Para Freinet, educar humanamente é, sobretudo,
aprimorar-se da cultura e da cidadania, dimensões norteadas na Lei de
Diretrizes de Base da Educação Nacional no Título I, Artigo 1° e parágrafos 1°
e 2°:
Art. 1°.A educação abrange
os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º. Esta Lei disciplina a
educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em
instituições próprias.
§ 2º. A educação escolar deverá
vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
O século nascente exige, pois, que a prática
educativa seja humana, democrática, pluralista, aberta e crítica e, a exemplo
das técnicas aplicadas por Freinet, descritas no capítulo terceiro dessa
monografia, seja sensível e atenta às diferenças e necessidades culturais e até
mesmo individuais do aluno. A prática adotada por Freinet propõe a libertação
dos alunos, libertação da ignorância, do preconceito, do capricho, da alienação
e da falsa consciência de sua pertença ao mundo. Na proposta freinetiana, a
visão humana de educar, aqui dissertada, leva em conta a autenticidade pessoal,
a auto-realização e o ambiente democrático que é construído no espaço escolar e
no espaço em que vive o aluno.
Uma proposta humana de educar conta, sobretudo,
com o respeito à natureza interior do aluno, assim fez Freinet e criou meios
para que tal natureza desabrochasse de forma saudável e plena. Em sua natureza
interior, o aluno é livre e pensante, por isso a educação deve respeito ao que
é o aluno e não obrigá-lo a aceitar verdades alheias, mas sim dar a ele a opção
de escolha, dando-lhe oportunidades de criar sua própria identidade e traçar os
seus projetos de vida.
A dimensão política da pedagogia de Freinet engendra
para o século XXI o desafio de trabalhar o cotidiano do aluno, para isso o
educador deve ter uma visão emancipada de todos os problemas sócio-culturais,
transmitindo e criando oportunidades para que os alunos estejam capacitados
criticamente, tendo consciência e autocontrole de suas próprias vidas, assim
poderiam interferir no espaço social em que vivem. Nesse contexto, a escola
passa a ser um espaço democrático com o objetivo de ensinar os alunos a
respeito do que é viver em uma sociedade justa e humana independente da raça,
classe, sexo ou idade. Para tanto, da prática freinetiana de educar concluímos
que a escola precisa ser um espaço de confiança, de diálogo, de respeito, de
tolerância, de zelo, de liberdade, de compromisso e responsabilidade.
TCC - Licenciatura em Pedagogia, Gestão e Orientação Educacional - 2008
José Antonio Galiani
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