terça-feira, 29 de junho de 2010

A ética alicerçada no amor funda um novo sentido para a vida e se traduz em ações morais que levam em conta o direito do outro existir como ser pleno.

“Ética e cultura

A reflexão ética relaciona-se com a cultura. Ao procurarmos por uma ética universal, deparamo-nos com a pluralidade. E isso é normal, porque vivemos em uma sociedade pluricultural. A palavra cultura pode significar muitas coisas em diferentes contextos. Para nós, no entanto,

“As culturas são as formas com que nos relacionamos com as coisas de nosso mundo, com os objetos e as práticas materiais de nossa vida, ao mesmo tempo e com os outros seres humanos”.

MARQUES, Mário Osório. Botar a boca no mundo: cidadania, política e ética. Ijuí: UNIJUÍ, 2003.

Podemos, então, considerar a cultura como óculos por meio dos quais vemos o mundo. Pessoas de culturas diferentes usam óculos diferentes e têm visões desencontradas das coisas. A floresta amazônica não é a mesma coisa para um adolescente nascido e criado na cidade do Rio de Janeiro e para um índio Tupi.

Todo ser humano é o resultado do meio cultural em que se tornou um ser social. Todos nós somos herdeiros de uma cultura, formada por um longo processo acumulativo que reflete conhecimentos originados da relação dos indivíduos com as coisas do mundo. A moral é , portanto, parte da cultura de uma comunidade. Isso deve ser levado em conta na construção individual e coletiva da ética.

A cultura não é transmitida geneticamente; ela é uma construção social. Alguns dizem “tenho a matemática no sangue” ou “herdei o gosto pela leitura de minha avó”. Isso não é verdade, pelo menos, do ponto de vista biológico. Claro que é necessário que se coloque ao alcance dos indivíduos o material que lhes permita exercer a sua criatividade de forma inovadora. Assim, um lar em que haja exemplos de leitura e acesso a livros, será mais fácil que se desenvolva o gosto pela leitura. O mesmo podemos dizer de um ambiente onde haja sólidos princípios éticos. A construção da ética é facilitada (ou prejudicada!) pela prática moral no meio em que se vive.

“O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o antecederam. A manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as inovações e as invenções. Estas não são, pois, o produto da ação isolada de um gênio, mas o resultado do esforço de toda uma comunidade”.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

Todos nós, ao agirmos e nos expressarmos, nas diversas situações de nossas vidas, como na escola, entre amigos, em casa ou no trabalho, por exemplo, praticamos nossos valores morais. Esse conjunto de valores vividos, por uma questão de conveniência ou de profunda convicção (ou seja, ética), dá uma identidade cultural peculiar a cada comunidade.

A moral, por ser uma construção cultural, é diferente em cada comunidade. O decote ideal de uma blusa ou o melhor horário de retornar de um show, por exemplo, podem apresentar conceitos morais diferentes entre pais e filhos, o que pode gerar conflitos. Assim, é fácil criar-se uma certa resistência para compreendermos o sistema moral de uma outra cultura. Podemos rotular os princípios éticos que resultam em tal sistema moral de fracos ou, então, ao contrário, de exagerados.

A reação de incômodo diante da cultura do Outro deve ser superada pela necessidade de dialogar, de permitir que a nossa cultura amplie seus horizontes sem se trair, sem perder a sua identidade. Esse é um dos grandes desafios da ética contemporânea: refletir sobre questões morais, convivendo com a pluralidade cultural sem trair os princípios que resultaram dessa reflexão e da própria cultura. Como conseguir isso?

Ao procurar construir uma ética de boa qualidade, deparamo-nos com alguns valores que são eternos, ou seja, presentes em todas as épocas e culturas: a verdade, a honestidade, o amor são alguns deles.

Com toda a certeza, no amor encontramos a melhor resposta para a construção de uma ética com princípios sólidos e bons. O amor permite que a ética se abra ao diálogo, se questione a si mesma, alargue seus horizontes ao procurar compreender os princípios éticos que estão por detrás da conduta moral de uma determinada comunidade cultural, mas sem destruir a identidade própria do indivíduo que faz esse exame.

Isso não significa que vamos aceitar todos os princípios éticos que circulam na sociedade. Tais princípios se reconhecem como bons ou ruins pela relação que estabelecem entre o indivíduo e o Outro. A ética do capitalismo que valoriza o lucro a qualquer custo faz com que a própria vida no planeta terra se encontre ameaçada de extinção. Alguns estimam que, mantendo-se os atuais padrões de comportamento, em algumas décadas não será mais possível viver neste planeta. Trata-se de uma ética desamorosa porque, na sua prática moral, desrespeita o Outro. Em outras palavras, não é uma boa ética.

A ética alicerçada no amor funda um novo sentido para a vida e se traduz em ações morais que levam em conta o direito do outro existir como ser pleno. Amar o Outro é dar-lhe razão de existir. Cuidamos daquilo que amamos. A ética que ama, cuida, se responsabiliza e se torna sensível à dor alheia. Esse diálogo que se abre ao amor e ao respeito ético às diferentes identidades culturais é, antes de tudo, uma atitude de tomada de posição frente à vida, permitindo que se desenvolva uma filosofia de vida que seja sua, que o identifique como ser ético.”



(GALIANI, José Antonio; LANDEIRA, José L. Ensino Religioso: Ensino Médio/segunda série – Rede Salesiana de Escolas, Brasília: CIB – Cisbrasil, 2007.)

Avaliação em Educação Física. É possível?!

PENSAR A AVALIAÇÃO É SEMPRE UMA TAREFA DIFÍCIL, MAS FUNDAMENTAL PARA O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM, INCLUSIVE NA EDUCAÇÃO FÍSICA.

PENSANDO A AVALIAÇÃO (INSTRUMENTOS E CRITÉRIOS) PARA UMA DAS SÉRIES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA EDUCAÇÃO FÍSICA.
A AVALIAÇÃO é um dos processos no processo de aprendizagem, principalmente em Educação Física. Sugiro que a avaliação seja cobrada como ela é, uma etapa da aprendizagem e não como algo isolado de todo processo de uma aula ou de uma sequência de aulas, quero dizer, seria melhor elaborar-mos uma aula e como está seria avaliada, e não, só elaborar uma avaliação. Para elaborar uma avaliação tenho como referência exercícios que proporcione aos alunos medir a frequência cardíaca. Para isso os alunos seriam submetidos a diferentes atividades físicas após, as quais farão a contagem da frequência cardíaca e respiratória. Os dados seriam de alguma forma registrados em uma grande tabela.

Em um processo de aprendizagem seguindo esse objetivo a avaliação seria: além de avaliar os conteúdos de procedimentos e atitudes, nas várias etapas, avaliaria a capacidade dos alunos de coletar e de organizar dados experimentas, a habilidade de interpretá-os e de relacioná-los e, por fim, de argumentar, uma vez que todos deverão propor explicações para as variações encontradas. Espera-se que as atividades de grande esforço em curto espaço de tempo (tiro, polichinelo) e esforço mediano durante algum tempo (correr) aumentem as freqüências, que deverão apresentar valores mais baixos conforme cessa a necessidade de energia, isto é, após encerramento da atividade física. Baseando-se nesses resultados, as hipóteses para explicar essas variações devem ser defendidas. Será interessante trabalhar em duplas, com um cronometrando e o outro se exercitando, e depois inverter os papéis; além disso, as trocas de opiniões podem enriquecer a proposta. A partir daí, podem se seguir aulas expositivas apresentando o funcionamento dos sistemas circulatório e respiratório. No final, pedir que os alunos confrontem seus novos conhecimentos com as hipóteses levantas, reescrevendo, se necessário, o produto inicial. Se não contar com um bom espaço, trabalhos musculares que possam ser feitos em pouco espaço (abdominais, flexões) são uma boa saída. Outra boa ampliação é pedir a elaboração de gráficos sobre recuperação, usando os valores obtidos (repouso, término da atividade, após um minuto, após três minutos). O mais importante é verificar se as hipóteses dos alunos relacionam as várias observações, inclusive a presença de suor e a vermelhidão, com argumentos lógicos, e se são capazes de reelaborar, se necessário, suas explicações.