Luan e
Karoline, mais uma tragédia!
Jovens assassinados no espaço de aprendizagem Escolar.
Mais uma? Sim, mais uma, afinal temos ouvido e visto tantas tragédias dentro
das Escolas Brasileiras que nos deixam estarrecidos.
Violência, violência! Como entender, como explicar?
Na manhãzinha de hoje, dia 19 de junho, muito frio,
enquanto passeava com o Leleko, subitamente uma moto parou na frente de um
carro, o motoqueiro desceu e se dirigiu à porta do automóvel. Observei que ele
gesticulava e falava grosseiramente até que, em pé próximo da porta do
automóvel aberta, bateu com o capacete na porta e empurrando o motorista
retirou a chave do carro. Recolheu o capacete do chão, funcionou a moto,
estacionando-a.
Retornou ao automóvel pelo lado do motorista gesticulava
e falava descontroladamente, quando então desceu uma mulher. Ele entrou, deu
partida no automóvel e saiu em velocidade. Ela de cabeça baixa, olhou para os
lados e cabisbaixa tomou rumo contrário ao do carro que dirigia, e caminhou. O que
acontecera? Violência, violência!
Qual a diferença entre a violência narrada no episódio
acima e a tragédia em Cambé PR? Qual a diferença entre as mais terríveis
tragédias, vividas pelo ser humano, das ásperas palavras violentas, agressivas
e desmedidas que proferimos em nossas relações diárias? Qual a diferença entre
uma capsula desaparecida (submarina) em direção ao Titanic e às dezenas de
vidas perdidas em naufrágios em nossos Rios amazônicos? Seria a VIDA farinha do
mesmo saco?
Por que a violência incomoda quando é com a gente e, ou
com pessoas próximas ao nosso círculo de amizade? Não deveríamos nos incomodar
e repudiar a VIOLÊNCIA por si só quando atingi o ser humano? O que dizer da
violência que destrói a CASA COMUM? O que dizer da violência politiqueira que
destrói a Democracia? Violência, sempre será violência! Uma não é mais, nem
menos que a outra!
Não é para menos estarmos chocados com a morte de dois
jovens dentro da Escola no município de Cambé - PR. As informações sobre os jovens nos indicam
que eram e seriam dois bons cidadãos. Como entender tão grande perda? Como
aceitar tamanha brutalidade? Quem é responsável por isso? Quem é o monstro, o
ser que praticou tal atrocidade? Tão chocante sua atitude, como chocou a
informação de ele ter sido encontrado morto na Casa de Custódia de Londrina na
noite do ato praticado dentro da Escola.
Nosso país tem que se redimir da mentira de que
"arma protege", nosso país tem que se redimir pela falta de Políticas
Públicas, nosso País tem que se redimir da omissão de autoridades que deveriam
defender e proteger os brasileiros!
Quem de nós já precisou de serviços da Polícia, do SAMU
entre outros e não ficou horas e horas esperando o socorro solicitado?
Estamos entregues ao NADA, estamos vivendo tempos em que
um clik nos aproxima de tudo e de todos, mas ao mesmo tempo nos tira a vida.
Nascem os brados pela justiça, os gritos de uma sociedade
sufocada pelas armas que ela própria financia. Floresce a fome e sede de
justiça, mas uma justiça com teor de vingança e uma fome como opção de
vagabundos.
É preciso que o sangue destes jovens fecunde a alma dos
jovens que ainda restam, para que eles sonhem, acreditem e façam de suas vidas
um instrumento de Paz.
Assim como o sangue dos mártires fecunda a UTOPIA de
milhares de homens e mulheres na luta pela Terra, Teto e Trabalho, o sangue dos
jovens mortos devem frutificar na Luta por uma Educação Pública de qualidade,
por uma Escola Educadora e Libertadora de tudo que gera violência,
discriminação, desigualdade e pessoas escravas delas próprias!
O momento é de SOLIDARIEDADE é de COMPAIXÃO com todos os
que sofrem pela morte dos dois Jovens Cambeenses! É momento de gerar uma
consciência solidária, diária, com os familiares de mais de 100 brasileiros que
são mortos todos os dias por arma de fogo.
Unamo-nos em oração a todos os que sofrem pela morte de
uma das tragédias que comove o País. E como São Francisco de Assis oremos:
“Senhor,
Fazei de mim um instrumento de vossa Paz.
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna!
Amém”
José Antonio Galiani
Educador