sexta-feira, 30 de junho de 2023

OS REMÉDIOS PARA A PERTURBAÇÃO DO NOSSO CORAÇÃO

 OS REMÉDIOS PARA A PERTURBAÇÃO DO NOSSO CORAÇÃO

            O título acima é cópia do texto impresso no “POVO DE DEUS EM SÃO PAULO” e o texto em sua íntegra pode ser lido no site https://arquisp.org.br/liturgia/folheto-povo-de-deus e, ou https://www.vatican.va/content/francesco/pt/angelus/2020/documents/papa-francesco_regina-coeli_20200510.html onde aliás, podemos nos deparar com belíssimas e profundas reflexões que nos inspiram a melhor viver nossa Fé.

            Antes de mais nada é de extrema importância que você leia o trecho do Evangelho de João 14, 1-12, sugiro o site, mas pode ser na Bíblia de sua preferência:  https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-joao/14/ .

            A partir de agora passo a reescrever a mensagem do Papa Francisco, ousadia, afinal como atrever-se a “desatar as correias” de suas sandálias. Mas, ouso, em vista do que tenho visto depois do período sombrio que vivemos em nosso país. Digo vivemos, porque creio, será passageiro!

            Iniciemos com o que diz o psiquiatra e professor da Unicamp Paulo Dalgalarrondo:

há uma substituição do pensamento crítico por um raciocínio falso, reforçado com mais vigor, na atualidade, pela circulação de informações inverídicas”.

(https://www.unicamp.br/unicamp/tv/direto-na-fonte/2023/01/13/bolsonaristas-radicais-negam-realidade-diz-psiquiatra )

            É tão grave esta força da mentira que tenho visto pessoas em depressão, sendo tratadas com tarja preta e hospitalizadas na tentativa de “se reencontrarem” com elas próprias; situação que afeta a todos seus entes queridos e denuncia a “politicagem” mais desastrosa que vivemos, não maior que o período da Ditadura Militar, mas uma “laranja podre” dentro de nossas famílias, Igrejas, comunidades religiosas e guetos políticos em defesa de ideias desumanas, antidemocráticas, armamentistas, preconceituosas que fizeram e fazem pobres acharem que os pobres, assim são, por serem vagabundos. Um movimento tão forte que, dentro de meu contexto de vivência religiosa, vi e ouvi sacerdotes, imaturos e mal formados, atacarem a Doutrina Social da Igreja, inclusive o Papa.

            Todos ficamos vulneráveis às mentiras mostradas como verdades, sim mentiras verdadeiras! Antagonismo? Não realidade! Criaram tantas mentiras que eles próprios já não sabiam mais o que era verdadeiro e pessoas leigas na política, jovens e até idosos, pessoas boas, mas que nunca foram defensoras de “políticos” e ou de suas macabras ideias, passaram a ser protagonistas de um Brasil imaginário, assim como um machado cujo cabo nem imagina que um dia ele foi a árvore que hoje está cortando. Passaram a defender a abertura de Escolas Militares, passaram a defender que “menino veste azul e menina veste rosa”, passaram a defender a Pátria, mesmo que os patriotas estivessem aos milhões entregues à fome, a defenderem a Família, num discurso hipócrita e mascarado de cristão; a defenderem Deus, um “deus acima de tudo e acima de todos” contrariando e contradizendo o que a Fé Católica e Evangélica, os Cristãos aprendem no berço, Deus é o Emanuel, é o Deus conosco, é o Deus que “ouve o clamor” de seu povo e vem à Moisés, faz morada no meio do povo para libertá-lo.

            Vivemos tempos sombrios, em que a mentira tomou posse de mentes vazias e as tornaram escravas delas mesmas, jogando-as nos manicômios, na tarja preta, na depressão, na desestabilização de lares e relacionamentos, tornando a Família Humana Brasileira doente.

            Diante deste contexto, o Papa Francisco apresenta os dois remédios, trazidos por Jesus no evangelho de João no capitulo 14, versículos 1-12.

            Por que os corações brasileiros estão (na tarja preta) perturbados? Jesus diz “não se perturbe o vosso coração” (v.1). Por que políticos quiseram transformar o povo em um “gado”, subtraindo-lhe a capacidade de reflexão substituindo o pensamento crítico por um raciocínio falso e o pior, defender aberrações sem respaldo científico deixando um rastro enorme de corações em sofrimentos e desilusão. Estas pessoas ficaram sem referências, sem noção da verdade, brigaram com seus próprios pares e amigos, rompendo anos de história.

            Ainda no versículo 1, do capítulo 14 do Evangelho de João temos o primeiro remédio: “Crede também em mim”. Sim, Jesus é o remédio, é o verdadeiro POLÍTICO, foi e é o único capaz de dar a vida por “suas ovelhas”. O momento político que levou e leva “á tarja preta” defendeu uma teocracia absurda, uma ideia de Deus que é favorável à riqueza e ao poder, ignorando Jesus como afirma o Salmista (Sl 113), vosso “deus, acima de tudo”:

Têm boca, mas não falam, olhos e não podem ver,

têm ouvidos, mas não ouvem; nariz e não podem cheirar.

Têm mãos, mas não apalpam; pés e não podem andar, sua garganta não emite

som algum.”

            Crer em Jesus, na reflexão do Papa Francisco, é tê-lo como modelo, Jesus nos pede para “termos fé n’Ele”. A Fé em Jesus nos cura dos “males do coração”. Precisamos da ajuda de Jesus para não cairmos nas ciladas dos falsos pastores e políticos idólatras que falam em deus e o defendem, mas não estão nem aí com o povo.

            Nossa força está em Jesus e não em nós mesmos e nos políticos verdadeiros lobos, vestidos de cordeiros. A libertação dos males do coração passa pela confiança em Jesus, em Jesus recuperamos a capacidade do ato criador de Deus Pai, quando nos colocou na Casa Comum, não para destruí-la e “abrir as porteiras”, mas para levá-la à plenitude: a ressurreição. Assim afirma o Papa Francisco:

“E esta é a libertação da perturbação. E Jesus ressuscitou e vive precisamente para estar sempre ao nosso lado. Então podemos dizer-lhe: JESUS, EU CREIO QUE RESSUSCITASTE E QUE ESTÁS AO MEU LADO. PENSO QUE ME OUVES. APRESENTO-TE O QUE ME PERTURBA, OS MEUS PROBLEMAS: TENHO FÉ EM TI E ENTREGO-ME A TI”.

            O texto do Santo Padre, no Regina Caeli do dia 10/05/2020, como acima referido é lindo, profundo e dá respostas às mais diversas angustias do coração humano. O Santo Padre, o Papa Francisco, falou e fala a todos, mas sobretudo aos que estão, eu digo, na “tarja preta” aos que entraram em depressão por conta de um político e suas inconsequentes ideias em vista do poder, do ter e do prazer. Estes políticos estão a serviço de forças econômicas neoliberais, que não estão nem aí com o povo brasileiro. Seu objetivo e exclusiva administração pública está a serviço deles próprios e da classe econômica dominante em nosso país.

            O segundo remédio apresentado pelo Papa, a partir do trecho do Evangelho de João, está a seguir integralmente escrito. Leia, ore, reflita e recupere sua capacidade critica e criadora vacinando-se contra mentiras tornadas verdades:

“Depois há um segundo remédio para a perturbação, que Jesus expressa com estas palavras: «Na casa do meu Pai há muitas moradas. [...] Vou preparar-vos um lugar» (v. 2). Foi isto que Jesus fez por nós: reservou-nos um lugar no Céu. Ele tomou sobre Si a nossa humanidade para a levar além da morte, para um novo lugar, o Céu, a fim de que, onde Ele estiver, estejamos nós também. É a certeza que nos consola: há um lugar reservado para cada um. Também há um lugar para mim. Cada um de nós pode dizer: há um lugar para mim. Não vivemos sem meta nem destino. Somos esperados, somos preciosos. Deus está apaixonado por nós, nós somos seus filhos. E para nós preparou o lugar mais digno e belo: o Paraíso. Não esqueçamos: a morada que nos espera é o Paraíso. Aqui estamos de passagem. Somos feitos para o céu, para a vida eterna, para viver para sempre. Para sempre: é algo que agora nem sequer podemos imaginar. Mas é ainda mais belo pensar que tudo isto será para sempre em alegria, em plena comunhão com Deus e com os outros, sem mais lágrimas, sem rancores, sem divisões nem perturbação.

Mas como chegar ao Paraíso? Qual é o caminho? Esta é a frase decisiva de Jesus. Hoje ele diz: «Eu sou o caminho» (v. 6). Para subir ao Céu o caminho é Jesus: é ter uma relação viva com Ele, imitá-lo no amor, seguir os seus passos. E eu, cristão, tu, cristão, cada um de nós cristãos, podemos perguntar a nós mesmos: “Que caminho sigo?”. Há caminhos que não levam ao Céu: os caminhos da mundanidade, os caminhos da auto-afirmação, os caminhos do poder egoísta. E há o caminho de Jesus, o caminho do amor humilde, da oração, da mansidão, da confiança, do serviço aos outros. Não é o caminho do meu protagonismo, é o caminho de Jesus, protagonista da minha vida. É ir em frente todos os dias perguntando-lhe: “Jesus, o que achas desta minha escolha? O que farias nesta situação, com estas pessoas?”. Far-nos-á bem perguntar a Jesus, que é o caminho, as indicações para o Céu. Que Nossa Senhora, Rainha do Céu, nos ajude a seguir Jesus, que abriu o Paraíso para nós.”

            E, então?

            “Não se perturbe o vosso coração”!

            Jesus é o caminho, caminhe no amor, na oração, na humildade, na mansidão, com confiança e no serviço aos outros.

            E, muita atenção!

            Isto tudo, já nesta vida. Na Construção de uma Sociedade Justa, Fraterna, Solidária, para como Maria, cantarmos (Lucas 1, 50-55):

“Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.

Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.

Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.

Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.

Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre”.

 

José Antonio Galiani

“Discere et Docere”

 

Links no texto, foram acessados em 30/06/2023.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Luan Augusto e Karoline Verri Alves!


Luan e Karoline, mais uma tragédia!

            Jovens assassinados no espaço de aprendizagem Escolar. Mais uma? Sim, mais uma, afinal temos ouvido e visto tantas tragédias dentro das Escolas Brasileiras que nos deixam estarrecidos.

            Violência, violência! Como entender, como explicar?

            Na manhãzinha de hoje, dia 19 de junho, muito frio, enquanto passeava com o Leleko, subitamente uma moto parou na frente de um carro, o motoqueiro desceu e se dirigiu à porta do automóvel. Observei que ele gesticulava e falava grosseiramente até que, em pé próximo da porta do automóvel aberta, bateu com o capacete na porta e empurrando o motorista retirou a chave do carro. Recolheu o capacete do chão, funcionou a moto, estacionando-a.

            Retornou ao automóvel pelo lado do motorista gesticulava e falava descontroladamente, quando então desceu uma mulher. Ele entrou, deu partida no automóvel e saiu em velocidade. Ela de cabeça baixa, olhou para os lados e cabisbaixa tomou rumo contrário ao do carro que dirigia, e caminhou. O que acontecera? Violência, violência!

            Qual a diferença entre a violência narrada no episódio acima e a tragédia em Cambé PR? Qual a diferença entre as mais terríveis tragédias, vividas pelo ser humano, das ásperas palavras violentas, agressivas e desmedidas que proferimos em nossas relações diárias? Qual a diferença entre uma capsula desaparecida (submarina) em direção ao Titanic e às dezenas de vidas perdidas em naufrágios em nossos Rios amazônicos? Seria a VIDA farinha do mesmo saco?

            Por que a violência incomoda quando é com a gente e, ou com pessoas próximas ao nosso círculo de amizade? Não deveríamos nos incomodar e repudiar a VIOLÊNCIA por si só quando atingi o ser humano? O que dizer da violência que destrói a CASA COMUM? O que dizer da violência politiqueira que destrói a Democracia? Violência, sempre será violência! Uma não é mais, nem menos que a outra!

            Não é para menos estarmos chocados com a morte de dois jovens dentro da Escola no município de Cambé - PR. As informações sobre os jovens nos indicam que eram e seriam dois bons cidadãos. Como entender tão grande perda? Como aceitar tamanha brutalidade? Quem é responsável por isso? Quem é o monstro, o ser que praticou tal atrocidade? Tão chocante sua atitude, como chocou a informação de ele ter sido encontrado morto na Casa de Custódia de Londrina na noite do ato praticado dentro da Escola.

            Nosso país tem que se redimir da mentira de que "arma protege", nosso país tem que se redimir pela falta de Políticas Públicas, nosso País tem que se redimir da omissão de autoridades que deveriam defender e proteger os brasileiros!

            Quem de nós já precisou de serviços da Polícia, do SAMU entre outros e não ficou horas e horas esperando o socorro solicitado?

            Estamos entregues ao NADA, estamos vivendo tempos em que um clik nos aproxima de tudo e de todos, mas ao mesmo tempo nos tira a vida.

            Nascem os brados pela justiça, os gritos de uma sociedade sufocada pelas armas que ela própria financia. Floresce a fome e sede de justiça, mas uma justiça com teor de vingança e uma fome como opção de vagabundos.

            É preciso que o sangue destes jovens fecunde a alma dos jovens que ainda restam, para que eles sonhem, acreditem e façam de suas vidas um instrumento de Paz.

            Assim como o sangue dos mártires fecunda a UTOPIA de milhares de homens e mulheres na luta pela Terra, Teto e Trabalho, o sangue dos jovens mortos devem frutificar na Luta por uma Educação Pública de qualidade, por uma Escola Educadora e Libertadora de tudo que gera violência, discriminação, desigualdade e pessoas escravas delas próprias!

            O momento é de SOLIDARIEDADE é de COMPAIXÃO com todos os que sofrem pela morte dos dois Jovens Cambeenses! É momento de gerar uma consciência solidária, diária, com os familiares de mais de 100 brasileiros que são mortos todos os dias por arma de fogo.

            Unamo-nos em oração a todos os que sofrem pela morte de uma das tragédias que comove o País. E como São Francisco de Assis oremos:

“Senhor,
Fazei de mim um instrumento de vossa Paz.
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.

Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!

Ó Mestre,

fazei que eu procure mais:

consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois é dando, que se recebe.

Perdoando, que se é perdoado e

é morrendo, que se vive para a vida eterna!

Amém”

José Antonio Galiani

Educador