A Falta de Compromisso e o Peso do Egoísmo
Viver em sociedade, seja dentro de casa ou em qualquer outro espaço compartilhado, exige mais do que presença física. Exige responsabilidade, respeito e gratidão. No entanto, há aqueles que, por descaso ou egoísmo, não percebem (ou fingem não perceber) o impacto de suas ações – ou da ausência delas.
Pequenos gestos de hospitalidade, como limpar a casa, lavar a louça, guardar as sobras do almoço, parecem tarefas simples, mas carregam um significado profundo. São expressões de cuidado, de pertencimento, de reconhecimento pelo esforço daqueles que também dividem o mesmo espaço. Quando alguém se nega a realizar esses atos básicos, não apenas demonstra falta de comprometimento consigo mesmo, mas impõe um fardo injusto sobre os outros.
Mais grave ainda é quando essa postura de indiferença se estende às relações familiares. Há quem receba ajuda e apoio em momentos difíceis, mas, em vez de demonstrar gratidão, reage com desdém, rejeita qualquer auxílio e age como se o mundo lhe devesse algo. São pessoas que exigem compreensão, mas não retribuem, que cobram empatia, mas não a praticam.
O problema do egoísmo não está apenas na falta de ação, mas na postura de desrespeito. Aquele que ignora os esforços alheios, que se recusa a enxergar o sacrifício dos outros, desvaloriza não apenas o que lhe é oferecido, mas também quem lhe estende a mão. A ingratidão dói. O desinteresse fere.
E no fim, o que sobra? Um espaço desorganizado, relações desgastadas e um isolamento que, muitas vezes, é consequência da própria incapacidade de se comprometer. Ninguém pode carregar sozinho a responsabilidade de manter um lar harmonioso. A convivência é um compromisso, e a reciprocidade é o mínimo que se espera de quem compartilha a mesma casa e a mesma vida.
José A. Galiani (Pedagogo, Teólogo e Filósofo)
Pindonhangaba, fevereiro de 2025.
Nenhum comentário:
Postar um comentário