O amor para ser real, precisa ser vivido antes que se torne lágrimas de Crocodilo!
O início de 2025 tem sido um tempo de grandes aprendizado, mas também de despedidas que deixam marcas profundas. Diante da única certeza que temos: a morte nasceram reflexões inevitáveis sobre o tempo que se teve e o que foi feito com ele, para viver o AMOR!
Vivemos na era dos holofotes digitais, onde a ausência de ontem se transforma, repentinamente, em homenagens públicas. Durante anos, a presença foi dispensável, os convites ignorados, a convivência limitada ao "cada um com sua vida". Mas, após o sepultamento, multiplicam-se declarações emocionadas, fotos antigas acompanhadas de palavras que nunca foram ditas enquanto ainda havia ouvidos para escutá-las. Quando ditas, muitas vezes vieram sem atitude, como se a simples existência fosse suficiente para justificar o afastamento.
As lágrimas tardias ou lágrimas de crocodilo, derramadas entre um post e outro, ecoam mais como uma tentativa de preencher o vazio do que como um reflexo genuíno da falta. O luto verdadeiro, no entanto, não se mede pelo alcance nas redes sociais, mas pelo espaço que a presença ocupava em vida. Ele se revela na constância dos gestos, na partilha dos momentos simples, na disposição de estar presente sem que a ausência precise lembrar disso.
O tempo que se tem é agora. Quando alguém parte, tenta-se, num último ato, dar a ele um lugar que poderia ter sido seu em vida. Mas há coisas que não podem ser compensadas depois. O amor, para ser real, precisa ser vivido antes que se torne memória regado com lágrimas de Crocodilo.
José A. Galiani (Pedagogo, Teólogo e Filósofo)
Fevereiro/25, São Paulo.
Forte essa reflexão.
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