domingo, 11 de abril de 2010

O escândalo da pedofilia se constitui num sinal dos tempos atuais

O escândalo da pedofilia se constitui num sinal dos tempos atuais


“O escândalo da pedofilia se constitui num sinal dos tempos atuais. Do Vaticano II (1962-1965) aprendemos que cumpre identificar nos sinais uma interpelação que Deus nos quer transmitir. Vejo que a interpelação vai nesta linha: está na hora de a Igreja romano-católica fazer o que todas as demais Igrejas fizeram: abolir o celibato imposto por lei eclesiástica e liberá-lo para aqueles que veem sentido nele e conseguem vivê-lo com jovialidade e leveza de espírito”.



Eis o artigo.

O levantamento dos padres pedófilos em quase todos os países da cristandade católica está ainda em curso, revelando a extensão desse crime que tantos prejuízos tem provocado em suas vítimas. É pouco dizer que a pedofilia envergonha a Igreja. É pior. Ela representa uma dívida impagável com aqueles menores que foram abusados sob a capa da credibilidade e da confiança que a função de padre encarna. A tese central do papa Ratzinger que cansei de ouvir em suas conferências e aulas vai por água abaixo.

Para ele, o importante não é que a Igreja seja numerosa. Basta que seja um "pequeno rebanho", constituído de pessoas altamente espiritualizadas. Ela é um pequeno "mundo reconciliado" que representa os outros e toda a humanidade. Ocorre que dentro desse pequeno rebanho há pecadores criminosos e é tudo menos um "mundo reconciliado". Ela tem que humildemente acolher o que dizia a tradição: a Igreja é santa e pecadora e é uma "casta meretriz". Não é suficiente ser Igreja. Ela tem que trilhar, como todos, pelo caminho do bem e integrar as pulsões da sexualidade que já possui 1 bilhão de anos de memória biológica para que seja expressão de enternecimento e de amor e não de obsessão e de violência contra menores.

O escândalo da pedofilia se constitui num sinal dos tempos atuais. Do Vaticano II (1962-1965) aprendemos que cumpre identificar nos sinais uma interpelação que Deus nos quer transmitir. Vejo que a interpelação vai nesta linha: está na hora de a Igreja romano-católica fazer o que todas as demais Igrejas fizeram: abolir o celibato imposto por lei eclesiástica e liberá-lo para aqueles que veem sentido nele e conseguem vivê-lo com jovialidade e leveza de espírito. Mas essa lição não está sendo tirada pelas autoridades romanas. Ao contrário, apesar dos escândalos, reafirmam o celibato com mais vigor.

Sabemos como é insuficiente a educação para a integração da sexualidade no processo de formação dos padres. Ela é feita longe do contato normal com as mulheres, o que produz certa atrofia na construção da identidade. As ciências da psique nos deixaram claro: o homem só amadurece sob o olhar da mulher e a mulher sob o olhar do homem. Homem e mulher são recíprocos e complementares. O sexo genético-celular mostrou que a diferença entre homem e mulher, em termos de cromossomos, se reduz a apenas um cromossomo. A mulher possui dois cromossomos XX e o homem, um cromossomo X e outro Y. Donde se depreende que o sexo-base é o feminino (XX), sendo o masculino (XY) uma diferenciação dele. Não há, pois, um sexo absoluto, mas apenas um dominante. Em cada ser humano, homem e mulher, existe "um segundo sexo". Na integração do animus e da anima, vale dizer, das dimensões de feminino e de masculino presentes em cada um, se gesta a maturidade sexual.

Essa integração vem sendo dificultada pela ausência de uma das partes, a mulher, que é substituída pela imaginação e pelos fantasmas que, se não forem submetidos à disciplina, podem gerar distorções. O que se ensinava nos seminários não é sem sabedoria: quem controla a imaginação, controla a sexualidade. Em grande parte, assim é. Mas a sexualidade possui um vigor vulcânico. Paul Ricoeur, que muito refletiu filosoficamente sobre a teoria psicanalítica de Freud, reconhece que a sexualidade escapa ao controle da razão, das normas morais e das leis. Ela vive entre a lei do dia, em que valem as regras e os comportamentos estatuídos, e a lei da noite, em que funciona a pulsão, a força da vitalidade espontânea. Só um projeto ético e humanístico de vida (o que queremos ser) pode dar direção a essa dialética e transformá-la em força de humanização e de relações fecundas.

Nesse processo o celibato não é excluído. Ele é uma das opções possíveis que eu defendo. Mas o celibato não pode nascer de uma carência de amor, ao contrário: deve resultar de uma superabundância de amor a Deus que transborda para os que estão a sua volta.

Por que a Igreja romano-católica não dá um passo e abole a lei do celibato? Porque é contraditório com a sua estrutura. Ela é uma instituição total, autoritária, patriarcal e altamente hierarquizada. Ela abarca a pessoa do nascimento à morte. O poder conferido ao papa, para uma consciência cidadã mínima, é simplesmente tirânico. O cânon 331 é claro. Trata-se de um poder "ordinário, supremo, pleno, imediato e universal". Se riscarmos a palavra papa e colocarmos Deus, funciona perfeitamente. Por isso se dizia: "O papa é o deus menor na terra". Uma Igreja que coloca o poder em seu centro fecha as portas e as janelas para o amor, a ternura e o sentido da compaixão. O celibatário é funcional para esse tipo de Igreja.

O celibato implica cooptar o sacerdote totalmente a serviço, não da humanidade, mas desse tipo de Igreja. Ele só deverá amar a Igreja. Enquanto essa lógica perdurar, não esperemos que a lei do celibato seja abolida. Ele é muito cômoda para ela.

Mas como fica o sonho de Jesus de uma comunidade fraterna e igualitária? Bem, isso é um outro problema, talvez o principal.


Autor: Leonardo Boff
Fonte: O Estado de S.Paulo e Unisinos

Congresso Internacional de Pedagogia Social

Enquanto isso, no Blog Educação em pauta ...


A Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP www.usp.br/pedagogiasocial  ) sediará, entre os dias 21 e 24 de abril, o 3º Congresso Internacional de Pedagogia Social. Os temas da regulamentação da educação social como profissão no Brasil e da organização dos educadores sociais como categoria profissional serão o eixo central do evento, que terá participação de convidados da Inglaterra, Alemanha, Espanha, Cuba, Argentina e Uruguai. Confira esta notícia completa e outros assuntos no blog das revistas Profissão Mestre e Gestão Educacional. Acesse:

http://profissaomestreegestaoeducacional.blogspot.com/



Jornal Virtual 160 - 09042010

Cinco passos para uma Meta

Cinco passos para uma Meta


“A fórmula da minha felicidade: um sim, um não, uma linha reta, um objetivo.” (Friedrich Nietzsche)

Você decide ir ao cinema. Sai de casa e, quando percebe, imerso em seus pensamentos, está fazendo o caminho convencional para ir ao trabalho – que, por sinal, é diametralmente oposto. Depois de enfrentar um belo trânsito, acerta o passo e chega ao shopping.

Vasculha os três pisos de estacionamento para obter uma vaga. Logo mais, encontra uma agradável fila para comprar os ingressos. Na boca do caixa descobre que a sessão está esgotada. A próxima, somente em duas horas e quinze minutos.

Impossível? Improvável? Com você não? Pense bem antes de responder. Se você ainda não passou pelo ciclo completo descrito acima, uma boa parte dele já lhe visitou em um final de semana destes. O mal é o mesmo que afeta a profissionais e empresas no mundo corporativo: a ausência de metas definidas.

Vamos partir de um pressuposto. Você sabe o que quer, para onde deseja ir. Se estiver em uma companhia que não lhe agrada, buscará outra. Se estiver disponível, sabe qual o perfil de vaga lhe interessa. Se estiver satisfeito em sua posição atual, almeja alcançar um cargo mais elevado.

Uma meta, qualquer seja ela, só pode ser assim conceituada quando traçada segundo cinco variáveis. A primeira delas é a especificidade. Seu objetivo deve ser muito bem definido. Assim, é inútil declamar aos quatro cantos do mundo: “Quero trabalhar na multinacional ABC Ltda.”. Desculpe-me pela franqueza, mas acho que você não será contratado a menos que pense: “Vou trabalhar como gerente comercial, na divisão alfa, da companhia ABC Ltda., atuando na coordenação e desenvolvimento de equipes de vendas para a região sul”. Em outras palavras, quanto mais específica for a definição de seu propósito, mais direcionado estará seu caminho.

A segunda variável é a mensurabilidade. Sua meta deve ser quantificável, tornando-se objetiva, palpável. Em nosso exemplo anterior, você teria que definir, por exemplo, a faixa de remuneração desejada. Outra situação bem ilustrativa desta variável é a aquisição de bens materiais. “Pretendo comprar um carro”, é um desejo. “Vou comprar um veículo da marca XYZ, modelo beta, com motor 2.0, dotado dos seguintes opcionais (relacioná-los) e com valor estimado de R$ 30 mil”, é uma quase-meta.

A próxima variável é a exequibilidade. Uma meta tem que ser alcançável, possível, viável. Voltando ao exemplo inicial, o objetivo de integrar o quadro da companhia ABC como gerente comercial não será alcançável se você tiver uma formação acadêmica deficiente, experiência profissional incompatível com o perfil do cargo e dificuldades de relacionamento interpessoal.

Chegamos à relevância. A meta tem que ser importante, significativa, desafiadora. Você decide como meta anual elevar o faturamento de seu departamento em 5% acima da inflação. Entretanto, seu mercado está aquecido e este foi o índice definido – e atingido – nos últimos dois anos. Logo, é preciso ousadia e coragem para determinar um percentual superior a este, capaz de motivar a equipe em busca do resultado. Lembre-se de que o bom não é bom onde o ótimo é esperado.

Finalmente, o aspecto mais negligenciado: o tempo. Muitas metas são bem específicas, mensuráveis, possíveis e importantes, porém não definidas em um horizonte de tempo. Aquela oportunidade de negócio tem que ser concretizada até uma data limite. Determinada reunião deve ocorrer entre oito e nove horas. Certo filme no cinema sairá de cartaz na sexta-feira próxima.

Por isso, evite procrastinar, nome feio dado à mania de adiar compromissos. Este pode ser um golpe fatal em qualquer meta proposta.

Texto de Tom Coelho, educador, conferencista e escritor. E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br. Site: www.tomcoelho.com.br
Jornal Virtual 160 - 09042010

O BRASIL NÃO TEM DONO: Por que os Tucanos pousaram no poleiro do Estado de S. Paulo e não quiseram sair mais?

O BRASIL NÃO TEM DONO: Por que os Tucanos pousaram no poleiro do Estado de S. Paulo e não quiseram sair mais?


Sr. José Serra é o pré-candidato do PSDB à Presidência da Republica Brasileira. Que maravilha a experiência desse tucano! Como todo tucano pula de galho em galho, de tempos em tempos. Foi prefeito de S. Paulo....pulou para o galho do Estado....governador....e agora quer ser Presidente. Creio que será! Mas, o que esperar de um homem que não fez nada e fez tudo? Na prefeitura de S. Paulo seus projetos foram sequenciados por seu vice, hoje prefeito Kassab, nossa cidade está um lixão a céu aberto. Como Governador do Estado....bom, depois de Mario Covas, que Deus o tenha, os tucanos ficaram um bom tempo sujando o galho do Estado...o Geraldinho de Pinda.....se elegeu sob promessas de construção do Rodo Anel e outras....depois veio o Serra....que já esqueci sua proposta de governo para o estado, porém plantou árvores nos canteiros das marginais....de repente....tira da cartola a solução para os grandes congestionamentos, arranca árvores...amplia o número de pistas nas marginais...inaugura Rodo Anel...faz de conta que inaugura metrô, na verdade são trens bonitos....e lentos, na superfície e não subterrâneos, a sensação que temos é de estar andando num trolebus zero km! Fora essas críticas que faço tenho que PERGUNTAR? Quando o senhor Serra diz que o “Brasil não tem dono” ele exatamente quis dizer o quê? Será que está falando da popularidade do Lula e da unânime aprovação de seu governo pelo POVO. Sempre votei PT, votarei PT, mas não creio que a Dilma irá emplacar essas eleições, até porque, o PT tem em sua característica a liderança, o que não é próprio da Dilma, ela está de carona com o LULA. Sr. Pré-candidato à Presidência da Republica, José Serra, se o Brasil não tem dono, porque vocês do PSDB fizeram do Estado de São Paulo um poleiro privado. Já perdi as contas do tempo que nosso Estado, tornou-se poleiro dos tucanos, está nas mãos de vocês e nada fizeram. Educação uma lástima; saúde enferma; habitação....transporte...fora a migração de grandes empresas para fora de nosso estado....etc..... Sr. José Serra o poleiro (buraco) é mais embaixo. Mostre seu plano de governo para o Brasil em vez de dizer onde o Brasil poderia estar. Os dados e a história mostram que nunca nosso país chegou a tão alto nível de crescimento e se, isso é atribuído a alguém, esse alguém é Lula. Se negarmos essa premissa é falacioso também seu discurso, que o aponta como o que resolveu os problemas da cidade de S. Paulo, como o salvador do Estado de S. Paulo, até porque se foi o salvador de S. Paulo, salvou-o da sujeira deixada pelos tucanos que já estão a anos nesse poleiro.

J. A. Galiani (Filósofo, Teólogo, Pedagogo, Especialista em Ensino Religioso, autor da Rede Salesiana de Escolas, Orientador Pedagógico e professor)