domingo, 3 de março de 2013

PEDAGOGIA HUMANISTA - Parte VI


Para Freinet, educar humanamente é, sobretudo, aprimorar-se da cultura e da cidadania, dimensões norteadas na Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional no Título I, Artigo 1° e parágrafos 1° e 2°:

Art. 1°.A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

§ 1º. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

§ 2º. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

O século nascente exige, pois, que a prática educativa seja humana, democrática, pluralista, aberta e crítica e, a exemplo das técnicas aplicadas por Freinet, descritas no capítulo terceiro dessa monografia, seja sensível e atenta às diferenças e necessidades culturais e até mesmo individuais do aluno. A prática adotada por Freinet propõe a libertação dos alunos, libertação da ignorância, do preconceito, do capricho, da alienação e da falsa consciência de sua pertença ao mundo. Na proposta freinetiana, a visão humana de educar, aqui dissertada, leva em conta a autenticidade pessoal, a auto-realização e o ambiente democrático que é construído no espaço escolar e no espaço em que vive o aluno.

Uma proposta humana de educar conta, sobretudo, com o respeito à natureza interior do aluno, assim fez Freinet e criou meios para que tal natureza desabrochasse de forma saudável e plena. Em sua natureza interior, o aluno é livre e pensante, por isso a educação deve respeito ao que é o aluno e não obrigá-lo a aceitar verdades alheias, mas sim dar a ele a opção de escolha, dando-lhe oportunidades de criar sua própria identidade e traçar os seus projetos de vida.

A dimensão política da pedagogia de Freinet engendra para o século XXI o desafio de trabalhar o cotidiano do aluno, para isso o educador deve ter uma visão emancipada de todos os problemas sócio-culturais, transmitindo e criando oportunidades para que os alunos estejam capacitados criticamente, tendo consciência e autocontrole de suas próprias vidas, assim poderiam interferir no espaço social em que vivem. Nesse contexto, a escola passa a ser um espaço democrático com o objetivo de ensinar os alunos a respeito do que é viver em uma sociedade justa e humana independente da raça, classe, sexo ou idade. Para tanto, da prática freinetiana de educar concluímos que a escola precisa ser um espaço de confiança, de diálogo, de respeito, de tolerância, de zelo, de liberdade, de compromisso e responsabilidade.
 
TCC - Licenciatura em Pedagogia, Gestão e Orientação Educacional - 2008
José Antonio Galiani

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