segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A eleição de um Papa é sobretudo o exercício de um discernimento espiritual eclesial.


Caro amigo, querida amiga.
No momento em que escrevo, os meios de comunicação noticiam com grande surpresa o anúncio da renúncia do nosso amado Papa Bento XVI. Não tive tempo sequer de ler o comunicado oficial. Certamente, a partir de agora, começarão a surgir as já costumeiras especulações sobre a eleição do novo Papa: as velhas notícias sobre lutas internas no Colégio Cardinalício, as repetidas teorias de conspiração, de acordos e de negociações entre as tendências progressistas e tradicionalistas. Sei que tentar afirmar que tudo isso é a mais triste conjectura sem base na realidade equivale a um “pregar no deserto”. Por isso, partilho com vocês uma experiência pessoal na tentativa de oferecer outro ponto de partida para entender o que é a eleição de um Papa. Em 2010, participei da Assembleia Geral da Sociedade do Apostolado Católico (padres e irmãs palotinos) em Roma. Foram 25 dias de trabalhos e de deliberações. Essa Assembleia tinha como uma das tarefas principais a eleição do novo Superior da nossa Congregação. Era a primeira vez que tomava parte de uma eleição desse tipo, por isso estava bastante inseguro. Não conhecia todos os membros da Assembleia, não tinha recebido nenhuma lista de candidatos, não havia ninguém que se apresentava para postular o cargo. Como escolher? Quem escolher? Enquanto a Assembleia seguia os seus trabalhos, minha inquietação aumentava. Quando chegou o momento de iniciar o processo de eleição, começamos um retiro. Confesso que achei que um retiro não era a melhor forma de começar uma eleição. Achava que seria mais proveitoso se pudéssemos fazer reuniões por grupos para tentarmos definir uma lista de candidatos ao cargo. O retiro exige silêncio e oração. Seria esse o momento mais adequado para um retiro? O pregador do retiro então nos exortou a confiar nessa dinâmica. A escolha de um superior não deveria seguir a mesma lógica das eleições políticas que todos nós conhecemos. Ele nos desafiou a fazer da eleição do nosso futuro superior um exercício de discernimento espiritual comunitário e eclesial. A nossa eleição deveria ser guiada pelo Espírito Santo e por isso não poderia seguir as mesmas práticas das campanhas políticas: formação de grupos de apoio, propaganda de programa de governo, alianças, negociações de interesses partidários. Fiquei surpreso com a simplicidade das regras que devíamos seguir. Ei-las. 1. Ninguém podia se apresentar como candidato. 2. Ninguém podia fazer campanha em favor ou contra alguém. 3. Era proibido formar grupos de apoio. 4. Os eleitores podiam quebrar o silêncio para fazer suas consultas. 4. Nessas consultas devíamos procurar alguém que conhecesse bem o eventual candidato e perguntar sua opinião sobre a idoneidade dele. 5. Quando alguém fosse indagado sobre um eventual candidato, deveria responder objetivamente e em base ao seu conhecimento pessoal, descrevendo as qualidades que o habilitavam a assumir o cargo ou a falta delas. Durante o retiro notei que todos os eleitores rezaram muito. Na capela, durante todo o tempo, os eleitores se revezavam na adoração ao Santíssimo. Como o lugar que estávamos tinha outras capelas, aproveitei também para visitá-las. Em todas elas havia gente rezando. Fiz algumas consultas e fui também consultado. Tais consultas eram sempre precedidas e seguidas de oração. Percebi que os eleitores se preocupavam em buscar o conhecimento da vontade de Deus. O critério de escolha, portanto, não era o da conveniência dos interesses ou da ideologia política. No dia seguinte, o primeiro escrutínio abriu os trabalhos do dia. Depois da missa, da oração da manhã e da invocação ao Espírito Santo, os eleitores caminharam, um a um, para depositar seu voto na urna. O silêncio da Assembleia estendia o clima de oração do dia anterior para dentro da primeira sessão de votação. Estavam previstas outras sessões de votação, uma vez que só podia ser eleito para superior o membro que alcançasse a maioria absoluta. Quando foram apurados os votos, veio a surpresa: tínhamos um superior na primeira sessão de votação! A presidência da Assembleia teve que apressar os preparativos para a cerimônia de posse do novo superior, uma vez que não esperava uma eleição tão rápida. Até hoje tenho viva a memória dessa experiência de discernimento espiritual. Ela é para mim uma prova de que para eleger um papa o mais decisivo é a busca da vontade de Deus na oração. Cada dia me convenço mais de que a forma de nossa eleição foi acertada. Acompanhando o trabalho do Superior que nós elegemos, percebo que, de fato, era ele a pessoa querida por Deus para guiar a nossa congregação. Caro irmão, querida irmã, existe uma alternativa! A eleição de um Papa é sobretudo o exercício de um discernimento espiritual eclesial. Por isso, gostaria de convidá-lo(la) a participar desde já da eleição do próximo papa rezando muito. Essa é a forma mais eficaz, participativa e decisiva da eleição na Igreja. Convido também a rezarmos juntos pelo Papa Bento XVI. Deus o abençoe por todo o bem que ele fez e continuará fazendo para nossa Igreja.

Dom Julio Endi Akamine - Região Episcopal LAPA - Arquidiocese de São Paulo, post no Facebook 11/02/13.

Cinco cardeais brasileiros devem participar de eleição do próximo papa


Cinco cardeais brasileiros devem participar de eleição do próximo papa
Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave que se reunirá para eleger o sucessor do papa Bento 16.

Segundo a última lista do Vaticano, atualizada há duas semanas, há um total de 119 cardeais aptos a votar no conclave.

Para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos.

O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas cinco deles já ultrapassaram a idade limite.

Os cardeais brasileiros que poderão votar são dom Cláudio Hummes, de 78 anos, ex-arcebispo de São Paulo e atual prefeito emérito da Congregação para o Clero, dom Geraldo Majella Agnelo, de 79, arcebispo emérito de Salvador, dom Odilo Scherer, de 63, arcebispo de São Paulo, dom Raymundo Damasceno Assis, de 76, arcebispo de Aparecida, e dom João Braz de Aviz, de 64, arcebispo de Brasília.

Dom Eusébio Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, está fora do conclave por ter completado 80 anos em dezembro. Também já ultrapassaram a idade limite os cardeais dom Paulo Evaristo Arns, de 91 anos, ex-arcebispo de São Paulo, dom Serafim Fernandes de Araújo, de 88, ex-arcebispo emérito de Belo Horizonte, e dom José Freire Falcão, de 87, ex-arcebispo de Brasília.

A lista de eleitores no conclave tem cardeais de cerca de sete dezenas de países diferentes. Os cardeais italianos são os de maior número.


SEM NEGAR A GRATIDÃO. ALEGRE ESTÁ O CORAÇÃO!


SEM NEGAR A GRATIDÃO.
ALEGRE ESTÁ O CORAÇÃO.

O amor a Cristo e a sua Igreja faz superar toda reação. Minha história é de amor a Igreja e a Jesus Cristo, porém por escolhas feitas, na Igreja de Cristo sofri impiedosamente punições, restrições, discriminações. Mas o AMOR é maior e, apesar de ser pelas normas da Igreja, deixado de lado, encontrei em bispos, padres, religiosos e muitos leigos o apoio e incentivo para o testemunho de minha fé, para o serviço na Igreja e o amor a Cristo e seu evangelho.
Ouvir que Bento XVI renunciou ao Pontificado suscita um sentimento de alegria na esperança de um período novo na Igreja. Muitos teólogos tiveram pelo Papa Bento XVI uma censura na reflexão e ação evangélica, sendo impedidos do exercício da reflexão e de uma ação cristã que privilegia não o poder hierárquico, mas o poder RÉGIO, PROFÉTICO E SACERDOTAL que todos pelo Batismo fomos agraciados por Deus.  Quem não se lembra da mão de ferro do Cardeal Ratzinger ao tratar e lidar com a Teologia da Libertação? Muitos sonhos foram destruídos, muitas comunidades decepcionadas, retrocesso na caminhada da Igreja com a emancipação de movimentos reacionários, arcaicos que reforçam o poder hierárquico da Igreja e fazem dos Batizados objetos nas mãos do Clero. Com o Cardeal Ratzinger as sacristias voltaram a ser o lugar do ministro e, o espaço de celebração da VIDA em nossas vidas ganhou a subjetividade, a manifestação impessoal de uma única pessoa, o padre, que não prega o evangelho, que não organiza a comunidade, que faz o que quer da liturgia fazendo responsável por ela um leigo que não pensa; que não sabe; que não desobedece, mas reproduz o que ele quer. Quem não sofre com uma experiência litúrgica onde um canta e os outros batem palmas; quem não sofre com hinos bem executados por “fardados” cuja ação cristã está no hábito que usam? Quem não sofre com a ausência Pastoral dos sacerdotes, na mídia e nas comunidades?  Quem não sofre com celebrações shows em resposta aos cultos televisivos de curas e milagres que não levam a comprometimento político, social e religioso?
Não podemos negar que o Bento XVI em suas encíclicas foi um bom homem de Deus, sobretudo na encíclica, DEUS CARITAS EST, temos um tratado belo, temos uma manifestação de Deus e, uma provocação imensurável para que todos os cristãos vivam o Evangelho de Cristo.
Há muito que se louvar e agradecer, pelo que Bento XVI fez pela Igreja de Cristo, Entre todos os motivos de louvores e agradecimentos a Deus é de se destacar este:
no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado. Por isso, sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005”.
Sabemos da força política de Bento XVI nos bastidores do Vaticano, e que a nova eleição Papal estará sob sua forte influência, porém na força da Oração glorifiquemos a Deus pelo que Bento XVI fez diante da Igreja, e supliquemos que pela ação da Trindade Santa o novo Papa, venha com vigor APOSTÓLICO e abra novos horizontes para uma humanidade sedenta de compaixão, de acolhimento, de compreensão do olhar e amor de Deus. Que o novo Papa tenha o olhar de Cristo para na diversidade de escolhas que o mundo atual proporciona aos homens e mulheres e na pluralidade se ocupe com a escolha de Cristo para que todos sem distinção e discriminação sejam sob um só Pastor e tenham vida em plenitude. 

Papa Bento XVI renuncia ao Pontificado.


PAPA BENTO XVI
renuncia ao PONTIFICADO 
dia 28 de fevereiro de 2013.

Papa Bento XVI tomou a decisão de deixar o Pontificado. No primeiro momento uma sensação de vazio, uma lacuna como se uma parte da gente tivesse sido tirada. Logo adiante da programação da TV, mais uma chamada dizendo que a renuncia do Papa é de sua própria vontade pela idade, e pela falta de força física e mental. Sensação de conforto: realmente 85 anos de vida exige uma decisão racional e coerente com toda a sua história como Cardeal responsável pela Doutrina e Fé católica. Uma terceira sensação é a de agradecimento ao Papa e a Deus. Ao Papa pela sua dedicação à frente da Igreja, pela sua mão de ferro no trato e decisões tomadas com todos: bispos, padres, diáconos, ministros e leigos. Agradecimento a Deus por suscitar na sua Igreja pela ação do Espírito Santo um novo tempo, uma nova hora com uma cabeça nova que não deixe a fidelidade à Cristo, mas que saiba conduzir a Igreja nesse momento histórico que vive as sociedades, para que a Igreja de Cristo se torne realmente Igreja de Cristo e, como Ele inaugure um novo tempo e os mergulhados na exclusão, os segregados de dentro da própria Igreja:  casais divorciados e sacerdotes que deixaram o ministério para constituir família possam viver sua fé dentro da Igreja sem restrições na vivência dos sacramentos. Que o novo Papa venha para reintegrar a todos na Igreja de Cristo e ser um sinal de luz para os povos, sobretudo para os mais pobres. Que a nova cabeça tenha o olhar de Cristo e não o olhar das normas construídas na História da Igreja, sem negar a doutrina, a nova cabeça precisa agir com o Evangelho nas mãos, nos pés, nos olhos, no coração, na cabeça e na AÇÃO.
Obrigado Bento XVI!
Novo PAPA que prime no seu Pontificado a CARIDADE!