leitura sobre aquele assunto. A internet estimula as inteligências múltiplas de diversas maneiras, mas talvez de forma superficial. Por exemplo: a leitura em profundidade foi substituída por posts. Para que o aluno precisa ler um livro sobre determinado assunto se o Google disponibiliza o resumo, se o Youtube oferece os mais fantásticos (e também os mais medíocres) vídeos dos mais diferentes assuntos?

O neurocientista Gary Small, pesquisador da Universidade da Califórnia (EUA), acredita que, desde quando o homem primitivo aprendeu a usar uma ferramenta, o cérebro não sofria um impacto tão grande e significativo como ocorreu com o uso da Internet. Sabemos que o cérebro humano é uma estrutura que é movida a desafios e que se transforma com eles.

Segundo pesquisa recente, os alunos de bons professores aprendem 68% mais do que os colegas orientados pelos piores docentes. Então o professor é quem faz a diferença. Apesar de todos os atrativos da internet, em sala de aula, um bom professor é o destaque. E nesse sentido o papel do professor é fundamental em abastecer e alimentar os cérebros dos seus jovens alunos e ajudá-los a aprofundar o conhecimento, a fazer conexões, a transformar essa rede de informações em conhecimentos significativos. Ou pode também proibir o aluno de usar o notebook e de acessar a Internet e usar em suas aulas apenas o PowerPoint, para mostrar textos e mais textos, lendo-os em seguida, sem explicar ou contextualizar, sem instigar os alunos à participação.

Se, afinal, a geração Z está acostumada com atividades que envolvam oxigenação, inovação, criatividade, como se relacionar com alunos que estão num nível digital, tecnológico, diferente do professor?

É necessário que o professor esteja motivado, busque qualificação permanente, conheça as características das novas gerações, os processos cognitivos de aprendizagem, as novas tecnologias e, claro, interaja com elas. Nesse sentido, somos todos aprendizes.

Elizabeth Magno é professora do Estado em Macapá (AM) e coordenadora pedagógica do Centro de Ensino Superior do Amapá.





Dê sua opinião!



O que pensa sobre este texto? Mande um e-mail para editorial@humanaeditorial.com.br ou mande uma mensagem nos nossos twitters, @ProfissaoMestre ou @gestao_edu.



http://twitter.com/ProfissaoMestre

http://twitter.com/gestao_edu



Acesse nosso site: www.humanaeditorial.com.br

terça-feira, 26 de julho de 2011

afastamento do juiz responsável pelo processo que apura a morte do casal de extrativistas.

Movimentos sociais pedem afastamento de juiz que investiga assassinato de casal no Pará


Luana Lourenço / Da Agência Brasil, em Brasília

Movimentos sociais e parentes de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva, assassinados em maio último no sudeste do Pará, querem o afastamento do juiz responsável pelo processo que apura a morte do casal de extrativistas.

As organizações pedem que o juiz Murilo Lemos Leão, da 4ª Vara Penal de Marabá (PA), seja substituído ou que o processo seja federalizado.

Durante as investigações, o juiz negou por duas vezes o pedido de prisão preventiva de três suspeitos, que depois foram apontados pela Polícia Civil como responsáveis pelas mortes: o fazendeiro José Rodrigues Moreira, suspeito de ser o mandante do crime, e os possíveis executores Lindon Jonhson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento.

Mesmo depois da conclusão do inquérito policial, o pedido de prisão ainda não foi acatado.

“Ao negar a decretação da prisão dos acusado por duas vezes, o juiz contribuiu para que eles fugissem da região. Agora, mesmo que seja decretada, a prisão do grupo se torna ainda mais difícil”, assinalam organizações, em nota.

Entre as entidades que assinam o manifesto, estão a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Se o Judiciário do Pará não aceitar trocar o juiz que conduz o caso, o grupo pretende levar ao Ministério Público Federal o pedido de federalização do processo.

“Na esfera federal, espera-se que a apuração seja mais ampla e que todos os responsáveis sejam devidamente identificados e presos, dando dessa forma a tranquilidade necessária para o prosseguimento da ação penal”, destacam as entidades, na nota


http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2011/07/26/movimentos-sociais-pedem-afastamento-de-juiz-que-investiga-assassinato-de-casal-no-para.jhtm 

http://zip.net/bqDcY

domingo, 24 de julho de 2011

Empreendedorismo jovem: qual o seu lugar na escola básica?

Olá gestores e educadores,


Ensinar português, matemática e outras matérias continua sendo a prioridade da escola. No entanto, com um mercado de trabalho cobrando cada vez mais do jovem, será que a escola não deveria se preocupar também em formar um jovem empreendedor, capaz de suprir esta demanda? É isto que a doutora em Educação Targélia de Souza Albuquerque indaga neste texto, produzido exclusivamente para o Jornal Virtual

Empreendedorismo jovem: qual o seu lugar na escola básica?

Iniciamos esse diálogo com uma problematização para a escola, e em especial, para nós, educadores: como os jovens podem fazer a diferença como coautores de uma cidadania planetária e qual o compromisso da escola básica com a formação plena de nossos estudantes?

Nos últimos trinta anos, as transformações sociais vêm se radicalizando e exigindo posicionamentos científicos e tecnológicos cada vez mais inovadores. A sociedade do conhecimento gera poder na medida em que constrói as relações de subordinação. Por essa razão, uma educação emancipadora se torna indispensável cada vez mais cedo. Não se pode esperar mais o término de um curso superior ou o ingresso no primeiro emprego para se pensar em empreender e inovar. A excelente formação acadêmica e tecnológico-profissional de nossos jovens continua a ser uma das exigências de sua educação plena, porém novas demandas estão se impondo como necessárias à inserção crítica e com autonomia no mercado de trabalho e colocando novos desafios à reinvenção da sua empregabilidade. O emprego, na ótica tradicional, já não dá conta das exigências de sobrevivência, de desenvolvimento sustentável, entre outras demandas da produção de uma sociedade digna, fraterna e justa.

Problematizar sobre novas possibilidades de emprego e alternativas criativas de sobrevivência, que contribuam para o desenvolvimento das comunidades locais e de processos mais amplos, passa a ser responsabilidade de todos os educadores e profissionais que direta ou indiretamente participam da vida dos jovens no nosso país. Isso também vai fazendo parte da vida do próprio jovem, na medida em que constrói e/ou conquista autonomia.

Este conceito precisa ser ampliado, relacionando-o principalmente com as categorias de autonomia, criticidade e criatividade, a partir dos ensinamentos de Paulo Freire. Precisamos estar situados no mundo como sujeitos construtores da história, pois viver intensamente o presente e empreender é iniciar a construção de um futuro provavelmente promissor.

Eis um grande desafio a enfrentar! É importante considerar o empreendedorismo como uma oportunidade a mais para a inserção crítica e com autonomia do jovem no mercado de trabalho, como possibilidade de afirmação da sua identidade como ser humano. Isso pode torná-lo capaz de socializar ideias, de trabalhar junto, de inovar num processo colaborativo, de realizar-se em processos criativos de trabalho, rompendo com dependência dos padrões tradicionais de emprego. Empreender é ampliar uma visão de mundo, de si mesmo no mundo do trabalho.

A ideia das novas formas de trabalho e, não exclusivamente de emprego, vem ganhando força entre diversos segmentos da sociedade. Nesse contexto, torna-se cada vez mais necessária a inclusão do tema “empreendedorismo/protagonismo juvenil” nos currículos da escola básica e da universidade, para que o jovem tenha o direito de ser educado para a mudança e não para estabilidade. A responsabilidade e o compromisso com essa formação incluem uma prática educativa dialógica que possibilite aos jovens “uma leitura crítica de mundo” e o reconhecimento de, como sujeitos históricos, podem ousar e intervir com autonomia no mercado de trabalho, participando da construção de um mundo melhor.

Targélia de Souza Albuquerque é Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.


http://www.profissaomestre.com.br/

sábado, 23 de julho de 2011

Nossa Senhora do Crack

Artista instala imagem de "Nossa Senhora do Crack" em São Paulo


À frente de um fundo azul, a imagem de Virgem Maria feita de gesso tem adornos dourados. A escultura, que seria muito comum dentro de uma igreja, está numa espécie de altar instalado na região da cracolândia (centro). A nova santa da cidade é a "Nossa Senhora do Crack".

A espécie de padroeira dos viciados foi montada ontem pelo fotógrafo e artista plástico Zarella Neto, 33, na rua Apa, em Santa Cecília.

Assim que a santa foi colocada, viciados pegaram seus cachimbos e começaram a usar a droga ali mesmo.

Se o fundador da doutrina comunista, o alemão Karl Marx, costumava reproduzir a frase "religião é o ópio do povo", Neto juntou droga e fé no mesmo contexto artístico.

"Resolvi democratizar a santa. Ninguém enxerga essas pessoas. Elas merecem proteção. Sou cristão e a santa é do povo", disse Neto, que nasceu e cresceu no bairro.

A fachada de uma casa abandonada foi o ponto escolhido para a obra, bem em frente à calçada onde viciados se juntam todos os dias.

Para iluminar a inscrição dourada com o nome da santa, Neto puxou a energia elétrica do imóvel onde funciona seu estúdio, perto dali.

Na tarde de ontem, moradores e trabalhadores da região paravam para olhar a obra. "Achei bonito, mas batizar a santa assim é um pecado", afirmou o serralheiro Ednaldo da Silva, 30.


O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, elogiou a iniciativa e disse que não existe profanação na obra.

"Vi e fiquei comovido. O drama dos dependentes químicos não pode nos deixar indiferentes. São humanos, são irmãos, são filhos de Deus. Nossa Senhora do Crack, rogai por eles e por nós também!", disse Scherer.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/948761-artista-instala-imagem-de-nossa-senhora-do-crack-em-sao-paulo.shtml

A TERRA PEDE SOCORRO!

sábado, 16 de julho de 2011

Dom Julio Endi Akamine, por José Elias Fadul, Pe. Provincial dos Palotinos

As figuras de Dom Julio Endi Akamine, SAC

Com o passar do tempo, a gente percebe que não aprende muitas coisas novas. Mas, é possível aprender coisas velhas. Algumas são milenares. Eu soube, recentemente, que o japonês raciocina por imagens. Isso lhe confere uma maneira muito própria de encarar a vida.

Dom Julio é prova disso. Ele pensa por imagem e sua mãe pensa por imagem. Não fosse assim, o novo bispo, ao fazer seu agradecimento no final da celebração de ordenação, não teria citado, dentre os inúmeros conselhos que sua mãe lhe deu, a imagem da árvore, que se mantém nítida em nossa mente: “Filho, não se esqueça! Quanto mais você sobe numa árvore, mais fino fica o galho e mais forte fica o vento”. Também, ao fazer a primeira pregação na apresentação em sua Região Episcopal Lapa, usou a imagem da atual competição de futebol dizendo: “a primeira pregação do bispo tem de ser como a final da Copa América entre Brasil e Argentina... tem de se jogar tudo”.

A belíssima liturgia de ordenação, com suas inúmeras imagens culturais, não escondeu o mais importante, o senso do sagrado. Por sinal, tudo o que foi oferecido favoreceu o essencial do sacramento. Como cantamos no ofertório: “de todos esses bens, escolhemos o pão, escolhemos o vinho, para o sacrifício”.

Em nome de nossa Comunidade Provincial, quero louvar a Deus agradecendo a confirmação de sua Palavra na Sociedade do Apostolado Católico: “A semente caiu em terra boa e deu fruto” (Sl.64/ 65). Dom Julio Endi Akamine, SAC é a confirmação de que a Família Palotina é terra boa, que a Paróquia Santa Marina é terra boa, que a Arquidiocese de São Paulo é terra boa.


Meu amigo e irmão, Julio “semente”, Julio “ponte”, Deus já havia lhe dado a virtude de unir e aproximar as pessoas. Esse seu testemunho foi marcante em nossa comunidade. Agora o será mais ainda para toda a Igreja. Com sua maneira própria de ser e sem se cansar de fazer o bem, viva seus melhores dias no serviço de seu Ministério Episcopal na Igreja de São Paulo.

São Paulo, 10 de julho de 2011.
Pe. José Elias Fadul, SAC

UMA EXPERIENCIA INDESCRITÍVEL peregrinos de mary ward em S. João do Piauí

UMA EXPERIENCIA INDESCRITÍVEL




Do aeroporto de Petrolina ao campo de missão em um ônibus partimos com a expectativa de chegarmos em Lagoa do Barro, São João do Piuai e Paes Landin. A estrada é uma pista de mão dupla com pouca sinalização, porém com asfalto bom; a visão da região é bela; a caatinga com suas características próprias encantam e desencantam. No encanto está o seco das plantas com alguns arbustos verdes, com o xexéu e outros cactos, além dos montes e pedras exuberantes. Logo adiante um grupo de cabra e cabritos pastando e curiosamente onde há sinal de plantação existe um cercado, diferentemente do sul do país em que os animais ficam confinados para não atacarem a plantação, aqui é o oposto os animais ficam soltos e as plantações ficam presas; rodamos, rodamos e parecia não ter fim talvez essa sensação devido ao cansaço de um dia de serviço somado à viagem que ainda estava iniciando. Tão logo chegamos em Lagoa do Barro fomos acolhidos pelo padre e membros da comunidade que nos ofereceram um farto e delicioso café. Um grupo de missionários aí ficou e seguimos viagem... estrada “sem fim” até que avistamos S. João do Piauí e ao lado da Igreja um grupo enorme de paroquianos com faixas e muita animação acolheram-nos, fomos para a Igreja quando lideres e o padre nos deram as boas vindas. O outro grupo de missionário retornou ao ônibus e partiram para Paes Landin, o terceiro município a ser visitado pelos missionários.









Retiro catequistas no Piauí: Oração alimento cristão para testemunho da Palavra

No dia 3 de julho fiz 2 palestras no Retiro para os Catequistas da Paróquia S. João Batista em São João do Piauí. O tema do retiro foi: Oração alimento cristão para testemunho da Palavra



Inspirado pelo tema eu falei na primeira palestra da Oração na vida cristã. O ponto de partida foi o mandato de Jesus de onde dois ou mais estiverem reunidos em nome d´Ele, Ele estará. Falamos do poder da oração, “peçam o que quiserem e Eu vos concederei”... falamos da importância da oração comunitária, sobretudo da Eucaristia. Na parte da tarde trabalhei três grandes personagens da Bíblia, para motivar o catequista a dar testemunho da Biblia. O primeiro foi Judas, o segundo Pedro e o terceiro Paulo. Todos homens de muita garra e convicção, porém assumiram posturas diferentes diante de Jesus. Judas recebeu de Jesus tudo o que o Pai quis, e traiu Jesus. Pedro foi fiel servidor, mas na hora H negou-o. Paulo o perseguidor! Caiu do cavalo e tornou-se o grande anunciador de Jesus. Provoquei os catequistas a pensarem em sua missão e como estão respondendo aos apelos de Jesus. Depois da primeira palestra a irmã Cleide orientou a oração pessoal com o texto bíblico sobre os frutos do Espírito e, depois da segunda palestra orientou a oração com o texto sobre ser sal e luz da terra. Teminamos o retiro com uma dinâmica feita pela missionária Maria de Lourdes, em que cada catequista assumiu sua tarefa de ser LUZ DO MUNDO!



quinta-feira, 14 de julho de 2011

Desarmar e amar: para além do sim e do não

Desarmar e amar: para além do sim e do não


Volta à mídia a discussão sobre o desarmamento da população brasileira. Na verdade o assunto nunca deixou de ser intensamente discutido em fóruns como a Internet, em conversas informais, entre amigos, no ambiente de trabalho e escolas.

A questão é polêmica. Todos os dias, ao abrir minha caixa postal encontro diversas mensagens, e-mails, com opiniões de todos os tons e níveis possíveis e imagináveis.

Fica difícil, num primeiro momento, formar uma opinião sensata sobre o assunto, uma vez que ele, em geral, é discutido de forma passional, emocional, com pouco equilíbrio e isenção. Há dúvidas, também, nas pesquisas, estatísticas e números que são apresentados pelas diferentes correntes. Fica no ar a sensação de manipulação, de desconfiança, de pouca credibilidade.

Mas, teimoso que sou, tento, nesta nova investida, relativizar a forma e ir além, avaliando o conteúdo, os argumentos. E aí, um impasse: há posições razoáveis dos dois lados.

Os que são contra o desarmamento alegam, em primeiro lugar, o direito constitucional e inalienável à legítima defesa. Criticam também, e com razão, a pouca eficácia do aparato policial oficial no combate à criminalidade. Lembram que quem vai ser desarmado é o cidadão de bem, arma de bandido não tem nota fiscal nem vai ser devolvida, e que eles, os bandidos, podem sentir-se mais à vontade ainda sabendo que, do lado de lá, há uma vítima indefesa. Citam casos específicos em que as pessoas precisariam das armas como proteção, como no caso de ex-policiais e moradores de locais isolados, como sítios e fazendas. São argumentos plausíveis.

Os que são pelo desarmamento apresentam também razões de peso. A campanha de entrega de armas desenvolvida pelo Governo Federal trouxe uma redução significativa no número de homicídios. Menos armas na mão da população, menos mortes, menos violência.

Citam os inúmeros casos de acidentes domésticos, em especial com crianças. Mostram que o cidadão comum, em geral, está despreparado para usar a arma em defesa própria e acaba sendo vítima do bandido, que conta sempre com o fator surpresa a seu favor. Acentuam também que a posse de uma arma pode transformar simples discussões de trânsito ou bate boca entre vizinhos em tragédias irreversíveis. Registram os lucros imensos que estão por trás da indústria armamentista mundial, que teme que uma legislação que restrinja a posse de armas, se aprovada no Brasil, possa levar outros países a buscar o mesmo caminho.

Dados e argumentos também irretocáveis.

Diante de tal equilíbrio de forças, tenho a impressão de que a maioria da população acaba optando pelos argumentos emocionais. “Pensa” com medo, raiva ou ambos. O que não é bom.

Para dificultar ainda mais, em função da crise de credibilidade e caráter que vivemos, o debate corre o risco de transformar-se em espaço e momento de protesto contra o governo, os políticos, “eles”, vistos como uma espécie de entidade externa à realidade do povo. O que não deixa de ser verdade, uma vez que o mundo político parece cada vez mais divorciado do cotidiano do brasileiro comum.

O que fazer, o que pensar?

Lembro do que dizia o poeta: “o coração tem razões que a própria razão desconhece...” Fui ouvir, então, meu coração. E ele me disse...

Nossas escolhas falam muito de nós mesmos. Decidimos com tudo o que somos. Das coisas mais simples, como a roupa para ir a uma festa ou ao trabalho, até o presidente (ou presidenta) da República ou o síndico do condomínio, nossas escolhas revelam muito da nossa alma. A boca (e os gestos) fala(m) do que está cheio o coração... diz a Bíblia.

Se em meu coração mora o medo, a raiva, a insegurança, a mágoa, o rancor, o sentimento de vingança, minhas escolhas refletirão isso. Se tenho, arraigados em mim, preconceito e discriminação, minhas opções, meus gestos serão um retrato desses sentimentos. E os sentimentos à flor da pele levam a escolhas imediatas, geralmente passionais e explosivas.

O contrário também é verdadeiro. Se em meu coração habita o desejo de paz, de justiça, para lá se dirigirão as minhas escolhas. Se compreendo que o homem não nasceu para ser ‘o lobo do homem’, mas sim seu irmão, vou buscar construir fraternidade em mim e à minha volta. Decisões que vem do interior mais profundo tem mais chance de se traduzir em escolhas equilibradas, ponderadas.

Mas aí, outro grande problema. Meu coração, assim como a vida, é capaz de abrigar tanto o medo quanto a paz. Nele há espaço para raiva e ternura, desejos de vingança e sede de perdão. Meu coração é humano, assim como tudo o que sou e nele, o Bem e o Mal costumam estar lado a lado...

Então, é preciso ir ainda mais fundo... Perceber que posso até sentir raiva, medo, desejo de vingança, mas não posso consentir que estes sentimentos ocupem meu coração, minha vida. Posso exercer minha liberdade, minha consciência e ir além, em busca do Mais, decisivo, essencial.

Novamente um texto bíblico vem iluminar minha busca:

E Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Homem e Mulher Ele os criou. E viu que tudo era muito bom...”

Imagem e semelhança... bondade original que nos torna parecidos com o Criador. É lá que somos mais verdadeiros. É lá que mora o melhor de nós. Lá está a resposta que eu procurava.

E as pistas continuam: “Felizes os que constroem a paz. Eles serão chamados filhos de Deus...”, diz Jesus em sua Boa Nova.

Somos semelhantes a Deus porque somos capazes de amar. E o amor, mesmo do nosso jeito frágil e limitado, pacifica nossos sentimentos, palavras e gestos. São as escolhas feitas por amor que mais nos realizam, que mais nos trazem a experiência da felicidade que buscamos em tudo e em todos.

E para amar é preciso se desarmar...

Pareço ingênuo, utópico? Pode ser, mas é nessa direção que caminha o meu coração, a minha vida.

Para além de todos os argumentos, números e estatísticas, verdadeiros ou não, convincentes ou não, no mais profundo do meu coração, onde mora o desejo do amor maior, do amor que transbordando de si mesmo criou a cada um de nós, há uma pessoa desarmada.

É ao encontro dessa pessoa que quero caminhar. Nela, repito, mora o melhor de mim, o melhor de nós.

Ficam de lado as razões e os argumentos, tão válidos que acabam por anular-se entre si. Decido na profundidade de mim mesmo, esse território sagrado de liberdade onde até Deus, para entrar, pede licença. E eu digo: seja bem vindo!

E não deixo por menos, sou pelo desarmamento geral e irrestrito. Desarmar a alma, o espírito, as mãos, o coração, o corpo. Desarmar a vida. E amar a vida!

Autor: Eduardo Machado


http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=18513&cod_canal=87

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Programa parcial das missões em S. João do Piaui.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DA MISSÃO PEREGRINOS DE MARY WARD

PRIMEIRO DIA – 01/07/2011 - sexta-feira

Acolhida – na igreja matriz – animação sobre a responsabilidade dos jovens: Edson, Adão e Antonio Junior.
Após a acolhida uma pequena oração dirigida pelas Irmãs: Terezinha, Socorro, Veraní, com a ajuda das jovens Bruna e Taiz.

Dia 01/07/ 2011 – Às 15 horas – reunião na Igreja São Batista com os representantes das comunidades da Paróquia e os missionários de São Paulo – cada comunidade pode trazer 3 ou 4 pessoas para Participar desta reunião que será muito importante a sua presença.
Palavras de Boas vindas e Benção aos Missionários – Padre Alaércio (O Padre ungirá os peregrinos com um óleo bento e entregará a cada peregrino uma garrafinha de água benta, para ser utilizada nas casas que serão visitadas).

Missa – apresentação dos Peregrinos de Mary Ward

SEGUNDO DIA – 02/07/20111- sábado

Manhã – visitas:
A partir das 8h - comunidades: Juazeirinho e Vila Foca
8h às 9h – Oficinas com crianças da catequese – C. Genésio Arrais

Tarde – oficinas:
14h às 17h – Jovens – Salão Paroquial
15h às 17h - Crianças da Catequese – C. Salomão Carvalho

Noite – show
19/30 – show com a Banda Aguias da Missão – Praça de Eventos

TERCEIRO DIA – 03/07/2011- domingo
Manhã  8h às 17h - Retiro com as Catequistas – Chácara do Elias
8h às 10h – Infância Missionária e coroinhas – CCMW

Tarde
Integrarão com as catequistas na Chácara do Elias

QUARTO DIA – 04/07/2011 - segunda-feira
Manhã – crianças
Tarde - Jovens
Trabalho nas escolas:
U.E. Dirceu Arcoverde
U.E. Salomão Carvalho

Noite – oficinas - 19h30 - liturgia

QUINTO DIA – 05/07/2011- terça-feira
SEXTO DIA – 06/07/2011- quarta-feira
SETIMO DIA - 07/0/02011 - quinta-feira
OITAVO DIA – 08/07/2011 – sexta-feira
NONO DIA 09/07/2011 – sábado
Manhã – Oficinas
8h – com mulheres – Capela Nossa Senhora Aparecida
Tarde – oficinas
15h – com crianças da catequese e coroinhas
Noite 19h – Missa festiva – preparada junto com a comunidade (equipe responsável)

(Obs.: as visitas serão feitas durante todo o dia) Comunidades a serem visitadas durante a Missão:

Santa Maria – Projeto de irrigação
Marrecas
Lisboa
Capim Grosso
Alto da Jurema
Marmeleiro
Centro
Barro Vermelho

DECIMO DIA – 10/07/2011 – domingo
DECIMO PRIMEIRO DIA – 11/07/2011 - segunda-feira
DECIMO – SEGNDO DIA – 12/07/2011 - terça-feira

sexta-feira, 17 de junho de 2011

QUANDO A MORTE NOS SURPREENDE COM SUA "VISITA" FICAMOS SEM SABER O QUE PENSAR

AULA DE PSICOLOGIA APLICADA A ENFERMAGEM - II

Filme DEPARTURES = A PARTIDA, leia a crítica abaixo e depois faça seu comentário:


CRÍTICA http://www.cranik.com/apartida.html  (acesso 30/10/10) - A PARTIDA:


A morte é sempre um tema caro ao cinema. Por mais que procuremos entendê-la, quando ela nos surpreende com a sua "visita" ficamos sem saber o que pensar. Afinal a morte acaba com todas as certezas que supúnhamos ter. O japonês "A Partida" (2008) questiona a morte por outro ângulo, a do preparador de cadáveres.

Daigo (Masahiro Motoki) é um violoncelista que vendo a orquestra onde tocava se desmanchar resolve voltar para sua casa e arrumar outro emprego, recomeçar. Eis que arruma um emprego de preparador de defuntos. Quando a pessoa morre, seus familiares contratam o serviços de Daigo e seu patrão, para deixar o morto mais bonito e mas bem arrumado para a passagem de mundos que a morte propicia.

É muito metafórica e simbólica a morte no filme de Yojiro Takita. O diretor abocanhou o Oscar de melhor filme estrangeiro, pois além da morte seu filme traça paralelos com outros temas como a relação que desenvolvemos com a comida, e porque não com as pessoas mortas , o preconceito com quem trabalha nesse ramo e a necessidade de todo mundo de rever a própria vida, a partir da morte. Talvez essa seja a maior função para os que ficam, rever padrões, atitudes, escolhas.

O filme proporciona ao personagem esse mergulho nos reais significados da vida e vai oferecendo ao expectador uma sensação semelhante. Tudo com muita sutileza e sensibilidade para que se tenha tempo de digerir o ocorrido. Não é choroso o tratamento dado ao tema, é emocional, portanto mais profundo. O filme não deixa de ser uma experiência compartilhada entre Daigo e o público.

Ao se conectar com a morte, Daigo enfrenta o preconceito da mulher, fica só e se dedica a uma profissão desprezada por muitos. As imagens que Takita oferece de Daigo tocando seu violoncelo tendo como fundo a paisagem japonesa reflete como a própria arte do protagonista foi "contaminada" por essa experiência.

A sensação é que a morte é algo belo e que merece ser reverenciada. Afinal não há o que fazer quando ela ocorre. E se a morte é uma passagem de mundos - como defende algumas religiões - porque não preparar o ente querido para que este chegue a outro lugar melhor? A morte revela a matéria dispensável que é nosso corpo.

O diretor não se furta de certa ironia nas cenas onde questiona a relação que estabelecemos com os animais que comemos nas refeições, criando uma associação bizarra - e pertinente – de que também somos como vermes, pronto a devorar um "corpo" morto. Afinal, vacas, bois, galinhas, porcos, frangos e aves em geral servem de alimentos - nutritivos - para os vivos. No Japão onde se come carne crua, imagina o impacto da metáfora? Que serve também para qualquer apreciador de carne.

Por aqui, o corpo também é aparentemente arrumado, maquiado e preparado para que no funeral esteja mais apresentado. O que o filme mostra é uma tradição (o que se supõe pelo filme) japonesa que parece tornar mais bonita e menos impactante a morte, ao propor aos familiares verem o corpo do ente querido manipulado e preparado, supõe-se que o impacto talvez seja menos doloroso.

Simbólico, por vezes engraçado, sensível e emocionante, "A Partida" proporciona diferentes “mergulhos” no conturbado universo da morte. Daigo descobre em sua vida as pequenas mortes inevitáveis no percurso de sua trajetória e a necessidade de renascimento que nos é proporcionado a cada virada de rumo na nossa vida. Oportunidades essas geralmente desperdiçadas, dado a nossa sempre ineficiente disposição a encarar a morte com olhos generosos.


Ficha Técnica -Ano: Japão/2008 - Direção: Yojiro Takita - atores: Masahiro Motoki , Tsutomu Yamazaki , Ryoko Hirosue , Kazuko Yoshiyuki , Kimiko Yo - Duração: 130 min.

OS ESTÁGIOS DA DOR DA MORTE

“Os 5 Estágios da Dor da Morte - A reação psíquica determinada pela experiência com a morte foi descrita por Elisabeth Kubler-Ross como tendo cinco estágios (Berkowitz, 2001):

Primeiro Estágio: negação e isolamento
A Negação e o Isolamento são mecanismos de defesas temporários do Ego contra a dor psíquica diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor. Em geral, a Negação e o Isolamento não persistem por muito tempo.

Segundo Estágio: raiva
Por causa da raiva, que surge devido à impossibilidade do Ego manter a Negação e o Isolamento, os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado pela revolta de quem sabe que vai morrer. Junto com a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento.

Nessa fase, a dor psíquica do enfrentamento da morte se manifesta por atitudes agressivas e de revolta; - porque comigo? A revolta pode assumir proporções quase paranóides; “com tanta gente ruim pra morrer porque eu, eu que sempre fiz o bem, sempre trabalhei e fui honesto”...

Transformar a dor psíquica em agressão é, mais ou menos, o que acontece em crianças com depressão. É importante, nesse estágio, haver compreensão dos demais sobre a angústia transformada em raiva na pessoa que sente interrompidas suas atividades de vida pela doença ou pela morte.

Terceiro Estágio: barganha
Havendo deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu, a pessoa entra no terceiro estágio; a barganha. A maioria dessas barganhas é feita com Deus e, normalmente, mantidas em segredo.

Como dificilmente a pessoa tem alguma coisa a oferecer a Deus, além de sua vida, e como Este parece estar tomando-a, quer a pessoa queira ou não, as barganhas assumem mais as características de súplicas.

A pessoa implora que Deus aceite sua “oferta” em troca da vida, como por exemplo, sua promessa de uma vida dedicada à igreja, aos pobres, à caridade ... Na realidade, a barganha é uma tentativa de adiamento. Nessa fase o paciente se mantém sereno, reflexivo e dócil (não se pode barganhar com Deus, ao mesmo tempo em que se hostiliza pessoas).

Quarto Estágio: depressão
A Depressão aparece quando o paciente toma consciência de sua debilidade física, quando já não consegue negar suas condições de doente, quando as perspectivas da morte são claramente sentidas. Evidentemente, trata-se de uma atitude evolutiva; negar não adiantou, agredir e se revoltar também não, fazer barganhas não resolveu. Surge então um sentimento de grande perda. É o sofrimento e a dor psíquica de quem percebe a realidade nua e crua, como ela é realmente, é a consciência plena de que nascemos e morremos sozinhos. Aqui a depressão assume um quadro clínico mais típico e característico; desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro, etc.

Quinto Estágio: aceitação
Nesse estágio o paciente já não experimenta o desespero e nem nega sua realidade. Esse é um momento de repouso e serenidade antes da longa viagem.

É claro que interessa, à psiquiatria e à medicina melhorar a qualidade da morte (como sempre tentou fazer em relação à qualidade da vida), que o paciente alcance esse estágio de aceitação em paz, com dignidade e bem estar emocional. Assim ocorrendo, o processo até a morte pôde ser experimentado em clima de serenidade por parte do paciente e, pelo lado dos que ficam, de conforto, compreensão e colaboração para com o paciente.”


Sua leitura e reflexão podem sem ampliadas consultando a fonte do recorte acima, veja: Ballone GJ - Lidando com a Morte - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, 2010 - disponível em http://sites.uol.com.br/gballone/voce/postrauma.html

domingo, 5 de junho de 2011

Um ano de contagem!

A todos que visitam meu blog, muito obrigado!

Estaremos completando um ano de contagem dos visitantes e está dando uma média de 30 visitas por dia. Parabéns a você que visita meu blog!

Abreijos e apareça sempre,


Galiani

O Português são dois. Ou vários

Olá gestores e educadores,


Na semana passada, o livro didático “Por uma Vida Melhor” virou motivo de polêmica nacional ao incluir frases com erros de concordância em uma das lições presentes na publicação, trecho este que aborda as diferenças entre a norma culta e a falada. O texto abaixo, escrito pela professora de Português e doutoranda em Letras pela Universidade Mackenzie-SP, Carmen Valle, afirma que a discussão não deve ser a respeito da comparação feita pelo livro e sim a respeito do método de ensino das escolas atualmente. E você, o que pensa sobre isso? Será que o livro está certo em abordar estas diferenças? Veja mais detalhes no texto a seguir, produzido especialmente para os leitores do Jornal Virtual.

Boa leitura!

O Português são dois. Ou vários

Uma enorme e complexa polêmica foi criada em torno do livro Por uma Vida Melhor, distribuído pelo MEC. A importância desse debate, no entanto, está na oportunidade de clarear questões linguísticas e pedagógicas capazes de promover uma mudança positiva no ensino de língua. E não nas críticas aferradas.

É sabido que a universalização do ensino trouxe aos bancos escolares as classes populares que antes não tinham acesso à educação. Quem frequentou a escola pública dos anos 70 deve se lembrar de que a escola era para a elite e era a elite que ensinava nessas escolas. Naquela época, vínhamos de casa já falantes da norma padrão. O cenário, hoje, é outro; e os atores vêm de famílias compostas por, muitas vezes, nenhum ente alfabetizado. É obrigação da escola ensinar a norma padrão? Indubitavelmente, continua sendo. O fato é que Drummond estava certíssimo: “O português são dois: o outro, mistério.” É nessa constatação que nós, professores de português e linguistas, nos baseamos para defender a ideia de que há várias línguas portuguesas, ou brasileiras, habitando o mesmo espaço.

Para um aluno que chega à escola, falante de uma variante linguística de ordem diastrática (nível social), e que faz uso, para se comunicar, de frases como “nóis pega os peixe”, é improdutivo exigir que compreenda e apreenda as regras da gramática normativa de uma hora para a outra. Parece simples, “Você fala errado! Não importa que seus amigos e sua família se entendam nessa língua. O certo é ‘nós pegamos os peixes’”. Isso não funciona. Basta verificar a atuação pífia de nossos alunos nos instrumentos de avaliação. Esses alunos integram o imaginário coletivo de que a educação é a única ponte possível para se chegar à tão sonhada e necessária mobilidade social. E, de fato, deveria ser.

É compreensível que o olhar daqueles que não enfrentam o dia a dia da sala de aula e tomam por base os resultados vergonhosos do Brasil, em exames como o PISA, seja mesmo de indignação. Mas a questão é bem outra.

A verdade é que o aluno precisa, sim, saber que a variante de que ele faz uso não é “errada”, que essa língua de que ele se utiliza, sistematizada e interiorizada por seu grupo social, é válida. Mas é apenas uma das tantas modalidades linguísticas que um país deste tamanho possui. A norma padrão também era uma variante e foi escolhida como padrão por ser a variante linguística do grupo que gozava de melhor condição socioeconômica. Coexistiam as variantes e ainda coexistem. Não há necessidade de eliminar uma para que a outra seja única. É um olhar míope sobre nossa realidade linguística.

Enfim, ensinar, de início, norma padrão a alunos cuja biografia linguística abarca outra variante é o mesmo que, grosso modo, ensinar as regras da língua francesa a falantes de espanhol. Ninguém entende ninguém. E o resultado é o que temos, o fracasso do ensino da língua. O conceito está corretíssimo. Equivocado é o caminho percorrido. A norma padrão, cujo ensino é, sim, obrigação da escola, deve ser o ponto de chegada e não de partida. Essa é a grande questão. O ensino da língua deve partir da observação e do entendimento da variante do aluno para a reflexão e a apreensão das normas da língua padrão.

Esse livro não é o absurdo que parece ser. Absurdo é cortar a voz de um povo e classificá-lo como melhor ou pior pela variante que usa. Absurdo é o professor, que professa diariamente nos mais diversos rincões deste país, não ter formação e valorização necessárias para a reinvenção de suas práticas pedagógicas e dos caminhos a serem percorridos para o ensino efetivo da língua. Isso, sim, é um crime!

Texto de Carmen Valle, professora mestre de Português e doutoranda em Letras pela Universidade Mackenzie-SP. E-mail: clbvalle@uol.com.br

Acesse o link e veja a revista virtual:

http://www.profissaomestre.com.br/swf/2010/revista_pm.html