domingo, 29 de outubro de 2017

RETIRO PASTORAL: Maria na vida de Jesus IFSJ



MARIA NA VIDA DE JESUS,

Com esse tema a Irmã Elaine Cristina de Souza, Filha de São José do Caburlotto, assessorou o Retiro Pastoral promovido pelo Serviço de Ação Pastoral, no dia 28 de outubro, realizado na Casa São José – Santo André – SP.




O dia foi marcado com o silêncio absoluto e na oração os participantes viveram momentos de profunda meditação e relação com a Trindade Santa. A Irmã Elaine fez duas provocações para oferecer subsídios para a oração e meditação. A primeira foi um recorte do que de melhor temos sobre a mãe de Jesus, primeiro dentro dos Evangelhos de Marcos, Mateus, João e Lucas; fez uma busca no magistério e apresentou dentro dos documentos eclesiais as referências à Maria e considerações que nos fizeram ver na figura dessa mãe, mulher, negra de Aparecida o caminho para nossa vida em Jesus. A segunda provocação, tomou como referência o versículo 51, do capítulo 2 do evangelho de Lucas: “Sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração” sob a inspiração do Monsenhor Martino Zagonel, dos Exercícios Espirituais de fevereiro de 2017 IFSJ – Itália.

A metodologia do retiro foi a Inaciana: Agradecimento; invocação do Espírito Santo; à luz do Evangelho (memória-escolha-análise); pedido de perdão; meu compromisso com a vontade de Deus. Para a oração seguimos os 5 passos: DISPOR-SE; PREPARAR-SE; SITUAR-SE; MEDITAR e REVISAR.

Na riqueza do retiro, provocações, meditação e orações, trago e compartilho minha oração para com ela abrir possibilidades de novos horizontes para quem estiver lendo esse pequeno registro e, ou ao menos despertar-se para a necessidade de ter um oásis na correria da vida.

A Irmã Elaine, entre tudo o que pregou disse num determinado momento: “no Magnificat de Maria temos o LOUVOR, a CONSCIÊNCIA e a CIDADANIA”. Referiu-se à querida Imagem de Nossa Senhora Aparecida, que sua aparição como todas as manifestações de Maria, foram para que seu Filho Jesus fosse conhecido-amado-servido e, ocorreram para os pobres, pequenos e marginalizados da sociedade. Foi aqui que lancei minha âncora para a oração!

O primeiro movimento interno, de minha oração foi olhar para dentro do meu eu, para o mais íntimo e subjetivo do existir, para aquilo que sou, para o que significa ser “imagem e semelhança do Criador” e encontrar respostas e a vontade de Deus para a minha vida.

Do primeiro momento de minha oração nasceu a gratidão à Deus por tantas obras realizadas a meu favor; olhando para o próprio Deus nasceu o reconhecimento de seu poder, de sua grandeza e força contra os que matam a vida e surgiu o desejo de fazer de minha vida um serviço às vidas que me cercam.

Um segundo olhar sob esta perspectiva do Magnificat de Maria, como educador-diretor, Deus me chamou ao louvor de sua ação no carisma das Filhas de São José do Caburlotto, é um Deus que vem ao encontro, que se faz presente e atua no meio da realidade humana. Esta consciência, da ação efetiva de Deus na vida humana, me despertou a olhar a Educação acadêmica como possibilidade de interferir nos processos sociais e, pela formação dos estudantes “derrubar os poderosos dos seus tronos” saciando com “pão os que tem fome”. Aqui o exercício da cidadania ganha proporções de solidariedade, de justiça, de paz, de harmonia nas diferenças e diferentes. Minha oração desafiou a pensar em uma escola voltada para a mudança das pessoas, para que se reconheçam como criaturas de Deus e coloquem-se à serviço da Vida de todos e de tudo que nos envolve neste universo.

Da segunda provocação feita pela Irmã Elaine, Lucas 2,51, Deus me fez dois desafios e nasceram os propósitos:

1.       Eu como Maria, irei “guardar” no silêncio e na oração as alegrias, as satisfações, os prazeres, como também a tristeza, as decepções, os medos, as angústias. Deixar-se conduzir pelo “fiat voluntas tua” – seja feita a tua vontade é o compromisso assumido.

2.       Deus me concedeu, como Diretor de uma Escola de aproximadamente 1400 educandos e educadores, o acesso à mistérios de vidas escondidos em cada um que a mim se dirige e abre o seu coração. A oração e meditação sobre a mulher que “guardava tudo em seu coração” e no silêncio vivia intensamente as transformações realizadas por Deus na vida das pessoas me despertou e me compromete a ser o porto seguro, o ombro, o ouvido, o coração, o esteio, a âncora e até a solução para tantas dúvidas, angustias e sofrimentos.

O retiro, meditação e oração, trouxeram um consolo diante de minha pequenez humana e profissional. No coração e na razão uma única resposta à Deus: “eis me aqui”!

Momento fundante foi a Eucaristia, no alimento eucarístico, corpo e sangue do Senhor a certeza de que não estamos só e de que por Ele muito somos, podemos e fazemos. A eucaristia concretizou-se quando no final do retiro ouvimos a Irmã Conceição, 93 anos de vida e uma vida consagrada a Deus no Instituto das Filhas de São José do Caburlotto. Saindo da infância ela ingressou na vida religiosa, são mais de 70 anos dedicados ao serviço de Deus e da humanidade. Quantas vidas promoveu, quantas crianças, famílias salvou! Depois de seu depoimento, num espaço de perguntas, eu lhe pedi: “irmã Conceição, como diretor da Escola São José de Vila Matilde, sinto-me pequeno, incapaz, mas grato por terem me confiado a direção da escola. O que a senhora diria para esse diretor e para seus educadores, o que é imprescindível na direção e condução de nossa escola? ” Sua resposta reverberou o Amém dito na recepção da eucaristia. Ela nos disse: “vivam na presença de Deus, leiam-estudem a vida do Beato Padre Luís e confiem na graça de Deus, isso basta! ”. Nada mais é preciso descrever, eu e você estamos convidados a fazer, como educadores que somos, uma caminhada de vida em Deus, de conhecimento acadêmico/pedagógico com o olhar do Beato Padre Luís e, sobretudo, deixar-se guiar pela graça divina.   


O retiro terminou na confraternização de um café da tarde compartilhando lembranças e estabelecendo vínculos fraternos em uma família que tem na EDUCAÇÃO a AÇÃO do CORAÇÃO!