sexta-feira, 5 de março de 2010

Avaliação na educação infantil: o portfólio

Avaliação na educação infantil: o portfólio


O portfólio na educação infantil possibilita identificar quais os reais objetivos da aprendizagem, quais foram cumpridos e quais não foram alcançados. Ele se apresenta em três modelos: particular, aprendizagem e demonstrativo.

O particular é aquele que guarda informações pessoais do educando, incluindo dados sigilosos, e fica reservado na secretaria da instituição. O de aprendizagem (processo-fólio) é aquele que apresenta toda a coleção de atividades do educando, sua trajetória bimestral, o resultado da construção de conhecimento, realizado e analisado em três vias a cada bimestre. Já o demonstrativo se refere às atividades catalogadas, de grande relevância para o processo de transição do educando, e encaminhadas para o educador que vai trabalhar com o educando no ano seguinte.

Este portfólio é construído (armazenado) em uma pasta, com plástico transparente, cujo objetivo é anexar as atividades diversas, como recortes, colagens e fotos, desenvolvidas através da linguagem oral, escrita e pictórico. Todas comprometidas com o tema que está sendo trabalhado no bimestre.

As autoras Elizabeth Shores e Cathy Grase apresentam um processo de montagem na construção do portfólio em dez passos. São eles:

Estabelecer uma política para o portfólio.

Coletar amostras de trabalhos.

Tirar fotografias.

Conduzir consultas aos diários de aprendizagem.

Fazer entrevistas.

Efetuar registros sistemáticos.

Realizar registros de casos.

Preparar relatórios narrativos.

Conduzir reuniões de análise de portfólio em três vias.

Usar portfólios em situações de transição.

A proposta de apresentar o portfólio em três vias, ou seja, o encontro entre o educador, o educando e a família em reunião de análise e reflexão do portfólio, é um momento pedagógico que caracteriza o passo de maior relevância para o desenvolvimento cognitivo do educando. A apresentação dessa forma tem um objetivo maior: a apreciação da produção do educando, com atividades construídas e reconstruídas, demonstrando o crescimento pedagógico alcançado por ele de forma gradativa, dando início ao compromisso de autonomia do educando.

O educador também terá a oportunidade de refletir sobre sua prática pedagógica, fazendo uma autoavaliação sobre em que momento deverá retomar as atividades de insucesso que surgirem no seu grupo de trabalho.

A observação é fundamental na avaliação da educação infantil, ou seja, em qualquer processo avaliativo. A observação individual ou do grupo vai possibilitar ao educador um amplo conhecimento do educando, o que, atrelado à reflexão e análise deste, trará uma grande riqueza de informações que vão diagnosticar as questões de aprendizagem que poderão interferir de ordem positiva ou negativa, permitindo uma intervenção qualitativa no processo de ensino-aprendizagem.

Registrar todas as ocorrências, resgatar o que foi perdido, repensar o que não foi compreendido pelo educando e encontrar estratégias de aprendizagem são questões que, só por meio do registro diário, possibilitarão ao educador refazer sua prática pedagógica, definindo o perfil do educando de acordo com o registro de suas habilidades nas atividades solicitadas. O registro é a fonte, é o seu arquivo, é a base de um processo que permitirá a escrita de um relatório final, fiel à produção do portfólio.

A reflexão e a interpretação das abordagens em sala de aula, e a percepção analítica, irão identificar como o educando está elaborando e construindo o seu conhecimento. O portfólio ainda é um recurso de maior fidelidade avaliativa. O educador que vivencia a avaliação enquanto processo, com certeza, fará desse recurso mais um aprendizado.

Sendo o construtivismo coadjuvante neste artigo, cabe acrescentar que o conhecimento se dá a partir de uma construção, é na ação-reflexão que desenvolvemos o processo de ensino-aprendizagem, com metodologias favoráveis ao contexto do cotidiano escolar, gestando competência e exacerbando o desejo de criar e produzir nas atividades escolares.

Texto de Rosa Costa, educadora, pedagoga, mestranda e especialista em Recursos Humanos, enviado ao Jornal Virtual. E-mail: rosacostaf@ig.com.br.

http://www.profissaomestre.com.br/

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