MARIA NA VIDA DE
JESUS,
Com esse tema a
Irmã Elaine Cristina de Souza, Filha de São José do Caburlotto, assessorou o
Retiro Pastoral promovido pelo Serviço de Ação Pastoral, no dia 28 de outubro, realizado
na Casa São José – Santo André – SP.
O dia foi marcado
com o silêncio absoluto e na oração os participantes viveram momentos de
profunda meditação e relação com a Trindade Santa. A Irmã Elaine fez duas
provocações para oferecer subsídios para a oração e meditação. A primeira foi
um recorte do que de melhor temos sobre a mãe de Jesus, primeiro dentro dos
Evangelhos de Marcos, Mateus, João e Lucas; fez uma busca no magistério e
apresentou dentro dos documentos eclesiais as referências à Maria e
considerações que nos fizeram ver na figura dessa mãe, mulher, negra de
Aparecida o caminho para nossa vida em Jesus. A segunda provocação, tomou como
referência o versículo 51, do capítulo 2 do evangelho de Lucas: “Sua mãe
guardava todas essas coisas no seu coração” sob a inspiração do Monsenhor
Martino Zagonel, dos Exercícios Espirituais de fevereiro de 2017 IFSJ – Itália.
A metodologia do
retiro foi a Inaciana: Agradecimento; invocação do Espírito Santo; à luz do
Evangelho (memória-escolha-análise); pedido de perdão; meu compromisso com a
vontade de Deus. Para a oração seguimos os 5 passos: DISPOR-SE; PREPARAR-SE;
SITUAR-SE; MEDITAR e REVISAR.
Na riqueza do
retiro, provocações, meditação e orações, trago e compartilho minha oração para
com ela abrir possibilidades de novos horizontes para quem estiver lendo esse
pequeno registro e, ou ao menos despertar-se para a necessidade de ter um oásis
na correria da vida.
A Irmã Elaine, entre
tudo o que pregou disse num determinado momento: “no Magnificat de Maria temos
o LOUVOR, a CONSCIÊNCIA e a CIDADANIA”. Referiu-se à querida Imagem de Nossa
Senhora Aparecida, que sua aparição como todas as manifestações de Maria, foram
para que seu Filho Jesus fosse conhecido-amado-servido e, ocorreram para os
pobres, pequenos e marginalizados da sociedade. Foi aqui que lancei minha âncora
para a oração!
O primeiro
movimento interno, de minha oração foi olhar para dentro do meu eu, para o mais
íntimo e subjetivo do existir, para aquilo que sou, para o que significa ser
“imagem e semelhança do Criador” e encontrar respostas e a vontade de Deus para
a minha vida.
Do primeiro
momento de minha oração nasceu a gratidão à Deus por tantas obras realizadas a
meu favor; olhando para o próprio Deus nasceu o reconhecimento de seu poder, de
sua grandeza e força contra os que matam a vida e surgiu o desejo de fazer de
minha vida um serviço às vidas que me cercam.
Um segundo olhar
sob esta perspectiva do Magnificat de Maria, como educador-diretor, Deus me
chamou ao louvor de sua ação no carisma das Filhas de São José do Caburlotto, é
um Deus que vem ao encontro, que se faz presente e atua no meio da realidade
humana. Esta consciência, da ação efetiva de Deus na vida humana, me despertou
a olhar a Educação acadêmica como possibilidade de interferir nos processos
sociais e, pela formação dos estudantes “derrubar os poderosos dos seus tronos”
saciando com “pão os que tem fome”. Aqui o exercício da cidadania ganha
proporções de solidariedade, de justiça, de paz, de harmonia nas diferenças e
diferentes. Minha oração desafiou a pensar em uma escola voltada para a mudança
das pessoas, para que se reconheçam como criaturas de Deus e coloquem-se à
serviço da Vida de todos e de tudo que nos envolve neste universo.
Da segunda
provocação feita pela Irmã Elaine, Lucas 2,51, Deus me fez dois desafios e
nasceram os propósitos:
1.
Eu como Maria, irei “guardar” no silêncio e na
oração as alegrias, as satisfações, os prazeres, como também a tristeza, as
decepções, os medos, as angústias. Deixar-se conduzir pelo “fiat voluntas tua”
– seja feita a tua vontade é o compromisso assumido.
2.
Deus me concedeu, como Diretor de uma Escola de
aproximadamente 1400 educandos e educadores, o acesso à mistérios de vidas
escondidos em cada um que a mim se dirige e abre o seu coração. A oração e
meditação sobre a mulher que “guardava tudo em seu coração” e no silêncio vivia
intensamente as transformações realizadas por Deus na vida das pessoas me
despertou e me compromete a ser o porto seguro, o ombro, o ouvido, o coração, o
esteio, a âncora e até a solução para tantas dúvidas, angustias e sofrimentos.
O retiro,
meditação e oração, trouxeram um consolo diante de minha pequenez humana e
profissional. No coração e na razão uma única resposta à Deus: “eis me aqui”!
Momento fundante
foi a Eucaristia, no alimento eucarístico, corpo e sangue do Senhor a certeza
de que não estamos só e de que por Ele muito somos, podemos e fazemos. A
eucaristia concretizou-se quando no final do retiro ouvimos a Irmã Conceição,
93 anos de vida e uma vida consagrada a Deus no Instituto das Filhas de São
José do Caburlotto. Saindo da infância ela ingressou na vida religiosa, são
mais de 70 anos dedicados ao serviço de Deus e da humanidade. Quantas vidas
promoveu, quantas crianças, famílias salvou! Depois de seu depoimento, num
espaço de perguntas, eu lhe pedi: “irmã Conceição, como diretor da Escola São
José de Vila Matilde, sinto-me pequeno, incapaz, mas grato por terem me
confiado a direção da escola. O que a senhora diria para esse diretor e para
seus educadores, o que é imprescindível na direção e condução de nossa escola?
” Sua resposta reverberou o Amém dito na recepção da eucaristia. Ela nos disse:
“vivam na presença de Deus, leiam-estudem a vida do Beato Padre Luís e confiem
na graça de Deus, isso basta! ”. Nada mais é preciso descrever, eu e você
estamos convidados a fazer, como educadores que somos, uma caminhada de vida em
Deus, de conhecimento acadêmico/pedagógico com o olhar do Beato Padre Luís e,
sobretudo, deixar-se guiar pela graça divina.
O retiro
terminou na confraternização de um café da tarde compartilhando lembranças e
estabelecendo vínculos fraternos em uma família que tem na EDUCAÇÃO a AÇÃO do
CORAÇÃO!