domingo, 25 de outubro de 2015

"Ensinagem" na EaD.

Anastasiou e Alves (2006, p. 15) afirmam que, "na ensinagem, o processo de ensinar e aprender exige um clima de trabalho tal que se possa saborear o conhecimento em questão. O sabor é percebido pelos alunos quando o docente ensina determinada área que também saboreia, na lida cotidiana profissional e/ou na pesquisa, e a socializa com seus parceiros na sala de aula. Para isso, o saber inclui um saber o quê, um saber como, um saber por quê e um saber para quê". Considerando o conceito de ensinagem, desenvolvido por Anastasiou e Alves (2006), discuta com seus colegas e tutor, no Fórum, as seguintes questões:
1.     Como desenvolver a ensinagem na Educação a Distância?
Considerando que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação no Brasil propõe um conteúdo adequado à realidade do estudante podemos dizer que o conceito de ensinagem de Anastasiou e Alves atende à legislação, mas mais que isso, faz ver o processo do “estudar” de forma dinâmica crítica e reflexiva que provoca e produz prazer e satisfação. Dessa maneira se estuda querendo estudar e o que se estuda tem relação e sentido com a vida e a realidade que se vive, daí dizer do saborear o que se aprende.
No processo ensinagem à distância o mesmo deve ocorrer. Não dá para disponibilizar informações/conteúdos nos diferentes meios de comunicação, mas esse conteúdo mediacional deve ter relação e vínculo com a vida, sobretudo com a prática profissional que se deseja alcançar com os estudos. Não é um conteúdo qualquer, mas um conteúdo de contribua com a construção de um conhecimento crítico, reflexivo que pela autonomia do aprendente interfere em si próprio e na sua atuação profissional/social.
2.    Quais estratégias de ensinagem poderiam auxiliar os alunos na EaD a aprimorar as operações mentais e desenvolver a autonomia e o pensamento crítico-reflexivo?
Falar em estratégia seria o mesmo que falar em metodologia? Parece-me que são sinônimos de didática. Assim a EaD requer uma metodologia que seja antes de tudo uma ação testemunho vinculada ao professor, ao estudante e à vida. Compartilho aqui um testemunho que ouvi em julho passado quando estive em um trabalho missionário em S. João do Piauí, fomos visitar escolas e em uma delas conheci um grupo de professores e, em uma das reuniões missionárias gravei depoimentos e o de uma professora falando dos desafios que encontrava para educar no semiárido foi:

“A educação contextualizada voltada para as escolas do Semiárido brasileiro é aquela que tem um currículo que trabalha elementos do contexto em que as crianças e suas famílias vivem. Por exemplo, se numa comunidade as famílias não têm acesso à água, ou tem acesso a uma água contaminada, os professores vão buscar discutir em algumas disciplinas, esse contexto. Então a escola, ao invés de trabalhar os conteúdos de forma distante da realidade dos alunos, traz a realidade para dentro da sala de aula”

Dentro do contexto que isso foi dito fica claro que não há metodologia melhor para a ensinagem, senão aquela que parte da realidade em que se estuda. Na EaD, por exemplo no curso que fazemos, o material disponibilizado no CRC ou sites e bibliotecas virtuais usam esse caminho como forma de nos introduzir nesse universo on line e, isso se dá na medida que correspondemos e mergulhamos nos diferentes caminhos oferecidos e, o conteúdo ao mesmo tempo nos envolve e nos desperta para a qualificação profissional que buscamos construir. Esse caminho envolvente e correspondente ao que se busca favorece o prazer de estudar aprimorando as operações mentais e tornando-nos autônomos no processo da ensinagem. 

domingo, 18 de outubro de 2015

CULTURA

Tomando a leitura de Marlene Marchiori faço algumas provocações para a reflexão sobre a Cultura.

Turma Enfermagem 2º Semestre - Fasm 2015
A reflexão sobre a cultura exige um olhar sobre vários e diversos aspectos que caracterizam a vida humana hoje, no século XXI. Temas como identidade, questões de gênero, subjetividade, sexualidade, transformações sociais, impacto da tecnologia, conhecimento e inovação tornam a vida do homem um constante buscar de paradigmas que possam sustentá-lo na liquidificação de seu significante existir. Assim a Cultura é uma riqueza humana de busca constante de caminhos para tornar essas características compreensíveis e aceitáveis no dia a dia.
A capacidade intelectual é requisito para que a cultura possa ser aprendida e dar ao homem um padrão de conhecimento. O homem como ser histórico e social gera a cultura dentro de um processo histórico específico e nele a cultura se torna única, na dinâmica histórica de ser homem e cultura se constroem. Há que se considerar também, que a cultura é um fenômeno que tem vida própria, não necessariamente depende e interdepende da sociedade, porém é compartilhável.
A reflexão sobre a cultura exige olhar para o que se pensa e o que se faz, então o estudo da cultura recria situações a partir de uma realidade concreta, isto é, do conflito entre o indivíduo e a própria cultura, nascido dos hábitos, pensamentos e funções sociais do indivíduo.
Há que se considerar que desde a infância fomos sendo formados culturalmente, formando assim nossa personalidade e consequentemente a essência da sociedade. As respostas aos desafios surgidos ao longo de nossa vida são dadas pelo que somos e pelo que a sociedade é.  
Forte expressão do que seja a cultura é a linguagem. A linguagem como expressão verbal/gráfica e como ação é constituída e constituidora da cultura. Diferentes são as sociedades, nelas há diferentes tipos de linguagem e culturas distintas.
O fator econômico é gerador de constantes mudanças na vida social, sobretudo na vida do trabalho humano, o que altera significativa compreensão da cultura a partir da divisão do trabalho e por ela, o homem necessita adaptar-se às condições impostas. Assim, a cultura passa a ser algo necessário para a satisfação do homem. A cultura é resposta à estrutura social que torna o homem um ser útil ou inútil, que o faz ser um ser funcional ligado e interligado por uma rede complexa de relações sociais. Assim a cultura refletida com os olhos do século XXI é a análise dela própria nas relações humanas, onde as pessoas se engajam em práticas que não somente reproduzem os repertórios culturais, mas também são capazes de modifica-los e adaptá-los conforme passam pelos fatos ou eventos que constituem a vida humana. Cultura é pois, crise; é provocadora de análises do antes, do agora e do depois de existir humano social.



Cap. 3 p. 63- Marchiori, Marlene
 Cultura e comunicação organizacional: um olhar sobre a organização.
São Caetano, SP: Difusão Editora, 2008