quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A MORTE

A MORTE
Falar sobre esta experiência parece tão impossível quanto falar da experiência Vida. O que é a morte? O que é a vida? Sinônimo e antônimo andam de mãos dadas, uma não existe sem a outra, as duas são condições indispensáveis para todo ser vivo.
Só há uma certeza, só se sabe que está morto aquele que está vivo. Todo Vivo sabe que morrerá? Todo morto tem consciência que não está mais vivo? A consciência da condição de que se está vivo ou morto é exclusivo do ser pensante? O ser pensante é só a espécie humana? Uma semente, antes de ser semente foi uma árvore, uma flor, um fruto e no seu ciclo uma semente, que morre, nasce, se torna árvore, com flores, frutos e outras sementes que nascem que.... teria a semente consciência de seu clico?
O conceito morte no dicionário Houaiss aparece como um substantivo feminino e significa fim da vida, interrupção definitiva da vida humana, animal ou vegetal. Sendo isso, a consciência, própria da espécie humana, não seria a determinante para se conhecer e dizer da experiência da morte, nem mesmo da vida.
Viver e morrer são condições inexplicáveis do existir. Perguntas inumeráveis nascem na tentativa de conceituar as infinitas possibilidades de vida e de morte que há para o homem, para o animal e para o vegetal. Na cadeia da vida e da sobrevivência matar e morrer no reino animal é condição para se ter a vida.
Mas o que dizer da experiência e da dor da morte que humanos vivem? O que dizer das buscas intermináveis de superação da dor e da morte, da busca do rejuvenescimento, de vida saudável e morte bem morrida?
A negação da morte nos dias de hoje seria o ponto de justificativa para tantos humanos sem ética, sem escrúpulos, sem coração à dor e sofrimento do outro? Entre nossos primatas a experiência da morte, lhes deu a experiência da vida e, consequentemente a necessidade do cuidado do outro, principio fundante da ética. É na morte que se descobre a importância da vida, assim sendo, não seriam as religiões as detentoras do saber e explicações sobre o viver e o morrer? Afinal, são elas, na sua maioria, que se ocupam com as respostas acerca da vida e da morte. Indagações sobre o começo, o nascimento, a origem e o fim. O homem sem religião teria uma resposta sobre o fim da vida? O que para ele seria morrer? O final do viver?
As intermináveis dúvidas nascem de outras dúvidas que intermináveis questionamentos trazem sobre a experiência do morrer e viver e, a MORTE o que é?
Olhando para o reino animal e vegetal é ciclo do existir, para o reino animal racional é mais que ciclo, que ir e vir, que morrer e viver. A morte no humano é a experiência profunda de dor, de desligamento, de desaparecimento e de total e definitiva eliminação de seu semelhante como parceiro, como caminhante e companheiro de jornada na vida. Talvez aqui more a resposta às dores que brotam quando alguém próximo morre. A notícia de que alguém que conhecemos morreu faz-nos impactados com um sentimento de vazio e de tristeza. Se este alguém tem vínculos afetivos mais profundos nasce em nós a lágrima, a dor, a saudades, a tristeza, o desespero.
A morte é, pois, uma experiência última de ruptura entre um ser e outro, que faz nascer um outro referencial que sustente o que está vivo, até que esteja também morto. Respostas são encontradas nas mais diversas teorias filosóficas e religiosas para a superação da perda pela morte.
Afinal, sendo a morte, o fim da vida, só nos resta a própria vida para ser vivida intensamente enquanto a morte não a interrompa. Seria este o princípio mais egoísta do ser humano? Talvez, afinal no afã do existir, viver sempre foi e sempre será busca incansável dos humanos, mesmo que para isto tenham, como que os animais irracionais, tirar a vida do outro. Assim a vida e a morte mergulham o homem no abismo de seu ser egoísta, egocêntrico, excêntrico e o torna o tudo e o nada, o pleno e cheio de sentido e significado, o vazio, o sem sentido, o mísero de todos os míseros. É esta a consciência que tem consciência da valor e importância da Vida e da Morte, que na dor da morte encontra o sentido da mesma e por isso vive consciente que sua condição não é morrer, mas viver e, viver bem para morrer com dignidade, seja pelo motivo que for.
Se a morte nos coloca diante do mais profundo sentido da vida seria ela também o mais nobre momento a ser desejado pela vida. Assim o que vive, morre e, o que morre faz viver o que em vida fica.
Vida e morte - começo e fim, nascimento e falecimento - são pontos de partida e de chegada, uma sem a outra não significam, não fazem sentido, não tem finalidade, não tem porque existir. Se são condições para a existência, cabe-nos coexistir e fazer com que elas tenham significado e sentido, caso contrário antes mesmo de viver já estamos mortos e mortos não vivemos.

Que o dia de finados, celebração dos fiéis defuntos, dia dos mortos seja vivido de forma consciente de que uma única verdade e certeza temos: só morre o que veio a vida e, que vive bem a vida quem reconhece e aceita que morre!

domingo, 29 de outubro de 2017

RETIRO PASTORAL: Maria na vida de Jesus IFSJ



MARIA NA VIDA DE JESUS,

Com esse tema a Irmã Elaine Cristina de Souza, Filha de São José do Caburlotto, assessorou o Retiro Pastoral promovido pelo Serviço de Ação Pastoral, no dia 28 de outubro, realizado na Casa São José – Santo André – SP.




O dia foi marcado com o silêncio absoluto e na oração os participantes viveram momentos de profunda meditação e relação com a Trindade Santa. A Irmã Elaine fez duas provocações para oferecer subsídios para a oração e meditação. A primeira foi um recorte do que de melhor temos sobre a mãe de Jesus, primeiro dentro dos Evangelhos de Marcos, Mateus, João e Lucas; fez uma busca no magistério e apresentou dentro dos documentos eclesiais as referências à Maria e considerações que nos fizeram ver na figura dessa mãe, mulher, negra de Aparecida o caminho para nossa vida em Jesus. A segunda provocação, tomou como referência o versículo 51, do capítulo 2 do evangelho de Lucas: “Sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração” sob a inspiração do Monsenhor Martino Zagonel, dos Exercícios Espirituais de fevereiro de 2017 IFSJ – Itália.

A metodologia do retiro foi a Inaciana: Agradecimento; invocação do Espírito Santo; à luz do Evangelho (memória-escolha-análise); pedido de perdão; meu compromisso com a vontade de Deus. Para a oração seguimos os 5 passos: DISPOR-SE; PREPARAR-SE; SITUAR-SE; MEDITAR e REVISAR.

Na riqueza do retiro, provocações, meditação e orações, trago e compartilho minha oração para com ela abrir possibilidades de novos horizontes para quem estiver lendo esse pequeno registro e, ou ao menos despertar-se para a necessidade de ter um oásis na correria da vida.

A Irmã Elaine, entre tudo o que pregou disse num determinado momento: “no Magnificat de Maria temos o LOUVOR, a CONSCIÊNCIA e a CIDADANIA”. Referiu-se à querida Imagem de Nossa Senhora Aparecida, que sua aparição como todas as manifestações de Maria, foram para que seu Filho Jesus fosse conhecido-amado-servido e, ocorreram para os pobres, pequenos e marginalizados da sociedade. Foi aqui que lancei minha âncora para a oração!

O primeiro movimento interno, de minha oração foi olhar para dentro do meu eu, para o mais íntimo e subjetivo do existir, para aquilo que sou, para o que significa ser “imagem e semelhança do Criador” e encontrar respostas e a vontade de Deus para a minha vida.

Do primeiro momento de minha oração nasceu a gratidão à Deus por tantas obras realizadas a meu favor; olhando para o próprio Deus nasceu o reconhecimento de seu poder, de sua grandeza e força contra os que matam a vida e surgiu o desejo de fazer de minha vida um serviço às vidas que me cercam.

Um segundo olhar sob esta perspectiva do Magnificat de Maria, como educador-diretor, Deus me chamou ao louvor de sua ação no carisma das Filhas de São José do Caburlotto, é um Deus que vem ao encontro, que se faz presente e atua no meio da realidade humana. Esta consciência, da ação efetiva de Deus na vida humana, me despertou a olhar a Educação acadêmica como possibilidade de interferir nos processos sociais e, pela formação dos estudantes “derrubar os poderosos dos seus tronos” saciando com “pão os que tem fome”. Aqui o exercício da cidadania ganha proporções de solidariedade, de justiça, de paz, de harmonia nas diferenças e diferentes. Minha oração desafiou a pensar em uma escola voltada para a mudança das pessoas, para que se reconheçam como criaturas de Deus e coloquem-se à serviço da Vida de todos e de tudo que nos envolve neste universo.

Da segunda provocação feita pela Irmã Elaine, Lucas 2,51, Deus me fez dois desafios e nasceram os propósitos:

1.       Eu como Maria, irei “guardar” no silêncio e na oração as alegrias, as satisfações, os prazeres, como também a tristeza, as decepções, os medos, as angústias. Deixar-se conduzir pelo “fiat voluntas tua” – seja feita a tua vontade é o compromisso assumido.

2.       Deus me concedeu, como Diretor de uma Escola de aproximadamente 1400 educandos e educadores, o acesso à mistérios de vidas escondidos em cada um que a mim se dirige e abre o seu coração. A oração e meditação sobre a mulher que “guardava tudo em seu coração” e no silêncio vivia intensamente as transformações realizadas por Deus na vida das pessoas me despertou e me compromete a ser o porto seguro, o ombro, o ouvido, o coração, o esteio, a âncora e até a solução para tantas dúvidas, angustias e sofrimentos.

O retiro, meditação e oração, trouxeram um consolo diante de minha pequenez humana e profissional. No coração e na razão uma única resposta à Deus: “eis me aqui”!

Momento fundante foi a Eucaristia, no alimento eucarístico, corpo e sangue do Senhor a certeza de que não estamos só e de que por Ele muito somos, podemos e fazemos. A eucaristia concretizou-se quando no final do retiro ouvimos a Irmã Conceição, 93 anos de vida e uma vida consagrada a Deus no Instituto das Filhas de São José do Caburlotto. Saindo da infância ela ingressou na vida religiosa, são mais de 70 anos dedicados ao serviço de Deus e da humanidade. Quantas vidas promoveu, quantas crianças, famílias salvou! Depois de seu depoimento, num espaço de perguntas, eu lhe pedi: “irmã Conceição, como diretor da Escola São José de Vila Matilde, sinto-me pequeno, incapaz, mas grato por terem me confiado a direção da escola. O que a senhora diria para esse diretor e para seus educadores, o que é imprescindível na direção e condução de nossa escola? ” Sua resposta reverberou o Amém dito na recepção da eucaristia. Ela nos disse: “vivam na presença de Deus, leiam-estudem a vida do Beato Padre Luís e confiem na graça de Deus, isso basta! ”. Nada mais é preciso descrever, eu e você estamos convidados a fazer, como educadores que somos, uma caminhada de vida em Deus, de conhecimento acadêmico/pedagógico com o olhar do Beato Padre Luís e, sobretudo, deixar-se guiar pela graça divina.   


O retiro terminou na confraternização de um café da tarde compartilhando lembranças e estabelecendo vínculos fraternos em uma família que tem na EDUCAÇÃO a AÇÃO do CORAÇÃO!




sábado, 14 de outubro de 2017

Dia dos Professores. Parabéns educadores!

DIA DE DIZER AOS PROFESSORES PARABÉNS!


O ano de 2017 se desenvolve como todos os anos anteriores e como aqueles que ainda virão. Diferenças, novidades, mesmice, rotina, inovações? Sim tudo igual e diferente! Junto e misturado. Novo e velho. Fácil e difícil. Simples e complicado. Bom e mal. Lindo e feio.
Mais uma vez ganharemos Feliz dia dos Professores de nossos alunos, que com carinho e reconhecimento de nossa importância e valor na vida deles nos agradecem e reconhecem que o que são é porque contribuímos com eles na construção da vida e história.
Nosso papel é de extrema importância na vida de nossos estudantes, exceto no momento que os transformamos em alunos, em seres que estão para nos atender e fazer o que e como queremos.
Estou vivendo um momento diferente no papel de um professor, estou na direção de uma escola, o que me faz um professor diferente. Curioso quando diante das mais variadas necessidades e situações nascidas no interior da escola ensino e aprendo, mais aprendo que ensino.
Na gestão, ser professor é constantemente movimentar-se em direção ao conjunto da escola, não só uma ação voltada para a mediação de apropriação de um conteúdo estudado, mas sobretudo na mediação da relação entre os educadores e os estudantes, na reflexão da ação e prática pedagógica de professores e coordenadores, de educadores administrativos e pais educadores.
No atual contexto o que move minha ação de professor gestor é uma máxima que todos os dias diante da Relíquia do Beato Padre Luís Caburlotto, resgato São Vicente Pallotti e a Bem Aventurada Mary Ward e, peço ao Beato que eu “saiba educar como eles educaram!”
Tal pedido parece ser todos os dias atendido. A dinâmica do dia do professor gestor é tão ligeira que horário não tem mais ponteiros e parâmetro de números do relógio. Que refeições e repouso deixaram de ser rotina e passaram a ser desejados para recuperar as energias. Tempo e espaço ultrapassaram a ideia de lugar e distância.
Ser professor gestor hoje tem me ensinado a ser o que dizem que sou: capaz de ouvir, respeitar opiniões, reconhecer erros cometidos e construir o acerto em conjunto. A busca constante da construção da escola a partir do que ela é e, com os diferentes olhares da comunidade envolvida vislumbrar caminhos que possam promover mudanças sem necessariamente rupturas bruscas, que não respeitam a história e seus construtores.
Como gestor, este professor, tem aprendido a olhar a escola e seus agentes com um olhar polido pelo coração, conforme o Beato Padre Luís e a espiritualidade das Filhas de São José do Caburlotto. Não é um olhar qualquer de qualquer gestor, movido por teorias de gestão e administração, mas uma visão nascida do conjunto de ações decorrentes do ouvir da coletividade para o bem da escola, sobretudo de seus agentes: educadores e educandos.
Como o Beato Padre Luís Caburlotto construo um percurso que tem na criança/jovens os sujeitos e protagonistas de uma mudança de vida e enfrentamento da realidade que aí está.
Na relação com os educadores, sejam professores ou administrativos, o aprendizado tem sido rico. Aprendo a olhar com os olhos desses educadores, o que torna o dia a dia suave para estes e o trabalho se concretiza de forma tranquila e eficiente. A eficácia desse trabalho é percebida em relações harmoniosas e maneiras transparentes de refletir e encontrar saídas para os nascentes desencontros.
Ser professor gestor tem sido sem sombra de dúvidas uma experiência única com a qual tenho aprendido a reconhecer que dirigir uma escola é perceber o sentimento das pessoas envolvidas e no emocional que cada uma tem dentro de si fruto da relação com o outro superar vulnerabilidade. A fragilidade do emocional de cada um aparece com evidência nos conflitos nascidos no dia a dia e na alegria do ouvir para melhor decidir a fragilidade se torna força emocional e os ditos e não ditos depois de refletidos são superados.
Construir um perfil de professor gestor é mais simples que ser propriamente um professor. Ser diretor, o próprio nome diz, é dirigir! Quando se tem o ‘norte’ a ser seguido, dirigir acaba sendo secundário e a ação de dirigir imperceptível, isto porque a condução é compartilhada e a solução construída pelo coletivo. Dirigir uma escola dentro desta perspectiva torna-se o desafio maior e por isso a satisfação em dirigir. A dificuldade não está no dirigir, mas em construir uma concepção de direção coletiva e participativa.
A caminhada até aqui, de professor diretor de uma escola, tem sido rica e de um aprendizado imenso que me sinaliza que todo professor deveria ser diretor, antes mesmo de ser professor. Os olhares são múltiplos e por isso mesmo ricos e desbravadores de novas concepções educativas e educacionais que desinstalam paradigmas historicamente ditos, definidos e fixos.
Ser diretor professor é reconhecer a grandiosidade da ação educativa dentro e fora da escola, isto porque ultrapassa o cumprimento de Leis Educacionais, normas e deliberações da Federação, vai além de Plano e Projetos Pedagógicos das Instituições e mergulha na vida dos envolvidos, na sua história de vida e sonhos para o futuro.
Ser professor diretor é deixar-se conduzir, não só pelas normas educacionais e parâmetros burocráticos que representam a sociedade, mas pela Vida dos que estão no processo de escolarização.
Quero aqui deixar meu abraço a todos os meus professores, vocês me ensinaram a viver e fazer da minha vida um instrumento de promoção da vida. Como professor me esforcei para fazer meus alunos amantes da vida e promotores da mesma. Hoje como professor diretor abraço a todos os educadores, administrativos e professores, manifesto meu agradecimento pela dedicação, pelo empenho e responsabilidade que demonstram para comigo e com toda nossa querida Escola São José de Vila Matilde.
A todos os educadores, PROFESSORES e ADMINISTRATIVOS, de todos os cantos desse nosso País uma gratidão enorme pelo que são, pelo que representam e constroem na vida de crianças, jovens e adultos.
Que a exemplo de Maria, na imagem negra de Aparecida, nos seus 300 anos, saibamos enfrentar o poder opressor da máquina política que corrupta depõem contra o que os ensinamos, que saibamos como os pescadores lançar as redes para saciar a fome de cultura e vida de nossos estudantes, que tragados pela cultura do “nada” estão mergulhados em um “mar sem fundo”. Que a Senhora da Conceição Aparecida ilumine nossa prática de educadores e contribuamos para que a VIDA seja respeitada em todas as condições.

Meus irmãos educadores, PROFESSORES e ADMINISTRATIVOS, parabéns e um abreijo enorme!

domingo, 1 de outubro de 2017

Ensino Religioso no Estado Laico e Democrático.

Editorial
Leitoras e Leitores

esta semana finalmente ocorreu o julgamento no Supremo Tribunal Federal que respondeu a ADI 4439 sobre se ou não ser inconstitucionalidade ou não do Ensino Religioso. Para que compreendam o processo faremos uma retrospectiva histórica desta discussão.
1.     Iniciamos em 1996 quando o texto da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (Lei 9394/96) afirmou que o Ensino Religioso ocorreria em duas modalidades: confessional e interconfessional, porém sem ônus para o Estado. O Prof. Dr. Darci Ribeiro responsável pela organização desta legislação compreendia que não seria possível às unidades federativas arcarem com este custo.
2.     Após amplas discussões em 1997 ocorreu alteração do artigo 33 desta legislação assumindo uma perspectiva não confessional e que permitisse a todos os alunos participarem de uma disciplina escolar, não de um trabalho de divulgação da fé.
3.     A partir desta alteração da legislação universidades, professores, sistemas e lideranças religiosas iniciaram um percurso de articular o ensino religioso como uma área do conhecimento. Hoje temos teses, dissertações, artigos em eventos e em periódicos qualificados. Além de livros teóricos e capítulos específicos.
4.     Porém, no ano de 2010 (Decreto 7.107 de 11 de fevereiro) o Governo Lula visando o apoio da Igreja Católica para seu governo apoio um acordo de interesse unilateral permitindo com ônus o ensino confessional nas escolas públicas de todo o país.
5.     Logo que que seguida a Procuradoria Geral da República entrou com uma Ação de Inconstitucionalidade (ADI 4439/2010), cabendo ao Mi nistro Barroso a relatoria.
6.     Ao longo destes sete anos ocorreu um Seminário organizado pela Igreja para o Judiciário para defender a confessionalidade na escola pública. Em 2015 o Ministro Barroso presidiu uma audiência pública para a discussão do Ensino Religioso. Finalmente neste segundo semestre de 2017 (04 seções) para este julgamento que finalizou com seis votos compreendendo que o modelo confessional não é inconstitucional.
7.     Efetivamente esta era questão única da ADI – O ENSINO RELIGIOSO CONFESSIONAL É INCONSTITUCIONAL OU NÃO?
8.     Somente após a publicação do texto final é que teremos uma efetiva compreensão do resultado, porém a partir dos votos dos juízes e dos comentaristas jurídicos podemos resumir com voto da Presidente do STF Sra. Cármen Lúcia afirmou que a facultatividade da matrícula evita qualquer constrangimento aos alunos que não professarem a religião predominante. “A laicidade do Estado está respeitada e não vejo contrariedade que me leve a declarar inconstitucionais as normas questionadas”, concluiu. A lei questionada não autoriza proselitismo, catequismo ou imposição de uma religião específica, disse. Compreendendo três modelos para o Ensino Religioso: Modelo 01 não confessional, as aulas de ensino religioso consistem na exposição neutra e objetiva da prática, história e dimensão social das diferentes religiões, incluindo posições não religiosas; Modelo 02 confessional, uma ou mais confissões são objeto de promoção; Modelo 03 interconfessional, o ensino de valores e práticas religiosas se dá com base em elementos comuns entre credos dominantes na sociedade.
9.     Porém, cabe aos Sistemas de Ensino definir o modelo (conteúdos) e o perfil do professor. Efetivamente o resultado final, nada muda: as escolas públicas podem oferecer tanto a modalidade confessional quanto a interconfessional de ensino religioso, bem como o tipo não-confessional.

Finalizando lembro que o Estado do Rio de Janeiro que legalmente seria confessional emitiu uma nota por meio da Secretaria Estadual de Educação informando que eles definiram como modelo o NÃO CONFESSIONAL, pois gerencialmente o CONFESSIONAL além de inviável não favorece o estado laico e democrático.

GPER - IPFER

terça-feira, 20 de junho de 2017

Tiago, feliz aniversário!

 
Tiago feliz aniversário!

Hoje não é uma data qualquer que se comemora qualquer coisa. As comemorações todas de todos em todos os lugares hoje, não são tão importantes quanto a sua data, a sua comemoração, a sua experiência já vivida da vida.

As palavras escritas ou ditas sempre traem os verdadeiros sentidos e significados que elas tem, por isso quero aqui fazer uso deste recurso, o palavrear, independente dos sentidos e significados que ganharão.

Palavrear ousando externar um sentido e sentimento de gratidão. Agradeço a Deus pela irmã e cunhado que ganhei. Agradeço a eles pelo sobrinho que me deram. Agradeço por ter sido o padrinho de Batismo, de Crisma e do Matrimônio deste menino. Hoje esposo e pai! Olhá-lo hoje ao lado de sua esposa Carolina e sua filha Ana Beatriz é admitir que a felicidade está presente nesse momento de sua vida. Conhecendo-o sei que não foi fácil, que em vários momentos de sua história a vontade era de parar, de desistir, de sumir.

Mas lembro-me de quando criança ao brincarmos não desistia do desejo de ganhar do tio no futebol, quando eu não o deixava fazer gol, desanimava, mas levanta e partia para cima da bola e o gol era feito. Lembro-me do menino obediente, respeitoso e responsável, mas menino, criança que na traquinagem do tio se escondia e traquinávamos juntos: maravilha em dia de chuva pedalar sob a cachoeira que corria do telhado da Toledo. Chegávamos molhadérrimos e o melhor, a mãe e a avó não podiam dizer nada, estava com o tio.

Meu Deus, tudo e qualquer coisa era o suficiente para fazer esse menino gargalhar, gargalhar . . . gratificantes lembranças. Lembro-me do dia que ele e sua prima foram para Cambé, ficar comigo. Nossa quantas artes fizeram! Eu e meus colegas, Pe. Luiz e Dom Júlio, acompanhávamos tudo no silêncio e sorriso embutido, para que não ganhassem força. Mas o melhor mesmo foi ao chegarmos em casa, na rua em frente da casa, vários aviões, sabe aqueles aviões de papel que fazemos e voamos longe, pois é ele e ela fizeram muitos, muitos mesmo, isso não foi o pior, o grande problema é que fizeram e arremessaram na rua aviões feitos com os folhetos da programação da Semana Santa da paróquia. Minha nossa, o que fazer com esses arteiros? Nada, nada, nada era na verdade uma das primeiras viagens que os dois faziam sem os pais e motivo de alegria na casa paroquial. Foi muito bom!

Nunca fui um tio e padrinho de dar presentes, nunca dei na verdade, mas o amor entre nós foi, é e será muito grande. Mas foi bom quando nas férias, depois que virei assalariado, eu e a tia Ana comprávamos um tênis para ele, nossa que legal, que emoção ver o “adolescentão” feliz com o tênis novo.

Lembranças que mostram que virei tio mesmo, sobretudo quando o vejo hoje, um homem formado, bem casado com uma filha linda! Você é meu orgulho e lhe dei uma tia que muito lhe admira e ama também.

Tiago rezei, rezo e rezarei por você. No ano que lembramos os 300 anos da proteção de Maria, Nossa Senhora, sobre nossa Pátria pedi a Ela por você. Que te cubra com o manto de mãe e te fortaleça com o amor de seu Filho Jesus, para que você continue crescendo no amor à sua esposa e filha, que você e sua família, esse trio lindo encontrem na misericórdia de Deus a força e sustento diário para a superação das dificuldades que possam surgir. Peço que você cresça no amor aos seus pais e irmão, que cresça no amor ao sogro e sogra e cunhado. Que cresça na amizade com todos os outros familiares e vivam na harmonia com os amigos.

Paro de palavrear te agradecendo pela oportunidade de compartilhar com você minha vida e história e, por você me ensinar que na luta vencemos, e na derrota lutamos para vencer. Um beijo enorme desse tio que te ama!!!!


sexta-feira, 16 de junho de 2017

Corpus Christi - Eucaristia - Católicos - Evangélicos - Protestantes UM SÓ!


“Do que, que é esta procissão? ”. Foi a pergunta que ouvi de uma senhora logo depois que o Padre com o ostensório a abençoou. Quantas dúvidas, quantas incertezas, quanta ignorância!

Em pleno dia de feriado e, feriado de Corpus Christi, vendo o padre com um “treco” na mão e traçando o sinal da cruz sobre ela e sobre sua casa, não sabia o que era. Não, ela não é ignorante! As dúvidas, incertezas e ignorância são dos cristãos. Sendo ela cristã e os que caminhavam pela rua também, diria são todos ignorantes, estes por não assumirem as orientações do Papa Francisco, “ser uma igreja em saída”, ela por desconhecer sua igreja.

Éramos uma pequena parcela da paróquia, que no montante de paróquias e parcelas pequenas pelo mundo superamos em número o que a mídia global dizia da concentração dos evangélicos na cidade de São Paulo. Não se trata de quantidade, de número de pessoas reunidas em um mesmo espaço, para um mesmo fim, porque se assim o for, os ditos dois milhões reunidos em São Paulo ser considerado o maior evento cristão do mundo é, nada mais nada menos, falta de noção estatística em relação às manifestações de fé dos cristãos pelo mundo afora. Só em Belém em cada Círio de Nazaré são mais de 2 milhões de romeiros por ano, que louvam a Jesus pela Senhora de Nazaré. Em Fátima, Portugal, por ocasião do centenário da manifestação de Maria às 3 crianças, foram mais de 1 milhão de cristãos, considere fiéis do mundo inteiro com todos os desafios financeiros que uma viagem internacional exige. Nesta quinta feira de Corpus Christi foram mais de 1,27 bilhões de católicos nas suas casas, nas igrejas e nas procissões em torno do CORPO DE CRISTO, a Eucaristia.

O grande desafio do século XXI para os cristãos católicos ou não, é a superação da ignorância de uma ideia de Igreja Cristã voltada para si mesma e para a supressão das necessidades materiais via uma fé subjetiva, sentimentalista e milagreira. Daí a, falsa, surpresa da pergunta da simples senhora no portão de sua casa enquanto o padre a abençoava com a Eucaristia. A superação da ignorância não está em repetir dogmas, conceitos e tradições religiosas, muito menos em invenções pentecostais evangélicas que agrupam números humanos autodenominados de cristãos, assim o digo porque há entre estes até os que negam o Deus UNO e TRINO, princípio teológico básico do reconhecimento de uma Igreja como Cristã.

O século XXI força-nos a construir um paradigma novo no trato e retrato das igrejas, onde o Deus que se crê é o mesmo para todos e, as Igrejas em “cada esquina” exigem respeito e acolhimento por parte de todos, mesmo as que são financiadas pelo “dono do morro”, para que ali impere o tráfico de drogas, de armas e de pessoas.

Cristãos católicos ou não, se são cristãos a realidade é uma e ela faz-nos superar a ignorância religiosa. A EUCARISTIA como o “pão vivo descido do céu, para dar vida ao mundo” é alimento e quem o come “têm vida” (Jo 6, 51-58).

Para o cristão não há números, não há estatísticas, não há os “mais” ou os “menos”, não há os ignorantes, crentes, idólatras exceto você cristão se faz melhor que este ou aquele, melhor que os católicos, melhor que os evangélicos, melhor que os protestantes, melhor que os ortodoxos, melhor que você mesmo. Ser cristão hoje é redescobrir no Evangelho de Jesus Cristo o grande mandamento “que todos sejam um” (Jo 17).

Que a descrença, a incerteza, a ignorância seja superada por uma cultura eucarística de cristãos que tem “no corpo e sangue de Cristo” a possibilidade de “um só corpo” (1Cor 10,16-17) e como pregou nosso Pároco Padre José Alves (SAC) na Paróquia São João Batista (Setor Carrão-Formosa da Região Episcopal Belém – Arquidiocese de São Paulo):

“Eucaristia não combina com fome.

Eucaristia não combina com injustiças.

Eucaristia não combina com corrupção.

Eucaristia não combina com miséria”.





sexta-feira, 21 de abril de 2017

Da “baleia azul”e seus 50 desafios ao tempo de vida da “Balaenoptera musculus” e nos 27 versículos do Eclesiástico o tempo da vida dos nossos filhos.



Da “baleia azul”e seus 50 desafios

ao tempo de vida da “Balaenoptera musculus”

e nos 27 versículos do Eclesiástico

o tempo da vida dos nossos filhos.



Baleia Azul! Recentemente no show da vida uma informação entrou em nossas casas, no game midiático o jogo do fantástico nos desafiou para mais uma “nudez”. Bombardeados pela internet nos vemos, não como o personagem bíblico Jó, dentro da barriga da baleia, não para nascer de novo, mas para morrer como excremento dela. Nossas famílias no show da vida se veem mergulhadas na impotência, na permissividade e “nudez” que revela o quanto somos ausentes uns dos outros.

Uma febre de 40 graus leva ao delírio educadores e pais, os primeiros como que se só passasse por eles o caminho da vida e escolha das crianças e adolescentes, os outros como que se só aos educadores a responsabilidade de informar e formar seus filhos.

Antes de mais nada o obvio precisa ser dito. Na relação pais e filhos, os responsáveis pelos filhos são os pais. Na relação educação e escolarização os responsáveis pela educação são os pais. Na relação escola e educação, os responsáveis continuam sendo os pais, pois sem a educação que vem da família a escola e o processo de escolarização nada farão.

Baleia azul, meu Deus, onde chegamos!? Não chegamos porque não saímos e nem sairemos de onde sempre estivemos; somos vulneráveis hoje e sempre, isto é condição humana. Não se quer dizer com isso que devemos nos acomodar e conformar. O game está posto e no show fantástico da vida o que importa é vencer, mesmo que isto signifique vencer para perder a vida. Que horror! “Onde já se viu isso”?

Recentemente em conversa com um casal, pais de dois filhos, um com 10 anos e outro com 13 anos de idade, ouvi falas diversas, o que me deixou confortável e confiante em relação ao objetivo de nosso diálogo; eles demonstravam presentes e participantes da vida dos filhos, não obstante uma fala me mostrou o quanto minha percepção foi equivocada. Disseram “esta semana demos para ele, um dos filhos, um celular novo, porque o que tinha, perdeu. E, dissemos para que ele cuide, para que não empreste para os amiguinhos, para que o guarde no bolso, na mochila e não deixe jogado pela casa, nem sobre a carteira na escola”. Fiquei admirado com a atitude dos pais e a educação dada ao filho, com o que de valor ele ganha, mas ao mesmo tempo triste, decepcionado e em crise: como será que nossos filhos são acolhidos, orientados e educados em relação ao valor maior que a eles damos: a Vida?

Eles nascem e os “empetecamos” de coisas e mais coisas, de sapatinhos, meinhas, roupinhas, jóinhas, são tantos diminutivos que quando nos damos conta perdemos os nossos filhos no ‘aumentativo’ da vida. Os perdemos por não amá-los de verdade, os perdemos para a medicação “tarja preta” que ingerimos, os perdemos para a bebida alcóolica que estocamos na geladeira e no barzinho que mantemos dentro de nossas casas, os perdemos para eles mesmos que mergulhados no edredom, na mídia e narcísico mundo que os criamos vivem como se não vivessem à espera de algo que lhes dê sentido, de um pai que lhes dê atenção e não mesada, de uma mãe que lhes dê compreensão e não só aprovação, à espera de pais que sabem o que fazem e porquê fazem.

Em minha rotina é comum ouvir: “meu pai não está nem aí, faço o que quero” e, “minha mãe só grita e recrimina o que faço”. Baleia azul? Chega de hipocrisia, chega de bazófia, chega de pais disfarçados de pais, chega de provedores dos filhos. Chega de alardes e alarmes que nos fazem reféns de nós próprios e omissos em relação aos filhos que geramos. Basta, basta, basta de uma mídia que entra como dejeto em nossa vida, tornando-nos titica e ocupando nosso lugar na vida de nossos filhos.

Colocar-se em defesa, cuidado e luta pela vida vai além de informar e deformar, vai além de alardear e matar. Se hoje estão preocupados com game baleia azul é porque não se preocuparam com a vida, é porque não usaram o grande valor que a própria vida deu para lutar, cuidar e defender os filhos que geraram. Se os pais olharem, tocarem, cheirarem, ouvirem e sentirem o “gosto” dos filhos não haverá excremento midiático tornado real e verdadeiro que nos tire o bom senso, tornando-nos objetos manipuláveis e achatados pelo senso-comum das redes sociais, fazendo-nos heróis sem causa e defensores dos filhos que temos e matamos, porque cremos que o que está fora deles e de nós é o que os mata.

Que mares iremos navegar? Onde iremos mergulhar? Seremos dejetos da baleia azul, da baleia cor de rosa, de todas as “não verdades” que entram em nossas casas para nos fazer “titicas de galinha” e reféns de nossos medos?

Diante das provocações acima sem moralismo, sem pieguismo, sem pretensões dogmáticas, sem querer definir, sem querer ser o pai da ortodoxia familiar e educacional faço um convite aos pais e educadores. Leiam e reflitam um texto do livro do Eclesiástico, livro bíblico escrito entre 190 e 124 a.C., que no capitulo 30 e seus versículos indicam sobre a vida que temos e queremos para nós e para nossos filhos.

"1.Aquele que ama seu filho, castiga-o com frequência, para que se alegre com isso mais tarde, e não tenha de bater à porta dos vizinhos.

2.Aquele que dá ensinamentos a seu filho será louvado por causa dele, e nele mesmo se gloriará entre seus amigos.

3.Aquele que educa o filho torna o seu inimigo invejoso, e entre seus amigos será honrado por causa dele.

4.O pai morre, e é como se não morresse, pois deixa depois de si um seu semelhante.

5.Durante sua vida viu seu filho e nele se alegrou; quando morrer, não ficará aflito; não terá de que se envergonhar perante seus adversários,

6.pois deixou em sua casa um defensor contra os inimigos, alguém que manifestará gratidão aos seus amigos.

7.Aquele que estraga seus filhos com mimos terá que lhes pensar as feridas; a cada palavra suas entranhas se comoverão.

8.Um cavalo indômito torna-se intratável; a criança entregue a si mesma torna-se temerária.

9.Adula o teu filho e ele te causará medo; brinca com ele e ele te causará desgosto.

10.Não te ponhas a rir com ele, para que não venhas a sofrer com isso, e não acabes rangendo os dentes.

11.Não lhe dês toda a liberdade na juventude, não feches os olhos às suas extravagâncias:

12.obriga-o a curvar a cabeça enquanto jovem, castiga-o com varas enquanto ainda é menino, para que não suceda endurecer-se e não queira mais acreditar em ti, e venha a ser um sofrimento para a tua alma.

13.Educa o teu filho, esforça-te (por instruí-lo), para que te não desonre com sua vida vergonhosa.

14.Mais vale um pobre sadio e vigoroso, que um rico enfraquecido e atacado de doenças.

15.A saúde da alma na santidade e na justiça vale mais que o ouro e a prata. Um corpo robusto vale mais que imensas riquezas.

16.Não há maior riqueza que a saúde do corpo; não há prazer que se iguale à alegria do coração.

17.Mais vale a morte que uma vida na aflição; e o repouso eterno que um definhamento sem fim.

18.Bens escondidos em uma boca fechada são como preparativos de um festim colocados sobre um túmulo.

19.De que serve ao ídolo a oferenda que lhe fazem? Não pode nem comê-la nem lhe respirar o aroma.

20.Assim é aquele que o Senhor repele, e que carrega o castigo de seu pecado;

21.seus olhos vislumbram (o alimento) e ele suspira, assim como suspira o eunuco ao abraçar uma virgem.

22.Não entregues tua alma à tristeza, não atormentes a ti mesmo em teus pensamentos.

23.A alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a sua vida.

24.Tem compaixão de tua alma, torna-te agradável a Deus, e sê firme; concentra teu coração na santidade, e afasta a tristeza para longe de ti,

25.pois a tristeza matou a muitos, e não há nela utilidade alguma.

26.A inveja e a ira abreviam os dias, e a inquietação acarreta a velhice antes do tempo.

27.Um coração bondoso e nobre banqueteia-se continuamente, pois seus banquetes são preparados com solicitude." 




J. A. Galiani – Filósofo, Teólogo e Pedagogo.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

FELIZ E ABENÇOADO ANIVERSÁRIO LIARA!


Há experiências que são definidas

pelo que podemos oferecer aos outros.

pela proximidade que estamos dos outros.

pelo que damos aos outros.

pelo que significamos para os outros.

pelo valor que representamos aos outros.

pelo que outros dizem o que temos.

Experiências, ofertas, proximidade, doação, significado, representação, ditos pelos outros do que temos podem e com certeza nos proporcionam um espaço na vida e coração dos outros.

Mas o que realmente somos?

Há experiências que nos chegam sem esperar,

que nos chegam sem experimentar!

Não esperamos, não experimentamos

Há experiências que

Vivenciamos!

Experiências não esperadas

Experimentadas pela vida.

Assim em 1999,

Sem esperar experimentamos a alegria de vivenciar

Um momento único,

apesar de tantos outros únicos

Mais uma experiência nascia

Em nossa via.

Lá em Rancharia

nascia

Mais uma grande alegria.

Ser padrinhos de uma menina!

Menina única,

Momento único,

Experiência única!



Pela fé e amizade,

Assumimos ser padrinho e madrinha.

Pela distância geográfica

Iniciamos um amor por ela.

Pela proximidade da comunicação telefônica

Alimentamos o contato e amor por ela.

Na visita natalina,

Alimentávamos o amor por ela.

Beleza,

Graça,

Inteligência

Cresciam com ela.

E nossa oração

Deus ouvia

E ela crescia.

Na distância entre a capital e o interior

Um elo: Jesus Cristo.

Na distância entre nós e ela

Uma ponte: O Amor.

Jesus Cristo e o Amor

Experiências inexplicáveis

Entre o que ama e quem é amado.

Assim a amamos.

Hoje 18 anos de vida,

Entre São Paulo e Rancharia

Entre distância geográfica e física,

Entre nós e ela

Em Jesus Cristo e no amor

unidos na alegria celebramos e dizemos:

Feliz Aniversário!

Feliz porque nosso vínculo,

Nosso amor,

Nossa amizade,

Nosso bem querer,

Nosso afeto,

Nossa vida não está

No que demos ou fizemos por ela,

Mas está na liberdade,

No amor sem troca,

No querer bem

Sem Ter ou dar

para querer bem.

Foi na liberdade do sim

Pelo teu batismo,

Na oração diária pela tua vida

Que crescemos com você e

Hoje orgulhosos, sem merecimento,

Dizemos a você

NOSSA AFILHADA

Feliz Aniversário

Te amamos

Te queremos

Te desejamos

Sucesso e realizações nesta nova fase de sua vida.

Que Nossa Senhora Aparecida a quem te consagramos

Te conduza nos caminhos de Jesus,

Para que por Ele

Viva, se realize e seja feliz.

Seus ausentes/presentes

Padrinhos: Galiani e Ana.

domingo, 26 de março de 2017

APRENDI, APRENDO, APRENDEREI!!!


APRENDI, APRENDO, APRENDEREI!

Celebro bodas de níquel e diria, assim estou:

Metal de símbolo Ni, de número atômico 28, massa atômica 58,6934, de um branco acinzentado, brilhante, de contextura fibrosa, muito dútil, muito maleável, muito duro, de densidade 8,8, com ponto de fusão a 1,455°C. (Muito empregado em depósitos eletrolíticos [niquelagem], resistente aos agentes químicos, liga-se facilmente à maioria dos metais. É utilizado na elaboração de aços especiais, na fabricação de moedas etc.).

Aprendi que nos 25 anos de banco escolar

Não aprendi os cantos e recantos do existir.

Foram mais que 25 anos

Foram cursos, seminários, congressos, palestras, fóruns e

outros nomes dados aos caminhos da Escolarização.

Aprendi que pelo tempo escolar vivido

Seria, sou ou serei [...] o que não sei.



Aprendi,  que não sou o que aprendi.

Mas o que sou aprendendo

Nos cantos e recantos

Do que vivi, vivo e viverei.



Aprendi a olhar!



1963 - 1973

Meus melhores anos de vida,

Minha família,

Meus pais,

Meus avós e tios,

Meus irmãos!

Quantas lembranças fundantes

Com os quais aprendi o que sou hoje.



MAS O QUE SOU HOJE?

Aprendi de 1973 à 1983.

Primeira comunhão, Eucaristia,

Aprendi que quem come do pão vindo do céu

Aprende a ser céu!


Aprendi  que decisões fazem parte do existir:

Deixar minha casa, minha família

Lutar pelo sonho de vida!

Aprendi que o sonho de vida, não se constrói sonhando

Mas aprendendo, Vivendo!


Aprendi que uma decisão é por toda a vida,

Mesmo que a vida tome outras decisões.

Filosofia, Seminário, pastoral, Amizades de amigos e diamantes!

Aprendi que ainda tenho que aprender

O que não aprendi!


1983 - 2003 quanto aprendi!


Aprendi a viver sem viver o meu querer.

Esvaziei

Meu coração

E Ele, só Ele tomou conta do meu ser.

Não foi fácil!

Quantas renuncias,

Quanta luta contra  a própria natureza,

Quanto amor e serviço canalizado para o bem do outro.

Aprendi a amar

Esvaziando-se

Não esperando amor

Em troca.

Experiência de poucos e para poucos.


Aprendi a viver

O amor.

Que amor?

O amor de total doação e dedicação,

O amor de renúncia,

De mortificação,

De entrega,

Sem interesse próprio!


Quanto aprendi!

2003 – 2013 Aprendi a compartilhar

O Amor por Ele, No amor por Ela.


Aprendi que Deus me reservara

Novas decisões,

Novas escolhas,

Pelas quais mais e mais aprendi.


Vida compartilhada no Amor conjugal pelo qual

Muito aprendi, aprendo e aprenderei!


Vida profissional: novos valores, novos princípios,

Novos horizontes. Quanto com tudo e todos

Aprendi!


2013 - 2023

Uma pausa em 2017... bodas de NI


Aprendi que profissionalmente

O mundo é cão, competitivo, desleal,

Que as pessoas te acolhem e te respeitam

Enquanto elas não se sentem ameaçadas

Pelo que você é e faz.

Aliás, aprendi que não somos o que somos,

Mas somos o que fazemos.

Pelo que fazemos somos definidos, escolhidos e despedidos.

Aprendi disso que a e na família
nos amamos, nos sufocamos, nos sustentamos.

É nela que aprendi, aprendo e aprenderei

Que nada sei, que nada sou, que nada serei!

Mas o que aprendi, o que aprendo e o que aprenderei

É por ela, a família, que fui, que sou e que serei.



Aprendi nessa década de todas as décadas
e no pit stop de 2017

Que Deus é meu TUDO!

Que a Família é meu escudo,

Nela me refugio, me apoio, me encontro e reencontro,

Nela os que me amam, sem nada querer em troca!


Profissionalmente aprendi, a perder e a ganhar,

Perder vínculos, ganhar vínculos,

Perder prestígios, ganhar prestígios,

E chego há um patamar que alguns chegam
e aprendi, aprendo e aprenderei

Que pelo coração deve passar

Minha ação.



Hoje celebro minha vida,

Que não é minha,

Que não é tua,

Que não é de ninguém.

Vida que é Dom

Vida que é Dor

Vida que é loucura

Vida que é bravura

Vida que é brandura.

O que aprendo ao celebrar a vida?

Aprendo o que não aprendi e estou aprendendo,

Que aprender é uma ação,

Sem fim,

Sem começo,

Que no fim e no começo

Se aprende.

Aprendi, aprendo e aprenderei

No viver e ser de cada dia que aprender é:

DESCOBRIR, CONHECER, ESTUDAR, ASSIMILAR, SABER, PERCEBER, ENTENDER, COMPREENDER, INSTRUIR-SE.

Aprendi, aprendo e aprenderei:

TREINAR, ADESTRAR-SE, PRATICAR, EXERCITAR, CAPACITAR-SE, DESENVOLVER.

Aprendi, aprendo e aprenderei a:

FIXAR, MEMORIZAR, DECORAR, GRAVAR.



APRENDEREI, APRENDO, APRENDI A APRENDER!