terça-feira, 6 de julho de 2010

A DIFERENÇA ENTRE A MENTIRA E O “DE MENTIRA”

A DIFERENÇA ENTRE A MENTIRA E O “DE MENTIRA”


Para refletir essa sentença creio necessário considerar dois conceitos: Conhecimento e verdade.

Há no ser humano o desejo de confiar, de acreditar que tudo é como se percebe: as coisas, as pessoas e o mundo. O desejo pela verdade é o objeto da filosofia. Mas o que é a verdade? Para a filosofia, a verdade é o conhecimento humano historicamente construído, essa concepção opõe-se ao dogmatismo, onde o ser humano acredita que já sabe tudo o que deveria saber e o que ainda deveria saber. Para Sócrates a ignorância – “só sei que nada sei” – dá origem à incerteza, à insegurança provocando no homem espanto e admiração, lançando-o na busca da verdade.

Para os gregos, A VERDADE é aletéia, revela o que é oculto, tal qual é percebido pela razão. Para os latinos é a veritas, alguma coisa é verdade quando o que diz está condizente com os fatos reais, ou seja, a linguagem relata, enuncia de forma fiel o que aconteceu. No hebraico é “emunah” confiança; a verdade é uma crença fundamentada na esperança e confiança em Deus e nas pessoas.

Após essas considerações me dedico a expressar sobre a mentira e o “de mentira”, ambas são artifícios para ocultar a verdade. A mentira diz o que a coisa, a pessoa e, o mundo não é, e o “de mentira” fala da coisa, da pessoa e do mundo ocultando o que realmente são ou não são. Tomando como exemplo, o sol: o sol nasce no leste e põe-se ao oeste, pela percepção diríamos que ele gira em torno da terra, isto é mentira, pelo conhecimento histórico construído é a terra que gira em torno do sol. As expressões “nascer no leste e opor-se ao oeste” são “de mentira”, são símbolos culturais que não dizem a realidade. Pois o sol não nasce nem morre. Desta forma de Sócrates à Descartes, a verdade não é o que existe tal qual é percebido pelos sentidos humanos, mas é a capacidade, pelo conhecimento de dizer das coisas, das pessoas e do mundo sem a pretensão de esgotar o que realmente são.

A mentira e o “de mentira” querem esconder ao homem o que são as coisas, as pessoas e o mundo, sendo assim podem ser vistas como trampolim para que o homem alcance a verdade.

8 Motivos para Apostar nos Livros.

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e saborei a maravilha que a LEITURA faz em nossa vida!

retiro para a Pastoral Fé e Política da paróquia S. João Batista – Setor Carrão Formosa – Região Episcopal Belém - Arquidiocese de São Paulo. “o Profeta é o coração da Igreja no mundo e o coração do mundo na Igreja”.

No dia 04 de julho de 2010 orientei um dia de retiro para a Pastoral Fé e Política da paróquia S. João Batista – Setor Carrão Formosa – Região Episcopal Belém - Arquidiocese de São Paulo.


Iniciamos com a missa das 7h30min, na própria comunidade. Após a missa nos dirigimos para Atibaia, em um sítio onde passaríamos o dia em oração. Viagem tranquila e, já fomos estreitando os laços de amizade. Fomos bem acolhidos pelo casal Toninho e Roseli que gentilmente disponibilizaram a casa e o belíssimo lugar para nosso dia de retiro. Após um bom café da manhã, reunidos em círculo apresentei a proposta de oração sobre o SER PROFETA hoje.

Pautei a proposta nos passos da oração inaciana, considerando que não são cristãos habituados com tal metodologia, mesmo assim apresentei os cinco passos para a oração como uma possibilidade de caminhada. São esses os passos:

1. DISPOR-SE: com o texto bíblico e tempo definido para a oração. Busco lugar tranquilo e agradável que ajude a me concentrar. Encontro uma boa posição corporal.

2. PREPARAR-SE: faço silêncio interior e exterior. Respiro lentamente, suavemente. Tomo consciência de que estou na Presença de Deus. Faço com devoção o sinal da cruz.

3. SITUAR-SE: peço a Deus Nosso Senhor para que todos os meus desejos, pensamentos e sentimentos estejam voltados unicamente para o seu louvor e serviço. Peço a Graça que verdadeiramente desejo receber de Deus.

4. MEDITAR: leio o texto devagar, saboreando as palavras que mais me “tocam”, reflito por que esta frase, palavra, ideia me chama a atenção. Converso com Deus como um amigo: falo; escuto, peço, louvo, pergunto, silencio, seguindo os sentimentos experimentados na oração.

5. REVISAR: recordo o que foi mais importante na oração: o texto mais significativo (palavras, frases e imagens); os pensamentos predominantes; os sentimentos de consolação ou desolação; se houve apelos e como me senti diante deles.



Tendo feito essa orientação, iniciamos refletindo e rezando sobre o Deus que cremos. Ele é doador e protetor da vida e jamais abandona seu povo. Individualmente cada participante rezou textos bíblicos que mostram a origem da vida e a ação protetora de Deus. (Gênesis; Êxodo e Salmos). No segundo momento, uma vez tendo refletido que a VIDA é o motivo da ação divina tomamos contato com alguns dos profetas bíblicos. Com o profeta Elias, rezamos o profetismo contra Baal, contra a sensualidade e a idolatria; ao rezar o profeta Amós mergulhamos nos discursos contra os políticos e religiosos que fazem belos discursos, porém são indiferentes ao sofrimento do povo. Rezamos assim, a profecia pela JUSTIÇA SOCIAL. Com o profeta Isaias, saboreamos a Redenção Messiânica e nos deixamos queimar pelos lábios, para que o Senhor fale por nós assim como Jeremias  e sejamos encorajados, para denunciar a falsidade política e a religião que faz da lei de Deus um instrumento de opressão e engano do povo.

Esse momento foi forte na oração pessoal, uma vez que a mística da Pastoral Fé e Política está enraizada na dimensão profética da fé que no batismo recebemos.

No período da tarde centramos nossa reflexão sobre a realidade em que vivemos e olhamos para o modelo de Profeta: Jesus. Nos alimentamos com o desejo de transformação da realidade que aí está. Nossa oração foi traduzida em desenhos, que serviram para montar uma colcha profética de retalhos, uma dinâmica, que assim foi traduzida:

Nosso amigo Toninho iniciou dizendo: que o profeta é o que “AMA A VIDA”, não uma vida qualquer, mas a vida que se dá na “relação com DEUS, com o EU e com o OUTRO e nos coloca como iguais no serviço a todos”, afirmou a Roseli.
Frente aos desafios que o ser profeta impõe, nossa amiga Célia expressou no seu desenho sua “pequenez e insignificância” e é nessa pequenez que encontramos força para “fazer o bem e sempre com o coração aberto”. Não há outro caminho para fazer o bem e ser profeta senão o caminho de “uma corrente humana do bem” afirmou o Felipe, dizendo que cada um deve conseguir fazer um outro “fazer o bem” e assim formaremos uma grande corrente profética geradora do bem. Para isso, afirmou a Márcia “precisamos nos SITUAR diante de Deus e silenciar”. Não um silêncio qualquer, mas o silêncio do Profeta que é o silêncio de Deus que transforma a vida e as realidades que a cerca, o silêncio de Deus não quer silenciar. Para essa ação profética, acrescentou nosso amigo Renê é “preciso sensibilidade de coração para poder como Jeremias dizer: Tenho que gritar”. Assim é o profeta, o homem que grita, grita suas próprias experiências e as experiências de seu povo, “experiências dolorosas”, afirmava a Rosa. Dor que na fala da Mônica apareceu como desejo de responder ao chamado de Deus: “O que fazer? O que Ele pede?”. E as estas perguntas, a fala do Flávio ecoou, “para saber se estamos certos é preciso “querer fazer e fazer certo” e quando isso acontece? Quando o que fazemos não nos incomoda e não nos acomoda, mas nos motiva a fazer mais. Mas o profeta é o homem da realidade, daí a fala do Paulo: “Vivemos a multiculturalidade que precisa ser valorizada, respeitada e transformada para o bem de todos...é preciso caminhar como quem tem certeza”. E, nas sábias palavras do jovem André o profetismo exige “GERAR CONSCIÊNCIA”. Finalizamos parafraseando S. Vicente Pallotti: “o Profeta é o coração da Igreja no mundo e o coração do mundo na Igreja”.