Anastasiou e Alves (2006, p. 15) afirmam que, "na ensinagem,
o processo de ensinar e aprender exige um clima de trabalho tal que se possa
saborear o conhecimento em questão. O sabor é percebido pelos alunos quando o
docente ensina determinada área que também saboreia, na lida cotidiana
profissional e/ou na pesquisa, e a socializa com seus parceiros na sala de
aula. Para isso, o saber inclui um saber o quê, um saber como, um saber por quê
e um saber para quê". Considerando o conceito de ensinagem, desenvolvido
por Anastasiou e Alves (2006), discuta com seus colegas e tutor, no Fórum, as
seguintes questões:
1. Como desenvolver a ensinagem na
Educação a Distância?
Considerando que a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação no Brasil propõe um conteúdo adequado à
realidade do estudante podemos dizer que o conceito de ensinagem de Anastasiou
e Alves atende à legislação, mas mais que isso, faz ver o processo do “estudar”
de forma dinâmica crítica e reflexiva que provoca e produz prazer e satisfação.
Dessa maneira se estuda querendo estudar e o que se estuda tem relação e
sentido com a vida e a realidade que se vive, daí dizer do saborear o que se
aprende.
No processo ensinagem à distância
o mesmo deve ocorrer. Não dá para disponibilizar informações/conteúdos nos
diferentes meios de comunicação, mas esse conteúdo mediacional deve ter relação
e vínculo com a vida, sobretudo com a prática profissional que se deseja
alcançar com os estudos. Não é um conteúdo qualquer, mas um conteúdo de
contribua com a construção de um conhecimento crítico, reflexivo que pela
autonomia do aprendente interfere em si próprio e na sua atuação
profissional/social.
2. Quais estratégias de ensinagem
poderiam auxiliar os alunos na EaD a aprimorar as operações mentais e
desenvolver a autonomia e o pensamento crítico-reflexivo?
Falar em estratégia seria o mesmo
que falar em metodologia? Parece-me que são sinônimos de didática. Assim a EaD
requer uma metodologia que seja antes de tudo uma ação testemunho vinculada ao
professor, ao estudante e à vida. Compartilho aqui um testemunho que ouvi em
julho passado quando estive em um trabalho missionário em S. João do Piauí,
fomos visitar escolas e em uma delas conheci um grupo de professores e, em uma
das reuniões missionárias gravei depoimentos e o de uma professora falando dos
desafios que encontrava para educar no semiárido foi:
“A educação contextualizada voltada para as escolas do
Semiárido brasileiro é aquela que tem um currículo que trabalha elementos do
contexto em que as crianças e suas famílias vivem. Por exemplo, se numa
comunidade as famílias não têm acesso à água, ou tem acesso a uma água
contaminada, os professores vão buscar discutir em algumas disciplinas, esse
contexto. Então a escola, ao invés de trabalhar os conteúdos de forma distante
da realidade dos alunos, traz a realidade para dentro da sala de aula”
Dentro do
contexto que isso foi dito fica claro que não há metodologia melhor para a
ensinagem, senão aquela que parte da realidade em que se estuda. Na EaD, por
exemplo no curso que fazemos, o material disponibilizado no CRC ou sites e
bibliotecas virtuais usam esse caminho como forma de nos introduzir nesse
universo on line e, isso se dá na medida que correspondemos e mergulhamos nos
diferentes caminhos oferecidos e, o conteúdo ao mesmo tempo nos envolve e nos
desperta para a qualificação profissional que buscamos construir. Esse caminho
envolvente e correspondente ao que se busca favorece o prazer de estudar
aprimorando as operações mentais e tornando-nos autônomos no processo da
ensinagem.
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