BLOG DO PROFESSOR GALIANI Filosofia, teologia, pedagogia, e tantas "ias" que fazem o dia-a-dia.... "Aflictis lentae, celeres gaudentibus horae"
segunda-feira, 12 de abril de 2010
os bispos devem denunciar crimes à polícia
O Vaticano publicou nesta segunda-feira (12) um guia online das normas a serem aplicadas em casos de acusações de abuso sexual contra sacerdotes e defendeu o tratamento dado pelo papa à tempestade de críticas na mídia, dizendo que o papa é "um grande comunicador à sua própria maneira".
Pouco mais de um ano depois de o papa Bento 16 ter reconhecido que a Santa Sé demorou a aderir à Internet, após tropeçar no tratamento dado ao caso de um bispo que negou a ocorrência do Holocausto, o Vaticano postou na Internet um guia simples de suas regras sobre como lidar com acusações de abuso.
Embora as regras não sejam novas, sua divulgação em formato simples e curto reflete a determinação da Igreja Católica Romana de rebater as críticas de que sua reação ao escândalo de abusos sexuais vem sendo burocrática, sigilosa e defensiva.
O site oficial do Vaticano, www.vatican.va, descreveu o guia como "guia introdutório que pode ser útil a leigos e não-canonistas (alusão a cânone, ou seja, as leis internas da igreja)" com relação às normas a serem seguidas pelas igrejas legais na resposta a alegações de abusos sexuais.
O guia deixa claro que os bispos devem denunciar crimes à polícia, dizendo que "as leis civis relativas à denúncia de crimes às autoridades apropriadas sempre devem ser obedecidas".
Os bispos devem investigar cada alegação, e qualquer acusação "que tenha um vestígio de verdade" deve ser encaminhada à Congregação para a Doutrina da Fé.
Esse órgão de aplicação das leis canônicas, no passado comandado pelo cardeal Joseph Ratzinger, o atual papa Bento 16, vem sendo alvo de críticas de pessoas que representam vítimas de abuso, sendo criticada por ter reagido tarde demais ou com força insuficiente.
O documento breve disse que "em casos muito graves, nos quais um julgamento criminal civil considerou o clérigo culpado de abuso sexual", pode-se pedir que o próprio papa destitua o religioso em questão de suas funções.
Uma associação de vítimas com sede nos EUA, SNAP (Rede de Sobreviventes de Pessoas Abusadas por Padres), pediu "ações, não palavras" e disse que "as políticas da igreja, quer tenham sido postadas online ou não, são em grande medida irrelevantes", já que os bispos podem facilmente ignorá-las.
"Grande comunicador"
A resposta do Vaticano à cobertura feita pela mídia dos casos de abusos em muitos casos tem parecido defensiva. O Vaticano tomou a iniciativa incomum de criticar nominalmente o jornal The New York Times por estar em "modo de ataque" relativo à resposta dada pelo papa, na época em que era cardeal, ao abuso de 200 meninos surdos por um padre nos anos 1950 e 1960.
Na semana passada um advogado do Vaticano acusou a mídia de "apressar-se a julgar" as acusações de que Ratzinger, antes de ser eleito papa, teria tentado impedir a destituição de um padre da Califórnia que abusou sexualmente de crianças.
O editor do jornal do Vaticano L'Osservatore Romano tentou retratar o erudito Bento 16, cuja falta de habilidade em tratar com a mídia frequentemente é contrastada com seu carismático predecessor João Paulo 2o, como um pontífice "que pode escrever à mão, mas está muito atento a questões de comunicação" na era da Internet.
"O papa é um grande comunicador também, à sua própria maneira", disse o editor do jornal, Giovanni Maria Vian. "Cada um tem sua própria maneira de comunicar-se, dependendo de sua personalidade. Mas é verdade que poderia ser feito melhor."
(Reportagem de Stephen Brown)
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/04/12/vaticano-posta-normas-online-sobre-abuso-para-calar-criticos.jhtm
Pouco mais de um ano depois de o papa Bento 16 ter reconhecido que a Santa Sé demorou a aderir à Internet, após tropeçar no tratamento dado ao caso de um bispo que negou a ocorrência do Holocausto, o Vaticano postou na Internet um guia simples de suas regras sobre como lidar com acusações de abuso.
Embora as regras não sejam novas, sua divulgação em formato simples e curto reflete a determinação da Igreja Católica Romana de rebater as críticas de que sua reação ao escândalo de abusos sexuais vem sendo burocrática, sigilosa e defensiva.
O site oficial do Vaticano, www.vatican.va, descreveu o guia como "guia introdutório que pode ser útil a leigos e não-canonistas (alusão a cânone, ou seja, as leis internas da igreja)" com relação às normas a serem seguidas pelas igrejas legais na resposta a alegações de abusos sexuais.
O guia deixa claro que os bispos devem denunciar crimes à polícia, dizendo que "as leis civis relativas à denúncia de crimes às autoridades apropriadas sempre devem ser obedecidas".
Os bispos devem investigar cada alegação, e qualquer acusação "que tenha um vestígio de verdade" deve ser encaminhada à Congregação para a Doutrina da Fé.
Esse órgão de aplicação das leis canônicas, no passado comandado pelo cardeal Joseph Ratzinger, o atual papa Bento 16, vem sendo alvo de críticas de pessoas que representam vítimas de abuso, sendo criticada por ter reagido tarde demais ou com força insuficiente.
O documento breve disse que "em casos muito graves, nos quais um julgamento criminal civil considerou o clérigo culpado de abuso sexual", pode-se pedir que o próprio papa destitua o religioso em questão de suas funções.
Uma associação de vítimas com sede nos EUA, SNAP (Rede de Sobreviventes de Pessoas Abusadas por Padres), pediu "ações, não palavras" e disse que "as políticas da igreja, quer tenham sido postadas online ou não, são em grande medida irrelevantes", já que os bispos podem facilmente ignorá-las.
"Grande comunicador"
A resposta do Vaticano à cobertura feita pela mídia dos casos de abusos em muitos casos tem parecido defensiva. O Vaticano tomou a iniciativa incomum de criticar nominalmente o jornal The New York Times por estar em "modo de ataque" relativo à resposta dada pelo papa, na época em que era cardeal, ao abuso de 200 meninos surdos por um padre nos anos 1950 e 1960.
Na semana passada um advogado do Vaticano acusou a mídia de "apressar-se a julgar" as acusações de que Ratzinger, antes de ser eleito papa, teria tentado impedir a destituição de um padre da Califórnia que abusou sexualmente de crianças.
O editor do jornal do Vaticano L'Osservatore Romano tentou retratar o erudito Bento 16, cuja falta de habilidade em tratar com a mídia frequentemente é contrastada com seu carismático predecessor João Paulo 2o, como um pontífice "que pode escrever à mão, mas está muito atento a questões de comunicação" na era da Internet.
"O papa é um grande comunicador também, à sua própria maneira", disse o editor do jornal, Giovanni Maria Vian. "Cada um tem sua própria maneira de comunicar-se, dependendo de sua personalidade. Mas é verdade que poderia ser feito melhor."
(Reportagem de Stephen Brown)
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/04/12/vaticano-posta-normas-online-sobre-abuso-para-calar-criticos.jhtm
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