sábado, 22 de junho de 2013

Dá licença!

Em tempos da geração manifestação pacífica a educação está pela metade.
Em um Shopping, num corredor estreito de uma loja, entre a prateleira e o mostruário eu olhava mercadorias. Um jovem menino empurrava o carrinho de bebê e nele uma linda criança. Quando se aproximou de mim, sua mãe disse-lhe: “peça licença”, ele afirmou já pedi, porém já havia me apertado entre a prateleira e o carrinho.
Certamente a mãe ficou orgulhosa do filho que pediu, ao tiozinho aqui, licença. Brinquei na tentativa de demonstrar que não me incomodou o fato de sentir a roda do carrinho sobre meu pé e esbarrando na prateleira e minhas pernas, o jovem menino conduziu o carrinho até seu destino.
Fiquei a refletir sobre os últimos acontecimentos nas cidades brasileiras e a educação de nossas crianças no contexto da geração manifestação pacífica. A criança foi educada, pela metade, porém faltou-lhe a educação completa: aguardar eu lhe dar o espaço necessário para que pudesse passar com o carrinho.
Na verdade a situação vivida no shopping indica o que marca nossas crianças e jovens: eu posso, eu quero, eu faço, eu, eu, eu, eu tenho direito. Realmente comove ver um menino pedir licença, porém incomoda ver que o jovem menino não sabe que depois de pedir licença é preciso aguardar a licença ser dada. Ele conhece o seu direito, o de passar pelo corredor estreito empurrando o carrinho, mas desconhece o seu dever! Assim é a geração manifestação pacífica, outro dia julgava e condenava trabalhadores que em suas manifestações lutavam por seus direitos e incomodava a todos, parando o trânsito e outros transtornos. Esta geração é fruto de pais e até avós cara-pintada, que protagonizaram o impeachment do presidente colorido. Como o mundo dá voltas e a história é linear e cíclica! Luta-se pelos direitos, mas não se cumpre os deveres!


Ver a multidão de manifestantes pacíficos nas ruas é tão emocionante como ver o menino pedir licença, mas não esperar a licença ser dada é como ver as manifestações pacíficas terminarem em pancadaria e a culpa cair sobre anônimos vândalos sem direitos e deveres.