domingo, 9 de maio de 2010

Alunos apáticos, escolas idem

De pouco serve se queixar do desinteresse dos estudantes sem compreender e enfrentar isso como um problema da escola e do professor.                           Luis Carlos de Menezes (novaescola@atleitor.com.br)

"É raro ver apatia em jovens que são continuamente
mobilizados para a ação e expostos
a desafios reais ao aprender." Foto: Marcos Rosa

Quando vemos os alunos indiferentes, precisamos compreender a situação e cuidar dela, pois a apatia em crianças e jovens não é natural e inviabiliza nosso trabalho, já que ninguém aprende se estiver desinteressado. Se for o caso de um único estudante de uma classe motivada, é provável que o professor ou o conselho de classe identifiquem, tratem ou encaminhem esse problema. No entanto, a situação mais comum, de muitos desinteressados, raramente é enfrentada, pois meros desabafos na sala de professores levam à conformação com o fato de que "eles são assim mesmo...".

Quem procurar saber se os desmotivados do 8º ano também o são fora da classe ou já eram no 4º ano provavelmente verá que a situação é diferente, como foi nos primeiros anos e, aliás, nem nos anos seguintes se houver um ambiente em que a cultura e o trabalho sejam valorizados. Portanto, "eles não são assim mesmo". Não se trata só de questões de personalidade ou da puberdade, mas de uma combinação de fatores. Há muitos alunos para quem o saber que a escola oferece parece supérf luo, pois eles convivem com quem já esqueceu tudo isso e não sente falta. E quando a Educação é tratada como "transmissão" de conhecimento, eles se frustram, pois esperam aulas-show que reproduzam o consumo passivo de certos entretenimentos.

Os mesmos jovens, em escolas que são espaços de trabalho e participação - onde as aulas servem para aprender os conteúdos e eles produzem jornais, mostras de ciência, campanhas sociais, espetáculos de teatro e música -, não se aborrecem nem se entediam. Ao contrário, aprendem a valorizar os conhecimentos e a desenvolver competências. Ou seja, não há a apatia nas escolas em que quem aprende é continuamente mobilizado para a ação e exposto a tarefas e desafios reais. Infelizmente, isso não é regra e é preciso propor alternativas.

A partir do 6º ano, é comum os professores não serem de uma só escola, terem centenas de alunos cujas características desconhecem e, simplificando sua dura rotina, repetirem aulas expositivas na sequência formal de livros e apostilas. Mesmo nessa condição, alguns conseguem despertar interesse em vários alunos, mas é compreensível que não sensibilizem outros, que acabam se tornando os estudantes "indiferentes".

O ideal seria garantir maior presença dos educadores, em convívio propiciado pelo seu pertencimento à escola. Se isso não for possível, um maior envolvimento deles no projeto pedagógico e a adoção de uma metodologia que privilegie a participação efetiva dos alunos pode ajudar. Custará um pouco mais, em horas-trabalho de docentes, mas surtirá um bom efeito naquela condição. Há outro problema que transcende a escola, mas que esta e seus professores também podem tratar: a distância entre os conteúdos do currículo e a cultura extraescolar de muitos alunos. A falta de bibliotecas e demais equipamentos culturais desestimula a leitura e dificulta o acesso dos jovens a produções artísticas e científicas. Isso equivale a reduzir seu universo de informação a pouco mais do que as horas diante de aparelhos de TV. Ainda que externa à escola, é uma condição de seus alunos e deve ser enfrentada.

Mas como fazer isso? Se não há museus de arte ou ciência nas imediações, fazem-se sessões coletivas com seus DVDs e visitas virtuais pela internet. Se não há sala de projeção nem internet, emprestam-se filmes para serem exibidos e depois discutidos. Se não há biblioteca e videoteca, denuncia-se isso e cria-se um programa de empréstimos. Planejam-se visitas a empresas e parlamentos locais e debatem-se as condições de saneamento e transporte na comunidade. E, para quem questionar se isso é função da escola, pergunte-se: então, de quem seria? E a quem se recusar a essa função, perguntese: então, de quem é a apatia?

Luis Carlos de Menezes (É físico e educador da Universidade de São Paulo (USP).)

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/alunos-apaticos-escolas-idem-556218.shtml

Células-tronco: o artificial que é benéfico.

Cercada de polêmicas, a questão das células-tronco divide opiniões. Sobre as pesquisas em células-tronco embrionárias, especificamente, diversas linhas de pensamento cercam a ideia de início da vida, tornando difícil a possibilidade de um consenso geral. Para a chefe do Laboratório de Hematologia e Células-tronco da UFRGS, Patrícia Pranke, não existe uma única concordância, nem no meio religioso e filosófico nem no científico, mas corrobora com a determinação de que o útero é um terceiro elemento fundamental para a vida humana. “Sem um útero, não pode haver vida. Entendo que a vida humana não é apenas a junção de um óvulo e um espermatozóide, no mínimo, ela seria o óvulo, o espermatozóide e o útero humano”, diz.

Em entrevista por telefone à IHU On-Line, Pranke explica que os pesquisadores de células-tronco são apenas expectadores e, segundo a lei, não podem manipular as células geneticamente. “Não fazemos nada além de ajudarmos a por em prática o que a própria célula sabe fazer. Ninguém quer mudar o gene de uma célula-tronco embrionária, por exemplo, com objetivos de eugenia. Isso é completamente proibido. O que se pode é trabalhar com essas células em laboratório, e diferenciar uma linhagem”, fala.

Patrícia Pranke possui graduação em Farmácia e Análises Clínicas pela Universidade Federal de Santa Maria, mestrado em Hematologia pela UNICAMP e doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pelo New York Blood Center (EUA). Atualmente, é professora da Faculdade de Farmácia da UFRGS e chefe do Laboratório de Hematologia e Células-tronco da instituição.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como fica a discussão sobre o início da vida se, a partir das nanotecnologias, será possível fabricar um "pequeno" motor que carregará o melhor espermatozóide ao encontro do melhor óvulo para a fecundação?

Patrícia Pranke – Este é um assunto muito intrigante e polêmico. Estamos sempre descobrindo novas tecnologias, que podem mudar os conceitos de algumas pessoas. Algumas já têm conceitos bem formados em relação a isso, outras nem tanto. Essa é uma discussão infindável, e acho difícil termos um consenso geral, mas existem várias linhas de pensamento a respeito do início da vida. Esta discussão foi levada à tona, por exemplo, quando discutimos a questão de usar, ou não, as células-tronco embrionárias. Neste caso, o termo mais importante não era o início da vida, pois não era isso que estava em jogo, mas o destino do embrião. Porém, obviamente, esta questão veio à tona novamente. Muitas pessoas consideram que a vida humana começa a partir da implantação do espermatozóide no óvulo. Para quem entende essa linha, não faz diferença se isso foi produzido de forma natural ou extra-útero.

Em outras linhas de pensamento, acredita-se que, sem um útero, não pode haver vida humana.Eu corroboro com essa determinação, visto que o útero seria um terceiro elemento fundamental para a vida humana. Sem o útero, não existe, sob hipótese alguma, a possibilidade de o óvulo, fecundado pelo espermatozóide, desenvolver-se. O útero é uma barreira intransponível e, muitas vezes, é esquecido, neste contexto de vida humana, por mais que existam formas artificiais de substituí-lo. Existem dezenas de proteínas no endométrio feminino, e, sem elas, aquele embrião, quando implantado no útero, não vai se desenvolver. Eu entendo que a vida humana não é apenas a junção de um óvulo e um espermatozóide, no mínimo, ela seria o óvulo, o espermatozóide e o útero humano. Isso acontece de forma natural, a implantação no útero se dá a partir do sexto dia de fecundação desse óvulo.

Existe uma terceira linha muito interessante, que é a do 14º dia. Esta teoria acredita que um embrião só tem o status de ser humano, do ponto de vista civil e biológico, a partir de duas semanas, pois faz uma comparação com o final da vida. O mundo ocidental considera que a vida termina quando ocorre a morte encefálica, tanto é que as pessoas se tornam doadoras de órgãos baseadas nisso. Este é um procedimento considerado nobre e altruísta em todo o mundo ocidental, inclusive pela Igreja Católica e por outras religiões. Mas é importante lembrar que isso ocorre no mundo ocidental, e que vários países do mundo oriental não aceitam essa ideia. Nunca houve casos de pessoas com morte encefálica voltarem à vida, mas são questões de países. Se a morte encefálica é considerada o final da vida humana, onde determinado número de células do sistema nervoso central morrem, porque o início da vida não seria quando elas começam a existir? Cada pessoa acredita em uma teoria, não existe um consenso, nem no meio religioso e filosófico nem no científico.

IHU On-Line – Com isso, o primeiro passo da vida está ou não prejudicado?

Patrícia Pranke – Não. Se estivesse, não poderíamos fazer inseminações artificiais, pois nada disso é um procedimento natural. As ferramentas desenvolvidas pela tecnologia, com o estudo da medicina e a biotecnologia, são para ajudar o ser humano. Tem aquela teoria que diz que tudo que não é natural está errado. Se formos pensar nisso, teremos que parar de fazer transplante de órgãos, pois não existe absolutamente nada de natural em transplantar um coração, por exemplo. Essas metodologias, as novas tecnologias, surgem para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A medicina está aí para tratar os pacientes. Se fôssemos acreditar na questão de que só o natural é o bom, não deveríamos tratar os pacientes. Se ele tem uma doença, devemos deixá-lo morrer? Isso é extremamente errado. No ponto de vista dos comitês de ética, se existe um tratamento para uma doença, é obrigação do médico aplicá-lo ao paciente. Não dar o tratamento significa negligência. Tudo que se faz na medicina é para tentar melhorar o conforto do paciente. Não vejo que isso está prejudicando, é só uma forma de ajudar o desenvolvimento embrionário.

IHU On-Line – Como se dá a diferenciação de uma célula-tronco embrionária em uma outra linhagem celular?

Patrícia Pranke – Nós, que estudamos células-tronco, não somos nada além de meros espectadores, e não fazemos nada além de ajudarmos a pôr em prática o que a própria célula sabe fazer. Não estamos mexendo no DNA da célula, não estamos fazendo terapia gênica, estamos fazendo terapia celular. Desde que não mexamos no DNA, não estamos interferindo no destino da célula, só estamos ajudando ela a ir por um caminho ou outro, e ela já sabe fazer isso. Por exemplo, a célula-tronco embrionária está dentro do embrião, se ele estiver em seu ambiente natural, que é um útero, essas células irão virar um bebê. Aquela célula-tronco embrionária começou a se diferenciar em linhagens celulares específicas, para originar órgãos. Elas viraram linhagens específicas, que deram origem às células cardíacas, do sistema nervoso central e às células sanguíneas.

A célula sabe fazer este caminho, isso é natural, ela faz isso sozinha dentro do útero. Se essas células-tronco embrionárias não estiverem no útero, mas numa placa, esse embrião jamais irá gerar um bebê, por isso que acreditamos que, sem o útero, não existe vida. Aquele embrião da placa, ou vai ser congelado ou vai morrer, pois não encontrou um útero. Quando se estudam as células-tronco embrionárias, não se quer formar um embrião, se quer tirar algumas células de dentro para formar uma linhagem específica. O pesquisador vai lá, rompe o embrião, tira algumas células, e simplesmente faz in vitro o que uma célula poderia fazer. O pesquisador coloca o que se chama fatores de crescimento para a célula gerar uma linhagem. Temos uma receita para que aquela célula embrionária vire uma célula de insulina, por exemplo.

IHU On-Line – Existe algum limite para a manipulação das células-tronco?

Patrícia Pranke – Claro, tudo deve ter limite. A lei que aprovamos, que permite o uso de células-tronco embrionárias, é muito clara e está cheia de limites. A lei diz que não se pode manipular geneticamente as células-tronco embrionárias. Manipular geneticamente significa modificar o código genético. Ninguém quer mudar o gene de uma célula-tronco embrionária, por exemplo, com objetivos de eugenia. Isso é completamente proibido. O que se pode é trabalhar com essas células em laboratório, e diferenciar uma linhagem.

IHU On-Line – Isso não se pode fazer por lei, mas poderia ser feito algo benéfico para a saúde a partir da mudança genética?

Patrícia Pranke – O limite ético do que pode se fazer com células-tronco embrionárias no Brasil é o uso de células-tronco que foram produzidas com o intuito de fazer uma fecundação, como no caso de um casal que procurou a clínica de fertilização, por exemplo. O embrião que está congelado foi produzido para a fertilização e o implante no útero. Só podemos usar embriões que foram produzidos com esse objetivo. Mas, se sobraram embriões, eles podem ser usados. A lei diz isso para que não estimule pessoas a produzirem embriões para pesquisa. Ninguém pode doar óvulos ou espermatozóides para pesquisa. Outro limite ético é que só podem ser usados embriões congelados há mais de três anos. O casal deve esperar este tempo, pelo menos, para saber se realmente vão querer implantar o embrião. Outro limite, ainda, é que o embrião só pode ser doado, e não pode, de forma alguma, ser comercializado, e sempre mediante a doação dos progenitores.

IHU On-Line – Em sua opinião, algo que é proibido por lei, pode virar eticamente possível?

Patrícia Pranke – No que diz respeito às células-tronco embrionárias, a ideia foi exatamente essa. Não existia uma lei sobre o que fazer com os embriões congelados. Ficamos dois anos no congresso e no senado, até que isso culminou em uma lei. Conseguimos fazer a regulamentação de lei, que permite o uso dessas células. No que concerne às células-tronco embrionárias, acho que está tudo tranquilo. Mas temos que parar de pensar somente nelas, temos células-tronco adultas também, e muitas outras células-tronco importantes. Estas também podem ser pesquisadas, e qualquer uma delas só pode virar terapia quando mostrado que é seguro para o paciente. Aí, o local que fez o procedimento deve pedir autorização para o Ministério da Saúde, para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e para órgãos competentes, para poder realizar pesquisas clínicas com pacientes.

IHU On-Line – Quais riscos se correm com as pesquisas com células-tronco embrionárias?

Patrícia Pranke – Não pode existir riscos, uma vez que essas células não estão sendo usadas em pacientes, ainda estão sendo usadas em testes com animais. No momento em que existir riscos para pacientes, é porque não foram feitos testes adequados em animais. Uma pesquisa com células-tronco embrionárias só pode ir para um paciente depois de provado que não fez nenhum mal a animais e que não existem riscos. Teoricamente, ninguém está usando isso, com exceção de uma empresa nos Estados Unidos, que conseguiu aprovação do FBI para fazer pesquisa clínica em pacientes com lesão medular. É o único lugar sério no mundo que está começando a usar células-tronco embrionárias em pacientes. Não pode haver riscos, pois a célula é muito nova e é pouco estudada ainda. Existem células-tronco adultas também que são muito boas e estão dando resultados positivos. Eu mesma trabalho muito mais com células-tronco adultas. Trabalhamos com células-troncos de cordão umbilical, da parede do vaso sanguíneo, e estas estão mostrando resultados fantásticos em algumas doenças. Aposto muito na célula adulta, não só nas embrionárias.

IHU On-Line – Que destino é dado ao material que sobra do trabalho feito com células-tronco?

Patrícia Pranke – Uma célula que já foi manipulada pela pesquisa não pode ser utilizada para pacientes. No início da pesquisa, já se sabe o destino daquelas células. Se for pega uma linhagem de células-tronco, sejam embrionárias ou adultas, para fazer pesquisa, já se sabe qual o destino final que aquelas células terão. Se trabalho com animais, seu destino será o rato, por exemplo. Se trabalho sem animais vivos, e só quero ver como a célula se comporta, ou elas irão morrer naturalmente ou as jogamos fora. Se quisermos pegar uma linhagem de células para seres humanos, elas devem ser tratadas desde o início de uma forma diferente. Para infundir isso em uma pessoa, a célula tem um tratamento cuidadoso e já é destinada para esse fim. O que sobra vai fora, e não teria como não ir.

IHU On-Line – Existem bancos públicos de células-tronco? Qualquer cidadão tem direito de utilizar essas células?

Patrícia Pranke – Existem alguns bancos públicos de células de cordão umbilical. Hoje, o sangue de cordão é utilizado para poucas doenças, como leucemia, linfomas e doenças hematológicas. Para outras doenças, como doenças cardíacas e diabetes, que o mundo inteiro estuda, não precisa se recorrer a um banco, já que nós somos uma fábrica de células-tronco. Estamos cheios de células-tronco em nossa própria medula óssea. Se, no futuro, o paciente tiver um problema cardíaco, ou necessite de células-tronco, ele poderá usar suas próprias células da medula, a não ser que ele tenha uma doença genética. Neste caso, ele também não poderia usar seu cordão umbilical, ele precisaria das células do cordão de alguém que doou a um banco público. Ainda são algumas doenças, apenas, que necessitam dessas células.



Fonte: Unisinos – publicado em http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_canal=41&cod_noticia=14943

MÃE É MÃE: Mentira!!!

MÃE É MÃE: Mentira!!!




Vamos esclarecer alguns pontos sobre mães, ok?

Desconstruir alguns mitos.Não, não precisa se preocupar.

Não é nada ofensivo, eu também sou mãe…e avó!

Vamos lá:

MÃE É MÃE: mentira !!!

Mãe foi mãe, mas já faz um tempão! Agora mãe é um monte de coisas: é atleta, atriz, é superstar. Mãe agora é pediatra, psicóloga, motorista. Também é cozinheira e lavadeira.. Pode ser política, até ditadora, não tem outro jeito. É…e às vezes também é pai. Sustenta a casa, toma conta de tudo, está jogando um bolão. Mãe pode ser irmã: empresta roupa, vai a shows de rock pra desespero de algumas filhas, entra na briga por um namorado.

Mãe é avó (oba, esse é o meu departamento!): moderníssima, antenadíssima, não fica mais em cadeira de balanço, se quiser também namora, trabalha, adora dançar.

Mãe pode ser destaque de escola de samba, guarda de trânsito, campeã de aeróbica, mergulhadora.

Só não é santa, a não ser que você acredite em milagres.

Mãe já foi mãe, agora é mãe também.

MÃE É UMA SÓ: mentira !!!

Sabe por quê? Claro que sabe!

Quase toda criança tem uma avó que participa, dá colo, está lá quando é preciso. De certa forma, tem duas mães.

Tem aquela moça, a babá, que mima, brinca, cuida. Uma mãe de reserva, que fica no banco, mas tem seus dias de titular.

E outras mulheres que prestam uma ajuda valiosa. Uma médica que salva uma vida, uma fisioterapeuta que corrige uma deficiência, uma advogada que liberta um inocente, todas são um pouco mães.

Até a maga do feminismo, Camille Paglia, que só conheceu instinto maternal por fotografia, admitiu uma vez que lecionar não deixa de ser uma forma de exercer a maternidade.

O certo então, seria dizer: mãe, todos têm pelo menos uma.

Ser mãe é padecer no paraíso: mentira!

Que paraíso, cara-pálida? Paraíso é o Taiti, paraíso é a Grécia, é Bora-Bora, onde crianças não entram. Cara, estamos falando da vida real, que é ótima muitas vezes, e aborrecida outras tantas, vamos combinar. Quanto a padecer, é bobagem. Tem coisas muito piores do que acordar de madrugada no inverno pra amamentar o bebê, trocar a fralda e fazer arrotar. Por exemplo? Ficar de madrugada esperando o filho ou filha adolescente voltar da festa na casa de um amigo que você nunca ouviu falar, num sítio que você não tem a mínima idéia de onde fica. Aí a barra é pesada, pode crer…

Maternidade é a missão de toda mulher: mentira !!!

Maternidade não é serviço militar obrigatório, caramba!

Deus nos deu um útero mas o diabo nos deu poder de escolha. Como já disse o Vinicius: filhos, melhor não tê-los, mas se não tê-los,como sabê-los? Vinicius era homem e tinha as mesmas dúvidas. Não tê-los não é o problema, o problema é descartar essa experiência.

Como eu preferi não deixar nada pendente pra a próxima encarnação, vivi e estou vivendo tudo o que eu acho que vale a pena nesta vida mesmo, que é pequena mas tem bastante espaço.

Mas acredito piamente que uma mulher pode perfeitamente ser feliz sem filhos, assim como uma mãe padrão, dessas que têm umas seis crianças na barra da saia, pode ser feliz sem nunca ter conhecido Paris, sem nunca ter mergulhado no Caribe, sem nunca ter lido um poema de Fernando Pessoa.

É difícil, mas acontece…

Autor: Martha Medeiros Fonte: Blog Trologikas publicado em http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=14917&cod_canal=44