segunda-feira, 23 de agosto de 2010

faltam líderes brasileiros que pensem em capital humano

Para Giannetti, faltam líderes brasileiros que pensem em capital humano


Economista acredita que País escolhe prioridade errada ao optar por capital físico

21 de agosto de 2010  /   16h 49    /    Larissa Linder - Estadão.edu

Ao escolher investir pesado em infra-estrutura, deixando de lado a questão de investimento em educação, o governo brasileiro estaria acreditando em um modelo de desenvolvimento que não é sustentável a longo prazo. A opinião é do economista Eduardo Giannetti, que participou neste sábado do II Encontro Educação SER, no Hotel Intercontinental. Sua palestra tinha como tema “Educação, Futuro e Sociedade: perspectivas inovadoras que transformam pessoas”.

"Lembro que o Geisel falava que o Brasil era uma ilha de prosperidade em um mar de turbulência. Às vezes tenho pesadelos em que o Lula fala a mesma coisa", disse o economista, rindo. "O que ocorre é que essa ilha, se não investir em educação e capital humano de forma geral, pode virar um ponto de turbulência em um mar de prosperidade. O Brasil está em um ótimo momento, mas tem de fazer a escolha certa para que o futuro seja próspero também."

Para Giannetti, o governo deixa a educação em segundo plano, dando preferência para investimentos em, por exemplo, estradas. "Tem até o PAC, o programa de abuso da credibilidade", disse rindo novamente. Para o economista, faltam nas propostas de campanha atuais questões que envolvam esse investimento em capital humano. Ele lembrou que, segundo o TSE, apenas 53% do eleitorado brasileiro completou o Ensino Fundamental.

Um bom primerio passo para o País começar a investir nesse capital seria, de acordo com o economista, ter um programa de creches e pré-escolas abrangente e de qualidade. "Protegendo a criança e dando estrutura para ela crescer é um bom começo", afirmou o professor ao Estadão.edu, logo após a palestra. Ele citou que no Estado de São Paulo, apenas 3% dos alunos têm família que o acompanha, cobra, demonstra interesse nos seus estudos.

Na entrevista, Giannetti afirmou ainda que considera o Enem um bom termômetro, mas defende que o exame deveria ir além, funcionando como um pré-requisito para o aluno se formar no Ensimo Médio; dessa maneira ela não seria só um medidor ou um teste para se entrar na faculdade.

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,para-giannetti-faltam-lideres-brasileiros-que-pensem-em-capital-humano,598367,0.htm  (acesso 23/08/10)

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